quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Desbravando o desconhecido... Roteiro pronto para a viagem ao Uzbequistão


Pouco sabíamos e sabemos do Uzbequistão. Na realidade, somente sabemos que o Felipe Scolari foi técnico de futebol nas bandas de lá. Mas, certo dia, há alguns meses atrás, um amigo nosso comentou de uma expedição motociclista que passava, entre outros países, pelo Uzbequistão, e perguntou ao meu marido se não queria participar. A participação dele acabou não dando certo, e então resolvemos conhecer este país. Não seria de moto, mas de carro, de van, do que for. Começamos a planejar a viagem, e constatamos que há relativamente poucas informações acerca deste país. É um país que atualmente não está em conflito, há petróleo e, principalmente, há muita, muita história. Faz parte da Rota da Seda. É longe à beça, saindo do Brasil. Levaremos dois dias para chegar. Os dois primeiros dias estão reservados para locomoção. Inicialmente de São Paulo a Istambul, seguido, de madrugada, de viagem de avião a Tashkent, capital do Uzbequistão e que fica na divisa com o Kazaquistão. É no terceiro dia que inicia, de fato, a aventura.

3. dia: Descansar? Nem pensar... chegaremos de manhã e  já iremos visitar a Cidade Antiga, Khasti Imom, incluindo a madrassa Barak Khan, visitaremos a madrassa Kafal Shohi , com uma biblioteca localizada na mesma praça e de grande importância por abrigar o 'Alcorão de Usman'. Continuaremos com visita às madrassas Kukaldosh e Abdul Kasim, datas do século XVI - XIX, e finalmente o Bazar Chorsu. O almoço será num restaurante local. Qual a moeda local? Não tenho nem idéia, nem de qual a comida típica. Surpresas e mais surpresas...

4. dia: De manhã visitaremos a cidade de Tashkent com seu Museu de Artes Aplicadas, a Praça da Independênica, fontes da cidade, monumentos modernos, Praça da Ópera e Ballet, Praça Amir Temur. O almoço será novamente em restaurante local. À tarde, seguimos para o aeroporto e embarcamos com destino a Urgench. Fica do outro lado do país, em direção ao Mar Cáspio, e praticamente na divisa com o Turkmenistão (este sim um país complicado, e a recomendação é não visitá-lo, pois é difícil entrar e sair). 

5. dia: Seguiremos para Khiva (+- 30 kms). Esta é uma cidade encapsulada no tempo, sendo a mais remota das cidades oásis da rota. Guarda um dos seus mais preservados acervos circundados pelas intactas muralhas. Mesmo nos tempos de celebridade, Khiva nunca foi grande. E, na tualidade, cresceu para dentro de suas próprias muralhas, fato que contribuiu para que a cidade continuasse sendo centro de interesse de visitantes. 
Seguiremos então à cidade de Ichan-Kala, um complexo arquitetônico dos séculos XII - XIX: minarete Kalta Minor, fortaleza e arco Kunya, madrase de Mohammed Rahim Khan, minarete e madrassa Islam Khodja. Após o almoço continuamos com a visita ao complexo arquitetônico Tash Hovli, o mausoléu Pahlavan Mahmud e a Mesquita Juma do século X.  

6. dia: Neste dia, andaremos 550 km de carro. A previsão é de 11 horas, ou seja, a estrada não deve ser das mais bem conservadas. O destino é Bukhara, e cruzaremos o deserto Kizil-Kum que significa 'areias vermelhas'. Atravessaremos o rio histórico Amudarya. Almoço do tipo lunch box, porque no trajeto não há absolutamente nada que indique haver um restaurante. Banheiro? Sei lá... depois eu conto...

7. dia: na cidade de Bukhara visitaremos o mausoléu Chashmai Ayub, a mesquita Cake Hauz, a Citadela Ark. Após o almoço, continuaremos com a visita ao minarete Kalyan e a mesquita Poi Kalyan, as madrassa Miri Arab, Toki Zargaron, Ulugbek, Abdul Aziz ... haja madrassas. Seguimos para o Domo Toki Telpak Furushon e o complexo Lyabi Hauz e o Chor Minor. 


8. dia: mais uma vez viajaremos de carro, desta vez por 300 km e levaremos 7 horas. A estrada promete... O destino é Shakhrisabz, a cidade natal de Tamerlão (Timur), localizada ao sul de Samarkand. Visitaremos as ruínas do palácio de verão, as mesquitas Ak-Saray e Kok-Gumbaz (Domo Azul - vi umas fotos, deve ser lindíssima), que foi construído por Ulugbek em homenagem a seu pai. Atrás do domo encontra-se o mausoléu da família contendo várias estruturas impressionantes. Próximo também se encontram as ruínas do conjunto Khazrati-Imam, outro mausléu enorme contendo a tumba do primogênito de Tamerlão. Continuaremos a viagem a Samarkanda após o almoço (+- 90 km). 

9. dia: Visita à cidade de Samarkanda: complexo Registan (Praça Principal), símbolo emblemático da grande rota, Madrassa Ulugbek. Bem em frente, fica a madrassa Shir-Dor (século XVII) e, em meio a ela, a madrassa Tllya Kari (século XVII), o mausoléu Guri Emir, a mesquita Bibi-Khonum, o bazar SIAB. Continuaremos com a necrópole de Shah-i-Zinda, as ruínas de Afrosiab- as escavações e o museu da cidade antiga e o observatório Ulugbek. Após o almoço, viagem em carro a Tashkent. 

10. dia: pensou que seria um dia de descanso? Que nada! Seguimos para Fergana, que fica a mais ou menos 350 km). Fica praticamente na divisa com o Kirgiztão. Localizou? Fica nas montanhas, prá lá de 2000 de altitude. Quem sabe agora um pouco de frescor das montanhas? É que no vale esperamos algo em torno de 36-38 graus, pela previsão metereológica. No caminho, visitaremos Kokand, com seu Palácio de Khudayar Khgan, a tumba dos reis, o mausoléu Dahma-i-Shakhon, o mausoléu Modari Khan, a madrassa Narboutabek, a mesquita Djoumi. Seguimos para Rishtan, conhecida por sua cerâmica. É uma pena que somente poderemos levar 15 kgs de bagagem ou seja, comprar uma lembrancinha de cerâmica - nem pensar...  Chegaremos em Fergana no final de tarde. 

11. dia: Retorno a Tashkent, novamente encarando os 350 km (que devem ser demorados pois não há previsão de horário de chegada), com parada em Margilan para visitar a famosa fábrica de seda, onde poderá ser vista a produção desde o início. Neste meio tempo já somos quase 'experts' em visitação a fábricas de seda. Visitamos na Tailândia, no Viet Nam, na China, e agora no Uzbequistão. Meu marido fica maluco, pois eu não resisto e compro pelo menos uma encharpe, não sem antes ter olhado todas as em oferta e demorar séculos para decidir por uma... Mais uma madrassa pelo caminho: Hadia Said Ahmad e a mesquita e mausoléu Chakar Hadja Magiz. 

12. dia: início do retorno a São Paulo. Sairemos de Tashkent de madrugada, viajaremos até Istambul e de lá para São Paulo. Será um longíssimo dia.

Chegaremos exaustos???????? Sem dúvida nenhuma... repletos de impressões novas, paisagens austeras, quem sabe paisagens exuberantes, quem sabe com histórias prá contar... tendo conhecido um pouquinho deste mundo desconhecido que está prestes a se descortinar para nós.