sábado, 29 de dezembro de 2012

Ecuador, um país latinoamericano pouco conhecido...


Viagem ao Ecuador

Quito, Guayaquil e Playas

22 a 27 de dezembro de 2012

 Saímos de casa às 5:15 da manhã. Meio sonados, mas dispostos a conhecer este que seria o último país da América Latina a conhecer. Agora só faltam as Guianas.

O check in foi tranquilo, mas não conseguimos os lugares de emergência tão necessários em função do tamanho, principalmente de Ronald. Fazer o quê... Era preciso encarar uma viagem de quase seis horas até Bogotá sentados feito sardinha em lata.
 O vôo foi tranqüilo. A Avianca dispõe de aviões com um espaço para as pernas um pouquinho maior do que em outras companhias aéreas, o que permitiu um relativo conforto.

Ficamos surpresos com as instalações do aeroporto em Bogotá. Há três anos, quando lá pousamos, as instalações eram muito precárias. Agora, é um moderno aeroporto, que põe o Guarulhos no chinelo.
 Conseguimos fazer o check in para o próximo vôo, mas desta vez tambem não tivemos a possibilidade de lugares na emergência. A empresa Aerogal surpreendeu, ao assentos também tem um espaço um pouquinho maior. O vôo de Bogotá para Quito levou um pouquinho mais de uma hora, e foi tranquilo.

Chegamos em Quito no final de tarde. Fomos diretamente à Hertz para retirar o carro. As agências locadoras ficam do lado de fora do aeroporto, e são muito pequenas. Carro para seis pessoas é impossível alugar. Nós precisávamos de um carro para acomodar confortavelmente quatro pessoas. Alugamos um carro da GM quatro portas para cinco pessoas. O carro já havia rodado um pouco mais de 70000 quilômetros, o que nos deixou um pouco apreensivos, pois iríamos atravessar os Andes duas vezes. Mas o carro se mostrou valente, não tivemos nenhum problema com ele.
 Colocamos o GPS e, para a nossa surpresa, não foi  possível acessar o Ecuador. Existem dois países da América Latina sem cobertura do GPS: Bolívia e Ecuador. Agora estávamos sem orientação alguma, pois o mapa recebido era muito precário. O trânsito em Quito é, falando de forma branda, caótico. Os carros em sua maioria são até relativamente novos, mas os condutores são péssimos. Tivemos a séria impressão que no Ecuador não há escola de motoristas, e ficamos em dúvida se é necessário carteira de motorista, tamanha a imprudência dos motoristas equatorianos. Eles, em sua absoluta maioria dirigem muito, muito mal. Entrar numa rotatória, então, é uma temeridade. Já é difícil entrar, mais difícil é sair dela, pois ninguém dá passagem, os motoristas de ônibus, então, parecem querer competir com você e  elevam ao invés de diminuir a velocidade. Dirigir no Ecuador exige muita paciência e atenção redobrada.

Demoramos muito, muito tempo para achar nosso hotel, que fica numa pequena rua, atrás do hotel Quito, o mais antigo de Quito, e que fica numa das avenidas principais. Já era noite quando finalmente encontramos o Suites Café Stubel, um agradável hotel construído à beira de um precipício.
 
 
 Decidimos jantar no próprio hotel, e dormir cedo. Fuso de três horas.

 O segundo dia destinamos a conhecer Quito. Quito é uma cidade de três milhões de habitantes que se estende entre vales e montanhas por muitos e muitos quilômetros.  É uma cidade aprazível, mas é visível que tambem há muita pobreza. Decidimos ir até a 'metade do mundo', por onde passa o paralelo 0,00. Quase não há indicações de caminho. Tivemos que seguir o mapa do hotel, que também não é lá estas coisas, e não conseguimos comprar nenhum mapa, nem um chip adequado. Mas, enfim, conseguimos chegar, e primeiro seguimos uma rua que, para a nossa  agradável surpresa, desembocava num mirador com uma vista fantástica. Havia a possibilidade de uma caminhada montanha abaixo para visitar o crater de um vulcão, mas ainda estávamos sob o efeito da altitude e resolvemos abrir mão do crater.


 Depois seguimos para a metade do mundo, e é preciso pagar dois dólares para entrar numa espécie de parque que tem uma série de atrativos e uma praça de alimentação, tudo bem arrumadinho e limpo.



 Depois desta visita, resolvemos atravessar novamente toda a cidade para subir num pequeno monte com uma estátua - o monte Panicello. A encosta do morro é coberta de ruas, vielas, becos sem saída e casas. Tentávamos chegar à estátua de todos os jeitos e nada. Ora caíamos num beco sem saída, ora numa viela de mão única que não era a que precisávamos... Foi um sufoco geral. E ainda por cima um engarrafamento monstruoso. Ficamos horas a tentar chegar na tal da estátua, e finalmente o conseguimos. Este também é um lugar bem organizado, próprio para receber visitantes. Havia muita gente no topo, muitos casaizinhos namorando, gente sentada nas barracas comendo e bebendo.




 Descemos do morro com a intenção de visitar a cidade histórica. Novamente passamos por muitas vielas, becos e ruas lotadas de carros. Estacionar, nem pensar. Depois de muito tempo rodando conseguimos uma vaga, andamos um pouco, mas o pique de procurar o bairro antigo histórico havia acabado. Não tínhamos mais gás para andar entre uma multidão de gente local.





 Saímos de lá um pouco frustrados, pois simplesmente não conseguimos chegar à cidade histórica. O volume de carros, a multidão de pessoas...tudo foi demais.

Retornamos ao bairro no qual está localizado o hotel. Queríamos sentar num restaurante bebericar uma cerveja. Qual não foi nossa surpresa que, aos domingos, é proibida a venda de bebidas alcoólicas. E todos os restaurantes fecham às 17:30. O jeito foi voltar ao hotel e jantar lá.

 No terceiro dia levantamos cedo, pois a intenção era a de ir, de carro, até Guayaquil, que fica a 450 km, pela carretera panamericana. Demoramos muito, mas muito mesmo, até conseguirmos sair da cidade. A estrada, de quatro pistas, muito boa de trafegar. Como era véspera de Natal não havia cobrança de pedágio, e havia poucos carros. Foi muito boa esta viagem, apesar de termos demorado mais de oito horas para chegar ao destino. Uma, porque a saída de Quito demorou tempo demais e outra, porque depois do passe, uma cerração muito intensa nos surpreendeu obrigando-nos a descer os Andes a passo de tartaruga.


















Estas fotos  quie seguem estão repetidas, e não consigo excluir do blog.





 Chegamos em Guayaquil no final da tarde. Achamos rapidamente o Hotel Ramada, um hotel que se esmerou em nos receber, era caneta de brinde, vinho gratuito se fôssemos jantar no hotel, três jornais no quarto... O hotel fica na frente do Malecón Simone Bolívar. Uma área de lazer muito bem criada e organizada, com jardins, playgrounds, praças de alimentação, cinema, teatro, restaurantes (todos fechados por ser véspera de Natal). O Malecón fica à beira de um dos braços de rio que desembocam no Oceano Pacifico. Passeamos bastante, fotografamos e retornamos ao hotel. Como não havia restaurantes abertos na cidade, resolvemos cear no próprio hotel,que estava oferecendo duas opções de ceia. Não foi a ceia de Natal dos nossos sonhos. As mesas estavam decoradas com verde e vermelho, mas não havia velas, o ambiente era frio,não havia música natalina. Mas enfim, são as pessoas que fazem o Natal, estávamos com nossa filha e parceiro de vida, o resto era secundário.










 No quarto dia resolvemos ir a Playas, a 98 km de Guayaquil, uma cidade àsmargens so Oceano Pacifico. Guayaquil não oferece atrativos, estava quente e úmido, nada melhor que uma brisa do mar. Estrada ótima, pouco movimento. Passamos o dia em Playas. A água do mar surpreendentemente quente, contrário ao que conhecíamos do Oceano Pacifico até então . Almoçamos num restaurante próximo à praia, e descobrimos que na cidade não há água encanada. Há 3G,mas não há água encanada. Uma verdadeira contradição!


 







Quando retornamos a Guayaquil ainda fomos a um mirador, também muito bem organizado.





Retornamos ao hotel, fomos ao Malecón, todos os restaurantes fechados. Era Natal.Sentamos próximos de uma praça de alimentação, experimentamos a piña colada, e retornamos ao hotel, onde jantamos, já que não havia restaurantes abertos na cidade.

 No quinto dia retornamos a Quito. Desta vez, decidimos ir por Santo Domingo. Muito, muito tráfego. Motoristas incautos. Vivemos várias situações perigosas e inacreditáveis. Passamos por muitos vilarejos e cidadezinhas, uma mais feia que a outra. O que compensou foi a travessia dos Andes, linda! Escarpas, precipícios e vales estreitos fizeram a beleza da viagem. Para 420 km levamos 6:30. 









 







Devolvemos o carro à Hertz e decidimos arriscar fazer o check in. Deu certo. Conseguimos quatro lugares na emergência , a glória! Não pudemos despachar as malas, que deixamos num guarda malas, e retornamos ao hotel de taxi. Desta vez foi possível jantar num restaurante fora do hotel, ufa!
Fomos dormir cedo. Levantamos e saímos para o aeroporto às quatro da madrugada. O despacho das malas foi rápido, e a viagem dentro do horário e tranqüilas.
 


Certamente há muito mais o que conhecer do Ecuador, com sua gente simpática e trabalhadora, seus contrastes entre ricos e pobres. Com suas paisagens ora de selva amazônica, ora de agreste, ora de majestosas montanhas com seus picos nevados.
Vivenciamos somente uma pequena amostra do possível. Ecuador sem dúvida é um país de potenciais, que ainda está engatinhando em questões de turismo.
Apesar das dificuldades, apesar do cansaço, foi uma viagem que valeu a pena!