sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

De volta ao Brasil

Ficamos no hotel Manantiales, em Visadoro, sem dúvida o melhor hotel que ficamos durante esta viagem. Fica na ruta 14, e faz parte do casino. Conseguimos jantar neste hotel, o que foi um verdadeiro milagre, porque no dia 25/12 fecha absolutamente tudo. Mas o casino abriu as portas, assim como o restaurante também, para nossa sorte. 
Está muito quente. Às 9 horas da manhã, 29 graus. Pretendemos passar a fronteira em Bernardo de Irigoyen, em frente a Barracão, no Paraná. 
Em Eldorado fomos a um supermercado.Resolvemos almoçar uma parilla, mas não achamos restaurante. 33 graus. Um calor sufocante. O jeito é continuar e tentar achar uma parilla pelo caminho, para gastr nossos últimos pesos.
Não achamos restaurante, e assim gastamos nossos pesos abastecendo em Bernardo de Irigoyen. A temperatura subiu para 34 graus, muito abafado, choveu no caminho, o asfalto ferve. Sestamos às portas do Brasil. É bom retornar à terrinha. 
Passamos às 15 horas. Havia uma fila grande pra passar.
A viagem para Guarapava foi tranquila. Pegamos estradas secundárias, foi lindo passar entre campos de soja e de milho.







quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Entreveros com a policia argentina...

Hoje é 25 de dezembro. Dia de Natal. Como está absolutamente tudo fechado e praticamente ninguém pelas ruas, resolvemos dar uma longa esticada de carro e tentar chegar até Posadas. Logo na saída de Córdoba havia um controle policial debaixo de uma ponte. Como não havia nem trailer policial, isto parecia meio suspeito. Dois homens fardados faziam o controle. Um carro estava sendo controlado, e nós fomos nos aproximando devagarinho. Um dos policiais nos parou, na própria pista, o que foi estranho, e Ronald não parou totalmente de primeira. O policial mandou parar, e Ronald respondeu que não sabia se era polícia ou bandido. Eu gelei, e já nos vi retidos por desacato à autoridade. O policial ficou tão estupefato com este comentário que de cara não teve reação. Depois mostrou para seu uniforme de policial e Ronald comentou que isto não queria dizer nada, que bandido também usa farda. Perguntou de onde nós éramos, explicamos, pediu para ver os documentos e comentou que a nossa carteira de habilitaçào era muito feia...depois permitiu que seguíssemos viagem. Ainda fomos parados várias vezes. Ora para ver os documentos, ora pra fazer pergunta besta como se tínhamos passageiro no assento de trás. Era visível que não tínhamos outro passageiro conosco.
A estrada de Córdoba a Santa Fé é aprazível, bem cuidada. Depois da cidade de Paraná, a estrada 127, que passa por Federal, fica muito ruim. É uma antiga estrada de concreto, com muitos desníveis e rachaduras, ruim mesmo, e é um trajeto ermo, sem nada no entorno, muito mal cuidada. Comentamos que a estrada era tão ruim que nem polícia tinha. O calor de 32 graus sufocante, difícil mesmo ficar fazendo controle na estrada. Uns 20 km depois passamos por um controle, dois policiais estavam sentados em cadeiras debaixo de uma sombra de árvore. Não nos pararam. Nem dois quilômetros depois, novo controle. A polícia nos para e, acredite se quiser, nos pede uma contribuição financeira. Ronald fica extremamente bravo, se recusa a dar uma contribuição e fala da sua grande decepção com a polícia argentina, relata o que nos aconteceu na vinda e informa que vai por a boca no trombone e escrever para o embaixador brasileiro na Argentina. O guarda fica meio consternado e pede desculpas pelos seus colegas. Isto tudo no meio de uma estrada semi abandonada, sob um calor escaldante.O guarda nos libera, e continuamos nossa trajetória.






Decidimos ficar em Virasoro, onde chegamos às 19:30. A temperatura não baixou muito, agora estamos com 30 graus. Esta será a última noite na Argentina. 

Refazendo um caminho de 34 anos atrás...

Nas últimas 4 décadas viemos muitas vezes à Argentina . A 34 anos fizemos uma longa viagem, de várias semanas, com a nossa velha Belina, e num dos trajetos passamos por cima das montanhas de Córdoba a Mendoza. Parte deste trajeto refizemos hoje. As pedras continuam iguais, a paisagem continua igual, daquela vez a estrada era toda de rípio, agora é toda asfaltada, no altiplano, de mais de 2000 de altura. Daquela vez estava chovendo, hoje estava um sol de brigadeiro.  Foi emocionante conseguir recordar fragmentos daquela viagem, comparar nossa vida daquela época com a de hoje, relembrar que estamos nesta viagem da vida juntos a mais de quatro décadas... 














Almoçamos no caminho. Excelente almoço, num lugar muito bucólico...



É a primeira vez que viajamos no Natal sozinhos. É estranho, uma nostalgia se instala, e fica muito claro o quanto família é importante. Não creio que vamos repetir a experiência...Natal é com a família! 

Passamos por Carlos Paz e chegamos a Córdoba no meio da tarde, com um calor de 32 graus. Depois de nos instalarmos no único hotel reservado com antecedência, fomos dar uma volta na cidade. Estamos no centro. 






Prédios decadentes, paredes descascando, ruas muito sujas, lixo se acumulando. Estávamos com sede, queríamos tomar cerveja, mas tudo estava fechado. Achamos uma lojinha de bebidas, compramos a cerveja, e onde sentar? Resolvemos sentar numa escadaria de um prédio pra tomar a cerveja. Tive um acesso de riso. Era uma situação esdrúxula. Dois sessentões, acho que um dos poucos turistas na cidade , sentados numa escadarialá não muito limpa, numa cidade estranha e ficando cada vez mais vazia, tomando cerveja. Se contar ninguém acredita.
 

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Agruras de uma navegadora...

Saímos de Zapala às oito da manhã, com o sol já intenso, um prenúncio do que estava por vir. Zapala é uma cidade feia, suja, mal cuidada, espelho da situação difícil na qual o país se encontra. Inicialmente havíamos pensado em subir ao norte pela ruta 40, margeando os Andes, mas mudamos de idéia e decidimos ir para Nequen e de lá pegar a RN 151 destino San Rafael. A estrada entre Zapala e Nequen estava lotadaça. Nunca vimos tanto trânsito assim na estrada. Exigiu muita perícia e concentração do motorista. Os argentinos são indecisos e lerdos para ultrapassar, acho que é falta de experiência de estrada. E isto tornou o trajeto muito moroso e cansativo. O volume de carros deve ter a ver com a proximidade das festas natalinas e por se tratar de uma das rotas para a região dos lagos.
Chegando em Nequen o que deu trabalho para mim, como navegadora, uma vez que estamos sem GPS, foi a falta de sinalização. Foi um sufoco achar a RN 151. A sinalização é precária ou inexistente, o excesso de veículos na estrada não ajuda, placas mal colocadas não ajudam. Por diversas vezes a placa indicativa vinha depois da entrada. Realmente não entendi a lógica disto... Era ficar o tempo todo com um olho no mapa e com o outro na sinalização precária ou inexistente. Agruras de uma navegadora...





Abastecemos e finalmente entramos na RN 151, uma estrada com muitos retões, bastante tråfego, mas não tanto quano antes. Tem um argentino num carro que não suporta ser ultrapassado, e quando o ultrapassamos fica louco da vida, acelera tudo que pode, nos ultrapassa de novo e aí fica frustrado que não entramos no jogo dele, reduz tanto que chega uma hora que o ultrapassamos de novo e o joguinho começa de novo...ridículo! 
O calor é intenso, o asfalto ferve. 
Durante horas viajamos pelo mesmo cenário desértico. Depois de Santa Isabel, a paisagem mudou um pouco. Mais verde, com muitos arbustos de médio porte, mas sem árvores. Próximo de General Alvear começaram a aparecer canais de irrigação, parreirais e plantações de árvores frutíferas, de longe me pareceram macieiras. As casas mais arrumadinhas, jardinzinhos na frente, tudo mais cuidado. Decidimos ir a San Luis em vez de San Rafael. Queremos comprar vinho, e no Natal fecha tudo. Às 13 horas, tudo fecha e somente reabre às 17 horas. É a famosa siesta. Com este calor, mais do que compreensível, mas é estranho passar por vilarejos e pequenas cidades que parecem abandonadas, as janelas fechadas, sem viva alma.
Nesta viagem também chamou- nos atenção que não há mais restaurantes de beira de estrada que oferecem parilla. Às vezes até tem a propaganda de parilla, como no restaurante ao qual fomos ontem à noite, mas parilla somente há aos domingos, ao meio dia. São hábitos que mudam ao sabor da crise. 
Paramos num posto, e não havia diesel. Tivemos que rodar 190 km para conseguir abastecer. E é difícil fazer pagamentos com cartão. Aceitam somente 'efectivo', e às vezes consegue-se pagar em dólares, a péssimo câmbio.  
Também percebe-se a crise na frota envelhecida e com baixa manutenção de carros. 
A vida aqui não está nada fácil...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Despedindo-nos do Chile

Mais algumas fotos do trajeto pelo fjord e depois até chegada em Frutillar







Pernoitamos em Frutillar, uma simpática cidade não muito distante de Puerto Montt. Ficamos no Hotel Am See, simples, aconchegante. Tomamos o melhor café da manhã desta viagem.











Pegamos a route 5 em direção ao norte. Faremos um trajeto que não conhecemos ainda: na altura de Valdivia, entramos à direita em direção a Panguipulli, passamos por vários lagos até Villarrica, seguimos para Cunco, Melipeuco e cruzamos a fronteira em Icalma, para seguir então a Neuquen, na Argentina. 

O trajeto traçado foi lindo. Realmente veleu a pena, e o belíssimo dia contribuiu.










Paramos para almoçar próximo a um riacho. Um verdadeiro piquenique de queijo, pão e vinho. Momentos como este são impagáveis.


O caminho é bucólico, e o dia de céu azul de brigadeiro ajudou. Passamos rapidamente pela aduana do Chile, mas na da Argentina, meu Deus, como demorou. Parece que nosso carro não foi registrado pela aduana na entrada, agora não localizam nada na internet e nos seguram aqui. 

















A espera para liberação na aduana argentina é longa. Está bem quente, apesar de estarmos numa altitude de 1300 m. Já imagino o calor que deve estar em Nequen. Nos liberaram e podemos continuar viagem.
Ē muito linda a passagem e continuidade da viagem até Zapala. Passamos por um lago belíssimo em La Angostura, e d pous  passamos por paisagens já nossas velhas conhecidas, desérticas, com estrada de ripio até Primeros Pinos e cepois asfalto. EntrMos em Zapala e fomos diretamente para uma concecionária Ford, pois o carro a usa dois problemas que precisam ser sanados. Por isso, iremos pernoitar em Zapala mesmo e continuamos para Neuquen amanhã.