sábado, 30 de maio de 2015

Chá feito com carne seca? E não ē que é uma delícia? Vivendo e aprendendo...

Para hoje havia muitas visitas no programa. Inicialmente fomos ao monastério de Gandan. Na Mongólia, grande parte da população é budista, mas também há xamanistas. Cristãos há muito poucos, e muçulmanos também quase não há. O mosteiro estámeio mal cuidado, principalmente a parte exterior. Mas Ulan Bator inteira dá a impressão de mal cuidada. Assistimos uma cerimônia com os monges, andamos de costas para sair, e rodei dezenas de rodas, meu braço ficou dolorido. Também fiquei meio nauseada com a quantidade de incenso que aspirei, por orientação do guia, para espantar os maus espíritos. 


O Mosteiro Gandantegchinlen abreviado Gandan é um mosteiro estilo tibetano no capital da Mongólia , Ulaanbaatar , que foi restaurado e revitalizado desde 1990 .  Seu nome tibetano se traduz como "Great Place de Absolute Joy".  Atualmente residem lá várias centenas de monges.  No interior há uma estátua de 25m.  O mosteiro foi fundado oficialmente em 1835 com a construção de seu primeiro templo (embora houvesse alguns edifícios budistas no local). Logo tornou-se o principal centro de ensino budista da Mongólia . 



No início do século XX viviam lá um total de 25.000 monges. Na década de 1930, o movimento comunista na Mongólia, sob a liderança de Khorloogiin Choibalsan e influenciados pela União Soviética e Josef Stalin , destruiu todos os mosteiros do país, exceto uns poucos e matou mais de 15 mil lamas. Tendo escapado à tremenda destruição, o mosteiro Khiid Gandantegchinlen foi fechado em 1938, mas reabriu as suas portas em 1944. Foi autorizado a continuar a operar como único monastério budista ativo na Mongólia, com um mínimo de pessoal e de uma pequena amostra de respeito pela religião e cultura tradicional mongol.   A estátua do templo original é inteiramente feito de cobre, e foi criada após um apelo por fundos entre o povo mongol em 1911. Após o fim da era soviética a estátua Migjid Chenrezig foi reconstruída em 1996 , novamente graças a doações e contribuições do povo mongol nepaleses e japoneses .  Ela mede 26,5 metros de altura e pesa 20 toneladas, além de ser coberto com folhas de ouro e adornado com 2.286  pedras preciosas e mais de 100 kg de pedras de seda.  É realmente um espetáculo. 


De lá seguimos para o Museu de Belas Artes de Zanabazar. Como sempre, não se pode tirar fotos, o que a ho uma lástima. E não é para proteger as obras, pois mediante o pagamento de 20 dólares é permitido fotografar. Nos recusamos a desembolsar este dinheiro, e realmente achamos que em Ulan Bator não vale a pena. 


Geghen Zanabazar (1635-1723) era um descendente de Chingis Khan, nascido em uma família proeminente Oirot Mongol.  No final do século 17, na sequência de um período de guerra civil entre os Oirots e os Khalkas, apoiou a idéia de Qing (Manchu)de ter a soberania sobre a Mongólia.  Considerado uma reencarnação viva de um dos líderes budistas anteriores importantes na Mongólia, se tornou o primeiro Jebsundamba Khutuktu (Bogdo Khan) ou governante teocrático da Mongólia, sob os auspícios de Qing.  Ele é muito venerado por suas contribuições à aprendizagem budista e para as suas reformas do budismo mongol.  Como escultor, ele tem sido chamado de "Michelangelo mongol." Seu trabalho mais requintado pode ser visto em algumas das estátuas de bronze dourado no Museu de Belas Artes e no Museu do Palácio de Inverno do último Bogdo Khan em Ulaanbaatar. O museu de belas-artes tem uma coleção de pinturas e esculturas interessante, incluindo muitos do escultor e artista reverenciado Zanabazar.  Ele também contém outras, como o thangka (pinturas) e estátuas budistas. Também valeu a pena conferir as máscaras tsam (usadas pelos monges durante as cerimônias religiosas) e as pinturas intrincadas. Estas pinturas retratam quase todos os aspectos da vida nômade. O prédio em si tem algum valor histórico.  Foi construído em 1905, tornando-se uma das mais antigas Manchu da era de edifícios comerciais na cidade.  Foi usado pela primeira vez como um banco chinês, as tropas soviéticas se hospedaram no hotel em 1920 e mais tarde serviu como primeira loja Departamento Estadual. 

Em seguida fomos almoçar num restaurante de comida típica, e realmente vale a pena. A comida estava excelente. Fiquei espantada com a preparação do chá. A base não é água e sim leite. Ferve-se o leite, e acrescenta-se, pasmem! Um pouquinho de carne  seca, um pouquinho de arroz, um pouquinho de sal e um saquinho de chá. Tomei o chá meio desconfiada, e não é que ele é bom? Um espanto! 



Depois do almoço, fomos ao Palácio de Inverno de Bogd Khan. Que deçepção! Caindo aos pedaços! Um descuido total. Há algumas peças expostas nos interiores, mas novamente ficamos sem fotografar. 




Bogd Khan (1869-1924) foi o primeiro e único Khan da Mongólia após a declaração de independência da dinastia Qing em 29 de dezembro de 1911. Ele também era o líder espiritual do budismo tibetano na Mongólia sendo a reencarnação do oitavo Jebtsundamba Khutuktu. Durante os primeiros anos de seu reinado foi estabelecido na Mongólia, a teocracia parlamentar. Após a declaração de independência, as tropas da República da China invadiram a Mongólia em 1919 e ele foi colocado sob prisão domicilar. No entanto, em 1921, foi libertado pelo barão russo Roman Ungern von Sternberg, que pretendia assumir o controle da Ásia Central, mas as forças de Sukhe Bator repelem Ungern von Sternberg, proclamando a segunda independência e instauraram a revolução comunista como tendo em Bogd Khan uma figura simbólica e com poderes limitados, enquanto o governo ficaria com os primeiros-ministros provenientes das filas do novo Partido Revolucionário do Povo Mongol, o partido comunista mongol. Khan Bogd reinou até 1924, quando morreu. Posteriormente, o governo comunista declarou que não existiam mais reencarnações de Jebtsundamba Khutuktu e estabeleceu a República Popular da Mongólia. O Palácio de Inverno de Bogd Khan hoje é uma atração turística em Ulan Bator, capital da Mongólia. O Bogd Khan Palace Museum foi construído entre 1893 e 1903. Diz-se de ser a casa do último rei da Mongólia, Javzan Damba Hutagt VIII. Este edifício tem muitos templos e casas que têm um número de obras de arte dos budistas. Há também uma notável coleção de presentes privados de Javzan Damba Hutagt, que recebeu dos governantes e reis do Mundo. Há pinturas específicas de Marzan Sharav que retrata cenas de humor e ironia da vida cotidiana. Este museu é dividido em duas partes, o palácio de verão e o palácio de inverno, que é um edifício de dois andares branco construído em estilo europeu. O palácio de verão está repleto de estátuas antigas de deuses. O Palácio de Inverno está situado perto da Praça em Chingisiin Orgon Choloo.
Quando saímos do palácio, ainda faltavam duas horas para a apresentação de músicas e danças folclóricas que iríamos assistir. Em função de um mega engarrafamento não valia a pena retornar ao hotel. Ronald pediu , então, para ver a termoelétrica. O guia não acreditou em pedido tão inusitado. Foi o primeiro turista, na vida dele, que queria ver uma termoelétrica... O caminho até lá foi penoso, ruas muito ruins e tambēm engarrafadas, havia uma tempestade de poeira, mas achamos que valeu a pena, pois assim vimos um pouco da periferia. 


De lá seguimos para o primeiro shopping, recentemente inaugurado, de Ulan Bator, pois queríamos ver uns dinossauros originais, descobertos no deserto de Gobi. Parecíamos et's num shopping cheio de mongóis. Tiraram muitas fotos nossas, afinal não é todo dia que veem dois espēcimes tão diferentes deles...






Dali seguimos para o teatro de folclore, e realmente a apresentação foi primorosa, emocionante, e valeu muito, muito a pena. Gostamos demais!  


Seguimos então para um restaurante coreano onde comemos comida típica de lá. Ronald gostou muito, eu achei dispensável, assim não comi muito.

Estamos exaustos. O dia foi longo e cansativo, e amanhã sairemos de madrugada rumo ao sul da Mongólia, para o Deserto de Gobi.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Mongólia: de Gengis Khan à democracia

Chegamos em Ulan Bator um pouco depois do horário previsto. Nosso guia Tuchkin já estava esperando. Levamos um susto quando saímos do trem, pois saímos da Russia com dois vagões e a locomotiva, e chegamos em Ulan Baatar com 20 vagões. Bem que percebi uma movimentação durante a noite a cada parada. Eram os vagões sendo anexados. 
Fomos ao hotel, e depois de um laudo café e banho dormimos algumas horas. Estávamos exaustos. Após o almoço no próprio hotel, fomos ao Museu Nacional, o que foi muito interessante, porque conhecemos as diversas épocas pelas quais passou a Mongólia até os dias atuais. Não fotografamos dentro do museu.


Em seguida subimos a colina Zaisan. Não contei as escadas, mas foram muitas. De lá se tem uma boa vista panorâmica da cidade. 











Ulan Bator translit. Ulaanbaatar é a capital e a maior cidade da Mongólia. Tem cerca de 1,5 milhão de habitantes.  Foi fundada em 1649 e designou-se Urga até 1924. A partir desse ano, a cidade ganhou o nome atual, que significa "herói vermelho", na língua mongol. Localizado no centro-norte da Mongólia, a cidade encontra-se a uma altitude de cerca de 1.600 metros, em um vale no Rio Tuul. É o principal centro econômico, corporativo e cultural do país. Ulan Bator é, ainda, o centro da rede de estradas da Mongólia, sendo servida por um transporte ferroviário extenso, entre os quais a Transiberiana, que a interliga ao sistema ferroviário da Rússia e da China. A cidade é servida também pelo Aeroporto Internacional Chinggis Khaan, o mais movimentado na Mongólia. A cidade foi fundada em 1639, inicialmente como um centro monástico budista móvel (nômade). Em 1778, ela estabeleceu-se definitivamente na sua atual localização, na confluência dos rios Tuul e Selbe. Pouco antes disso, Ulan Bator mudou de localização vinte e oito vezes, com cada local sendo escolhido cerimonialmente. No século XX, Ulan Bator cresceu e tornou-se um importante centro de produção, vindo a ser a capital mongol a partir de 1911.













Possui um rigoroso clima subpolar — ou subártico —, com verões frescos e relativamente chuvosos e invernos longos, secos e gelados. A temperatura média anual de Ulan Bator é de -3 °C, sendo, desta forma, a capital nacional mais fria do mundo. Janeiro é o mês mais frio na cidade, com temperatura média de -22 °C, e o mês mais quente é julho, com média de 16 °C. Apesar de possuir invernos normalmente muito secos, a gélida cidade pode ser atingida eventualmente por violentas tempestades de neve. A temperatura atinge facilmente -30 °C ou -40 °C (com um recorde de -49 °) durante os meses mais frios, e a precipitação média anual é de 365 mm, concentrada principalmente no verão, que já registrou uma temperatura recorde de 38 °C e frequentemente apresenta noites com temperaturas abaixo de 0 °C. A cidade está situada numa zona de solo do tipo permafrost esporádico, o que implica grandes cuidados na construção de edifícios e estradas, sob o risco de afundamento das construções, pelo perigo de rompimentos no solo congelado ou com o degelo deste, nos meses de temperaturas mais elevadas.

O desenvolvimento da Mongólia foi através da cooperação com a União Soviética, que gerou benefícios através da geração de riquezas. A contrapartida foi subjugar o povo ao regime comunista por setenta anos. 

A Mongólia é um país grande com somente 3 milhões de habitantes. Está situada entre a Russia e a China. Depende das boas relações com estes dois países, o que já gerou longos períodos de dependência com a Rússia. A Mongólia não tem expressão internacional e,talvez por isto, tem um imenso orgulho dos seus heróis e das suas vitórias, como Gengis Khan e a vitória na segunda guerra, entre outras. Numa praça está exposto um tanque que entrou em Berlim e depois foi transportado de trem até a Mongólia, e é motivo de orgulho. 







Já era noite quando descemos a colina, e fomos a um restaurante para jantar. Tudo aqui é muito demorado, pois o trânsito é infernal e caótico, as ruas laterais com traçados. Uito irregulares, não é fácil transitar nesta cidade.