sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Eram os deuses astronautas??????????? -05

30 de dezembro de 2011
O hábito de levantar cedo nesta viagem é tão grande que hoje acordei às seis da manhã sem haver esta necessidade. Dorminhoquei mais um pouco e resolvi me preparar para tomar café e aproveitar o dia, pois a programação hoje é bater perna, bater muita perna pelo centro histórico da cidade e mercado inca.  Dito e feito. Primeiro fui ao mercado inca, mas estava tudo fechado. Peguei, então, um táxi, que fez o preço de 20 soles – não tenho nem idéia se isto é muito ou pouco – e fui ao centro histórico. O trajeto é longo, acredito que este seja o preço justo. No centro histórico andei muito. Andei pela Plaza Del Armas, visitei a catedral, fui ao convento de São Fransisco, visitei mais algumas outras igrejas e prédios históricos, fui ao congresso, enfim, visitei tudo que era possível visitar.




Somente não entrei em museus pois estes, se visitar, será junto com Ronald, que chega hoje, de moto, de Cuzco. O mesmo taxista dispôs-se a me buscar algumas horas depois, o que aceitei com bom grado. Na hora combinada, estava me esperando, e me levou ao centro de artesanato inca. Na hora de pagar 20 soles, cobrou 30, dizendo que o retorno é mais caro. Paguei, mas fiquei super, hiper chateada, pois se fosse honesto, teria me dado esta informação antes de embarcar. É triste que, em todo país, há os aproveitadores, e que deixam impressões ruins sobre o país. Enfim, decidi abstrair, e perambulei pelo centro de artesanato inca. A oferta é imensa. Não queria comprar nada, somente olhar a oferta. Há uma variedade enorme de produtos de prata, muito bonitos, e quase balancei para comprar um colar e brincos. Mas me mantive firme. Acabei comprando um cachecol para dar de presente, e um presente para minha filha e genro. Saí do centro de artesanato e resolvi andar pelas ruas paralelas e transversais, até achar um supermercado para comprar água e barras de cereal. É importantíssimo beber muita água, pois o clima é extremamente seco. Não chove em Lima desde 1975 – isto é inacreditável, uma vez que há muitos parques. Todos eles passam por irrigação para sobreviver. Fico impressionada como tiram ‘leite de pedra’. Ontem andamos de ônibus por horas margeando o deserto e, de tempos em tempos, vimos plantações de frutas, de alcachofras e aspargos. Por incrível que pareça, o aspargo cresce 30cm por dia na época da colheita, o que faz com que os agricultores o cortem duas vezes por dia. O Peru exporta aspargo e alcachofra. A irrigação é realizada, em parte, com água desalinizada. Há água subterrânea, mas é preciso perfurar poços cada vez mais profundos – atualmente 120m – e está proibido abrir novos poços.
Fui ao supermercado e comprei água e dois pacotes de barras de cereal. Andei mais um tanto e, quando cheguei ao hotel, cadê os pacotes com as barras de cereal? Simplesmente não achei mais. Procurei por tudo que é canto, esvaziei minha bolsa ‘n’ vezes, e nada de achar. Retornei ao supermercado, mas é claro que lá ninguém tinha visto nada, não estavam. Não me restou outra alternativa que comprar novamente os pacotes de barras de cereal. Mistério...
Retornei ao hotel, agora já bem cansada... mas ainda parei num quiosque para comprar cerejas.  Lavei as cerejas ao chegar no hotel e as comi – que delícia! Super doces, e a sua carne frutosa é bem firme. Comi todas de uma vez só – espero que não dê dor de barriga, rsrsrs.
Resolvi ficar no hotel no resto da tarde, para esperar pela chegada de Ronald, para tratar as fotos que tirei ontem e hoje e para carregar o post. Afinal, não sou de ferro, e preciso dar uma parada antes de continuar.
Detalhes da decoração da árvore de natal na Plaza Del Armas. Simplesmente magnífico!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Eram os deuses astronautas??????????-04

29.12.2011 – Paracas

Cheguei ao hotel Haciendas no final de tarde, após atraso do ônibus em quase uma hora e mais uma viagem de 90 minutos. Mas, para minha surpresa, este hotel é espetacular e, contrariando minhas expectativas de ‘single’, fizeram um upgrade sem custos da minha reserva e estou instalada numa suíte com varanda que dá diretamente para dentro da piscina, com direito a vista do Oceano Pacífico e o Deserto de Paracas. Simplesmente deslumbrante.



Como já estava praticamente anoitecendo, dei uma volta pelo hotel e praia, e depois fiquei curtindo o cair da noite da minha varanda prive.


 Um belo banho, belo jantar e caí na cama, exausta. Esta noite dormi simplesmente 10 horas. Não sei por quê, mas o cansaço aqui sempre é grande, fui dormir cedo todos os dias para recuperar as energias para o dia seguinte.

Fizemos um passeio maravilhoso de barco, inicialmente para ver o ‘candelabro’ ou ‘tridente’ e depois fomos às Ilhas Ballestras, apreciar os milhares de pássaros, pingüins, leões marinhos. Foi realmente um passeio muito lindo, acho que o melhor que fiz até agora.

Ao norte da planície de Nazca, há uma estranha e bizarra imagem. O famoso "tridente" ou "candelabro". Traçado sobre a duna ocre e salitrosa da ponta Pejeney, na península de Paracas, parece não ter nenhuma ligação com o "tabuleiro maldito" de Nazca, ou muito menos, com a mítica Machu-Picchu, ou a cidade de Cuzco, pelo menos no que se refere à direção. A única similaridade com Nazca refere-se à secura do lugar. Foi isto que permitiu que a imagem permanecesse intacta até hoje no local.
O "tridente" aponta na verdade para o norte, com seu eixo central apontando diretamente para a Ilha Blanca, perdendo-se então no Oceano Pacífico.
Suas dimensões variam de incríveis 183 metros de comprimento contra 3.2 metros de largura e de 1 a 1.2 metros de profundidade nos braços.
Quando escavado no interior dos "braços" do tridente, nos deparamos com outra surpresa. A 10 ou 15 centímetros do solo, a areia desaparece, dando lugar a uma costa branco-amarelada, de natureza cristalina, muito comum em toda a península de Paracas. Além de sua ofuscante luminosidade, possui uma superfície extremamente lisa. Provavelmente, há centenas ou milhares de anos, o "tridente" de Paracas certamente faiscaria ao Sol, como um candelabro de prata. Ou seja, se hoje em dia ele é visto do mar ou do ar com um colorido avermelhado-amarelento, no passado, poderia ser visto como um farol, podendo ser avistado, com um tempo limpo, há 20 quilômetros da costa.
Entretanto, qual a sua finalidade? Como as figuras de Nazca, apesar da quantidade astronômica de teorias a esse respeito, ninguém sabe ao certo o seu porque, ou o por quê de sua magnitude, apesar de que ao contrário de Nazca, seus construtores não parecem ter encontrado muitas dificuldades para a sua construção.
A teoria de que possa ter servido como um farol para orientar os marinheiros através das escarpas turbulentas da região é bem aceita.





quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Eram os deuses astronautas?????????????? - 03

28.12.2011 – Linhas de Nazca
Ontem a noite jantei no próprio hotel, aliás por absoluta falta de outra opção, e literalmente degustei um ceviche de pescado, que é uma das especialidades do Peru. Estava realmente delicioso, e a comida certa para dias quentes. Tá certo que à noite já não é mais quente assim, deveria ter trazido um casaco, porque é até bem fresquinho mas, nada que de fato atrapalhe. Fui dormir cedo. Não sei porquê, mas o cansaço é grande, apesar de não estar fazendo nenhuma estrepolia. Estou andando até pouco, em função de um estiramento muscular na perna direita, que anda me incomodando um pouco.
O que observei nos dias que estou viajando ‘single’, é que praticamente nenhuma pessoa procura contato com vc. Como na sua grande maioria são jovens, estão em suas próprias tribos, e provavelmente nem enxergam que há outras pessoas à sua volta. Mas mesmo casais de meia idade (3.idade não há praticamente ninguém, diferetentemente da Europa, onde se encontram muitas pessoas de 3. Idade viajando, sozinhas ou não) ignoram a existência de singles. Esta é uma experiência nova, e estranha. Ficar sem falar com ninguém, já pelo terceiro dia consecutivo, é meio esquisito. Até tentei contato, mas é visível e perceptível que não há interesse. Fico pensando na grande quantidade de singles de fato que existem, principalmente mulheres de meia idade. Talvez por isso sempre andam em bando de amigas. É mais freqüente ver homens do que mulheres viajando. Esta deve ser uma das razões.

Finalmente, fiz o sobrevôo sobre as Linhas de Nasca. Demoramos bastante para embarcar, mas já percebi que horários aqui não são levados muito a sério. O avião ainda estava sendo checado – avião é muito – aviãozinho chiquito seria melhor.


Para entrar, não foi nada fácil, pois é muito apertadinho. Mas, por incrível que pareça, couberam seis pessoas, não sei onde, mas couberam. Os instrumentos foram checados, o que demorou e já me deixou preocupada . Da torre, um homem fazia movimentos frenéticos com os braços de que a pista estava livre, que poderíamos sair. Finalmente o avião foi para a pista, e decolamos. Logo percebi que o risco de passar mal seria grande, pois o que balançava não estava escrito.




Levamos uma meia hora até chegar às linhas de Nasca. Realmente, é emocionante ver estas linhas. Talvez nem as teríamos percebido se o co-piloto não chamasse atenção, pois as linhas são tênues, e se perdem no emaranhado de outras linhas existentes.



Olhamos vários desenhos, o avião fazendo piruetas para que os 4 passageiros tivessem uma boa vista. Meu estômago quase saltou boca afora, suava frio, fiquei preocupada de dar um vexame, aí mesmo, no ar. Fiquei extremamente mareada, e depois descobri que os outros três passageiros também. Tirei fotos, mas não tinha certeza se realmente tinha acertado. Somente depois é que constatei que algumas fotos saíram, outras não.
O alívio ao retornar ao solo firme foi grande. Retornei ao hotel, e já era hora de fazer o check-out. Mais uma vez, defasagem de horário, pois o check-out é ao meio dia, mas o ônibus para Paracas somente sai às 14.30. Paciência! Fico sentada no saguão e, como tem wi fi, aproveito para escrever, postar as fotos, que é demorado, dou uma checada nos emails, etc.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Eram os deuses astronautas????????????? - 02

27.12.2011
Mais uma vez, foi necessário levantar de madrugada. Não havia nem café da manhã ainda, somente uma estação de café para um frugal cafezinho ou chá com croissant. Já era alguma coisa... O guia buscou-me pontualmente, e fomos à rodoviária. Surpreendi-me com a decoração e com a limpeza da rodoviária, fiquei realmente bem impressionada.




Despachei minha mochila, que está pesadíssima, uma vez que a mala ficou no hotel em Lima, e meia hora depois entrei no ônibus. É um ônibus de dois andares, até que confortável. Havia pela frente 5 horas de viagem. Saímos pontualmente às 7 horas e levou um tempo para atravessar a cidade. Agora vi a periferia, igual a todas as periferias do mundo, pelo menos do 3. Mundo.  Casas e casebres, muita gente na rua, sujeira, rostos que expressam cansaço, tristeza, refletem a dureza da vida. As casas não são de pau a pique nem de adobe, mas via de regra não tem pintura. São casas de tijolo, mas também há casebres de madeira. Há muitas avenidas amplas e largas. Muito trânsito, como em toda grande cidade. Lima estava encoberta por uma névoa densa, que me parece ser uma característica da região, pois somente depois das 9 horas é que a névoa dissipou.



No ônibus havia muitos turistas, todos jovens, e também pessoas locais. Durante a viagem, foram mostrados dois filmes em alto som, o que é um pouco cansativo para quem quer somente apreciar, em silêncio, a paisagem. Paramos algumas vezes, mas todas as paradas foram rápidas. A paisagem alterna entre dunas, que não são como as dunas que conhecemos no Brasil. São mais escuras, mais densas, o centro delas deve ser de arenito e pedrisco. Às vezes, havia plantações de milho, bananas, uvas, e alguns campos de frutas, me pareceram de laranja e macieiras.  Durante todo o percurso, a paisagem é bastante similar. De um lado o Oceano Pacífico, do outro  lado escarpas, dunas ou plantações.

Chegamos no hotel às 12 horas.



Fizemos check-in, mas eu somente vou receber uma habitación às 15 horas, apesar de alguns casais já terem recebido o seu apto. assim que chegaram. O que eu percebo toda vez que viajo sozinha é que as pessoas singles são deixados para trás, recebem os piores quartos, tem que esperar mais. Isto já me aconteceu em recente viagem à Itália, e agora de novo. Parece ser um padrão, que considero injusto e desonesto.
Estou no Hotel, realmente um lindo resort ladeado por dunas por um dos lados.


Não há o que fazer na   cidade. É pobre, suja, sem atrativos. O único atrativo que tem aqui são as linhas de Nazca, que sobrevoarei amanhã. Estou sentada no saguão esperando a minha vez de receber a chave do meu quarto. A área externa é muito bonita e bem cuidada, mas como estou ainda de calça comprida, meias e tênis não há nem como usufruir do espaço. O jeito é esperar chegar a minha vez sem ficar aborrecida e chateada.  
Um mapa meio fajuto, mas mostra as linhas de Nazca que sobrevoarei amanhã.
Algumas informações sobre as Linhas de Nazca.
As linhas de Nazca são geóglifos e linhas direitas no deserto peruviano. Foram feitas pelo povo Nazca, que floresceu entre 200 a.C. e 600 d.C. ao longo de rios que desciam dos Andes. O deserto estende-se por mais de 1.400 milhas ao longo do Oceano Pacifico. A área de Nazca onde se encontram os desenhos é conhecida pelo nome de Pampa Colorada. Tem 15 milhas de largura e corre ao longo de 37 milhas paralela aos Andes e ao mar. As pedras vermelho escuras e o solo foram limpas, expondo o subsolo mais claro, criando as "linhas". Não existe areia neste deserto. Do ar, as "linhas" incluem não só linhas e formas geométricas, mas também representações de animais e plantas estilizadas. Algumas, incluindo imagens de humanos, estendem-se pelas colinas nos limites do deserto.
As linhas de Nazca são imensas. A sua criação demorou centenas de anos e exigiu um grande número de pessoas trabalhando no projeto. O seu tamanho e propósito levou alguns a especularem que tinham sido visitantes doutro planeta a criarem e/ou dirigirem o projecto. Erich von Däniken pensa que as linhas de Nazca formam um aeroporto (ou astroporto) para naves extra terrestres [Chariots of the Gods? (1968), Arrival of the Gods: Revealing the Alien Landing Sites at Nazca (1998)], uma ideia proposta inicialmente por James W. Moseley em Outubro de 1955 na revista Fate e tornada popular nos anos sessenta por Louis Pauwels e Jacques Bergier em O Despertar dos Mágicos. Se Nazca era um campo de aviação alienígena, era muito confuso, consistindo de gigantescas figuras de lagartos, aranhas, macacos, lamas, pássaros, etc, para não mencionar linhas em ziguezague e desenhos geométricos. Também é muito amável da parte desses ETs representarem plantas e animais de interesse para os locais, mesmo tornando a navegação mais dificil do que se usassem uma pista reta. Também devia ter muito movimento para precisar de 37 milhas de comprimento. Contudo, não é muito provável que naves aterrisassem na área sem alterar os desenhos do solo. Ora, tais alterações não existem.
A teoria extra terrestre é proposta principalmente por aqueles que consideram difícil de acreditar que uma raça de "indios primitivos" poderia ter a inteligência de conceber tal projeto, muito menos a tecnologia para transformar o conceito em realidade. As evidências apontam em sentido contrário. Os Aztecas, os Toltecs, os Incas, os Maias, etc., são prova bastante que os Nazca não necessitaram de ajuda extra terrestre para criar a sua galeria de arte no deserto.

De qualquer forma, não é necessário possuir uma tecnologia muito sofisticada para criar grandes figuras, formas geométricas e linhas retas, como foi mostrado pelos criadores dos chamados círculos nas searas. Os Nazca provavelmente usaram grelhas para os seus geoglifos gigantes, tal como os seus tecelões para os seus tecidos de padrões complexos. A parte mais difícil do projeto estaria em mover todas as pedras e a terra para revelar o subsolo mais claro. Não há realmente nada misterioso sobre como os Nazca criaram as suas linhas e figuras.
Alguns pensam que é misterioso o fato das figuras terem permanecido intactas durante centenas de anos. Contudo, a geologia da área resolve este mistério.
Pedras (e não areia) constitui a superfície do deserto. Devido a umidade, a sua cor escura aumenta a absorção do calor. A camada de ar quente resultante junto à superfície funciona como uma capa contra o vento; enquanto isso, os minerais do solo ajudam a solidificar as pedras. Neste "pavimento" assim criado neste ambiente seco e sem chuvas, a erosão é praticamente nula - permitindo assim a notável preservação dos desenhos.
O mistério é o porquê. Porque iniciaram os Nazca tal projeto envolvendo tantas pessoas durante tantos anos?
G. von Breunig pensa que as linhas eram usadas para corridas a pé. Ele examinou as linhas curvas e concluiu que tinham sido parcialmente formadas por corridas contínuas.
O antropólogo Paul Kosok defendeu durante pouco tempo que as linhas eram de um sistema de irrigação, mas rejeitou a idéia pouco depois. Especulou então que as linhas formavam um gigantesco calendário. Maria Reiche, uma emigrante alemã e aluna do arqueólogo Julio Tello da Universidade de San Marcos, desenvolveu a teoria de Kosok e passou a maior parte da sua vida a reunir dados que provassem que as linhas representam os conhecimentos astronômicos dos Nazca. Reiche identificou muitos alinhamentos astronômicos, que, caso os Nazca os conhecessem, seriam muito úteis para as suas sementeiras e colheitas. Contudo, existem tantas linhas em tantas direções diferentes que não encontrar alinhamentos astronômicos seria quase miraculoso.
De qualquer modo, as linhas são parte de um projeto. Existem todas as imagens que se tornaram interessantes para antropólogos depois de serem vistas do ar nos anos 30. É pouco provável que um projeto desta magnitude não fosse de caráter religioso. Envolver toda uma comunidade durante séculos indica o supremo significado do local. Como as pirâmides, as estátuas de gigantes e outra arte monumental, a arte Nazca fala de permanência. Ela diz: estamos aqui e não nos movemos. Não são nômades ou caçadores. Esta é uma sociedade agrícola. Claro que uma sociedade pré-cientifica, que se vira para a magia e a superstição (i.e., religião) para os ajudar nas colheitas. Os Nazca tinham os conhecimentos de irrigação, semear, colher, etc. Mas o tempo é traiçoeiro. As coisas podem correr  bem por meses ou mesmo anos, e numa única geração comunidades inteiras são forçadas a moverem-se, devido a inundações, vulcões, incêndios, ou o que a Mãe Natureza mande.
Era um local para adoração? Era a Meca dos Nazca? Um lugar de peregrinação? Eram as imagens parte de rituais destinados a aplacar os deuses ou pedir a sua ajuda na fertilidade das pessoas e das colheitas, ou com o tempo, ou com a provisão de água? Que as figuras não fossem vistas do solo não seria importante do ponto de vista religioso ou mágico. De qualquer modo, figuras similares aos gigantes de Nazca decoram a olaria encontrada em locais fúnebres próximos e é visível através de seus cemitérios que os Nazca se preocupavam com a morte. Restos mumificados enchem o deserto, abandonados por caçadores de túmulos. Seria este um local de rituais para garantir a imortalidade dos mortos? Não sabemos, mas se este mistério algum dia fôr resolvido, sê-lo-á por cientistas sérios, não por pseudocientistas especuladores moldando os dados para encaixarem nas suas histórias de extra terrestres.’
Informação retirada da internet. Sem identificação de autor.



segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Eram os deuses astronautas???? - 01

26.12.2011
De tempos em tempos, resolvemos viajar entre o Natal e o Ano Novo, por ser um período mais  calmo em termos de trabalho, e por viabilizar que Ronald opte por viagens que possa fazer de moto. Desta vez, decidimos viajar a Lima, que é uma cidade que ainda não conhecemos. Ronald saiu ontem de manhã, por volta das 5.20 , rumo a Lima, com a intenção de fazer um trajeto já realizado no ano passado, de São Paulo a Rio Branco e, de lá, a Puerto Maldonado, para atravessar os Andes rumo a Lima. Eu decidi pela viagem aérea, São Paulo –Lima, partindo de SP no dia 26.12., para aproveitar os dias até nosso encontro no réveillon para conhecer Nazca e Paracas.






Levantei cedo, pois a minha pretensão foi a de chegar cedo ao aeroporto , uma vez que a maior preocupação neste momento era a de garantir um lugar para o meu carro no estacionamento. Saí de casa às 4.21, sob uma garoa fina.
Gosto do amanhecer em São Paulo, e a chuva fina que caia dá à cidade uma aura especial, meio dark, com cores difusas... Sempre me surpreende o fato de haver trânsito a esta hora na cidade. São Paulo definitivamente não para, mesmo entre o Natal e o  Ano Novo. Muitos carros na rua. Só espero que o destino destes não seja o estacionamento do aeroporto de Guarulhos. Os carros como que deslizam silenciosamente sobre as ruas de asfalto molhadas. Andam devagar, respeitando os limites de velocidade. É um processo quase silencioso, entrecortado somente pela música que sai da rádio. Ninguém ultrapassa ninguém, todos se respeitam, o que no mínimo é estranho, neste mundo tão conturbado e com tantas pessoas que ainda são regidas pela ‘lei de Gerson’. Eu também avanço, respeitando os limites de velocidade. Atravesso a cidade, escutando somente o tuc tuc compassado do limpador de parabrisa: tuc..tuc...tuc...tuc...tuc...tuc. Entro na Marginal do Tietê, e me deparo com caminhões que atravessam a cidade. Os carros avançam, cada qual para o seu destino, e mesmo aqui cada um anda no seu ritmo, tranqüilo, quase plácido. Chego na Airton Senna, piso no acelerador, afinal agora posso andar a 120km. Os outros motoristas demoram para perceber que o limite de velocidade aumentou, e ultrapasso vários deles. Mas esta situação demora somente alguns segundos, todos começam a andar mais rápido e, à medida que avançamos, parece que nos damos conta que existe a possibilidade de sermos ‘concorrentes’. Minha ansiedade aumenta. Será que irei conseguir estacionar o carro? Será que todos que estão na mesma direção pretendem ir ao aeroporto. Chego na saída para o aeroporto. 4/5 dos carros seguem o mesmo destino. Definitivamente, tornaram-se meus ‘concorrentes’, e fica difícil não ultrapassar o limite de velocidade. Todos andamos no limite, mas um e outro ultrapassa. Quando avisto o estacionamento, sinto um tremendo alívio: há muitas vagas, não preciso me preocupar. Reduzo a velocidade, agora não tenho mais pressa. São 5.08 quando estaciono o carro. A garoa cessou. Pego minhas bagagens e me dirigo ao Terminal 1. Quando entro, uma fila quilométrica que perpassa todo saguão. Pergunto o último da fila se aquela é da Tam, o que ele confirma. Cruzes! Deve ter umas 500 pessoas na minha frente. Lentamente a fila avança. No painel, as informações de partida – internacionais! Quando chego na boca de entrada para o check –in, me dou conta que aquela fila é a de partidas domésticas. Pôxa, custa botar uma placa avisando isto? Como estou sozinha, e com aquela montoeira de gente no saguão, fica difícil ‘pilotar’ o carrinho de bagagem em busca de informações. Felizmente, o guichê de partidas internacionais fica do lado oposto das nacionais... 10 passos, e estou na entrada para o guichê. Poucas pessoas, só há duas famílias na minha frente. Confirmo, com um atendente, o acerto na escolha da fila e entro. O atendimento é rápido, afinal havia feito o check-in online. Despacho a mala, e sigo para o local de embarque. Não há pessoas na minha frente. Passo, tranqüila, pela polícia federal, peço por um carimbo no passaporte, o que não é usual, e sigo para o freeshop. Faço umas primeiras comprinhas. Um relógio de pulso, porque o meu quebrou e é descartável, um despertador de viagem, pilhas, chips para a câmera fotográfica. Uma pequena fila para pagar as compras, e estou liberada para ir ao portão de embarque 2. São 6.30. Tenho uma hora para o embarque. Tempo suficiente para escrever sobre as primeiras impressões de viagem. Tempo para relaxar, observar as pessoas, eventualmente ler. Tempo para iniciar, de fato, a viagem.


Tentei postar este texto no blog ainda no aeroporto. Me cadastrei para ter acesso à internet tão propagada na mídia mas, para minha surpresa, só consigo acesso a sites do governo. É realmente um espanto!
O vôo foi tranqüilo. Os passageiros, na sua grande maioria, jovens universitários e jovens casais. Gente da minha idade não vi. O trajeto levou 5 horas, e chegamos com 20 minutos de antecedência, o que não adiantou de nada, pois ficamos esperando na pista por 30 minutos para abrir uma vaga em um dos ‘gates’. A saída foi rápida, mas novamente tive que esperar, pois demorou muito até que todos os passageiros que iriam ser trasladados aparecessem. Na realidade, saímos  do saguão duas horas após a chegada, e encaramos mais 45 minutos até que todos os passageiros fossem devidamente entregues em seus respectivos hotéis.  Deixei minha bagagem no hotel e logo saí em direção ao beira mar. São mais ou menos 20 minutos de caminhada, depois andei mais um tanto pela orla, antes de retornar. A beira mar é muito bonita, limpa, bem cuidada. Há dois esportes que são ‘in’: surf e skate. Há muitos jovens. Não há areia na orla, somente pedras. Mesmo assim, as pessoas deitam nelas. Deve ser uma boa massagem... Constantemente sopra um vento vindo do Oceano Pacífico, e este é meio friozinho. A temperatura está agradável, no sol é até quente, mas na sombra dá para sentir o vento meio frio. Há bastante trânsito, e os táxis businam bastante.  Há muitas lojas no trajeto, e um shopping a beira mar, a céu aberto, que pelo visto é um dos orgulhos dos peruanos. Não sei ainda como é a periferia. Qdo sobrevoamos Lima, me pareceu bastante pobre, com casas do tipo ‘pau a pique. À noite, esfria.












Lima é a capital do Peru, com 9 milhões de habitantes. Está situada no vale mais extenso e central da costa do Peru ao nível do mar. Apesar de ser uma cidade cosmopolita e aberta à modernidade expressa em seus bairros residenciais como Miraflores e San Isidro, ela guarda uma tradição e cultura que datam da época colonial. Lima também é reconhecida como a capital gastronômica das Américas por sua cozinha singular.
Hoje não pretendo sair mais. Pretendo me recolher cedo, pois amanhã (muito) cedo é que verdadeiramente inicia o objetivo da minha viagem: Nazca. Em 1967 li o livro ‘Eram os deuses astronautas’ e, desde então, tive curiosidade em conhecer as pinturas gigantes, que somente podem ser vistas do alto. Irei sobrevoar as misteriosas e famosas Linhas de Nazca. Sem dúvida, será uma emoção especial, uma vez que esperei tanto tempo para realizar este sonho...