Chegando em Nequen o que deu trabalho para mim, como navegadora, uma vez que estamos sem GPS, foi a falta de sinalização. Foi um sufoco achar a RN 151. A sinalização é precária ou inexistente, o excesso de veículos na estrada não ajuda, placas mal colocadas não ajudam. Por diversas vezes a placa indicativa vinha depois da entrada. Realmente não entendi a lógica disto... Era ficar o tempo todo com um olho no mapa e com o outro na sinalização precária ou inexistente. Agruras de uma navegadora...
Abastecemos e finalmente entramos na RN 151, uma estrada com muitos retões, bastante tråfego, mas não tanto quano antes. Tem um argentino num carro que não suporta ser ultrapassado, e quando o ultrapassamos fica louco da vida, acelera tudo que pode, nos ultrapassa de novo e aí fica frustrado que não entramos no jogo dele, reduz tanto que chega uma hora que o ultrapassamos de novo e o joguinho começa de novo...ridículo!
O calor é intenso, o asfalto ferve.
Durante horas viajamos pelo mesmo cenário desértico. Depois de Santa Isabel, a paisagem mudou um pouco. Mais verde, com muitos arbustos de médio porte, mas sem árvores. Próximo de General Alvear começaram a aparecer canais de irrigação, parreirais e plantações de árvores frutíferas, de longe me pareceram macieiras. As casas mais arrumadinhas, jardinzinhos na frente, tudo mais cuidado. Decidimos ir a San Luis em vez de San Rafael. Queremos comprar vinho, e no Natal fecha tudo. Às 13 horas, tudo fecha e somente reabre às 17 horas. É a famosa siesta. Com este calor, mais do que compreensível, mas é estranho passar por vilarejos e pequenas cidades que parecem abandonadas, as janelas fechadas, sem viva alma.
Nesta viagem também chamou- nos atenção que não há mais restaurantes de beira de estrada que oferecem parilla. Às vezes até tem a propaganda de parilla, como no restaurante ao qual fomos ontem à noite, mas parilla somente há aos domingos, ao meio dia. São hábitos que mudam ao sabor da crise.
Paramos num posto, e não havia diesel. Tivemos que rodar 190 km para conseguir abastecer. E é difícil fazer pagamentos com cartão. Aceitam somente 'efectivo', e às vezes consegue-se pagar em dólares, a péssimo câmbio.
Também percebe-se a crise na frota envelhecida e com baixa manutenção de carros.
A vida aqui não está nada fácil...
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