domingo, 15 de janeiro de 2012

II. Fase da Expedição Motociclista para o Peru, Chile e Argentina





02/01 – de Lima a Chala – até Nazca já conhecia o trajeto. Lugares muito ermos. Ora trafegava no deserto, ora margeava o Oceano Pacífico. Subi numa torre para ver alguns desenhos das conhecidas Linhas de Nazca. Durante o trajeto até Chala, parei várias vezes para tirar fotos pois, apesar de ser uma região muito inóspita,  tem uma beleza muito especial. No final da tarde cheguei em Chala.



04/01 – de Chala a Takna. Como em todos os outros dias, saí cedo. Queria tirar algumas fotos do mar e das ondas batendo nas pedras mas doce ilusão – a neblina estava tão densa que não dava prá enxergar nada.  Este é um trajeto que vai ao longo da costa. A região é extremamente erma. Não cresce nenhum arbusto sequer.  Pelo litoral fui até Camaña, depois entrei em direção ao interior, +- uns 100km, depois retornei à costa e peguei uma estrada bem nova chamada Costañera. No litoral havia pequenas comunidades que vivem da coleta e processamento de algas. Cheguei em Takna no final da tarde. Takna é uma cidade maior, próxima à fronteira com o Chile. No posto me informei acerca de um bom hotel e me hospedei no Grande Hotel Takna. Este hotel também constava do GPS. Quando cheguei no hotel já havia algumas motos com identificação brasileira. No hotel havia dois grupos de brasileiros. Conheci um dos grupos, que veio de Telêmaco Borba. 



05/01 – de Takna a Calama. Fiz as formalidades para entrar no Chile e deixei o Peru. Estes trâmites demoraram +- 1h20min. Mais um dia de paisagens inóspitas mas belas. Andei o tempo todo pela Carretera Panamericana, bastante trafegada. É uma das regiões mais desérticas. Praticamente não se vê pessoas. É uma região extremamente seca. O dia estava bonito. Entrei em Chuquicamata para dar uma olhada. A população toda foi deslocada. Há bem menos gente trabalhando nas novas minas. Cheguei em Calama ainda dia claro. Estava frio, e uma leve garoazinha. Fiquei na Hosteria Calama, uma dos melhores da cidade.  









12.Dia: 06/01 – de Calama até Chañaral. Fui primeiro a San Pedro de Atacama com a intenção de cruzar o paso Jama. Em San Pedro encontrei um grupo de brasileiros na porta do hotel que estavam se preparando para viajar. Perguntei pela situação do passo, e me disseram que estava fechada em função de intensas nevascas, com chance de abrir. Fomos juntos até a aduana, onde encontramos muita gente na mesma situação que nós, e todos sem chance de atravessar os Andes. Aguardamos a liberação por algum tempo. A gendarmeria, entretanto, não deu sinal verde. Inicialmente nos enrolaram pois, de tempos em tempos, diziam que iam abrir o passo, mas qual nada. Quando até às 15 horas não abriram o passo e as nuvens ficando cada vez mais escuras, resolvi continuar viagem e descer até Chañaral. Foi uma viagem longa e cansativa.  Cheguei tarde em Chañaral, por volta das 21.30 da noite.





13. Dia: 07/01 – de Chañaral até o Paso de San Fransisco. De manhã cedo, quando levanto para tomar café, encontro um grupo que já havia encontrado anteriormente, proveniente de Jaú. Nos despedimos, pois o grupo de Jaú decidiu seguir para Santiago e cruzar os Andes no principal passo do Chile, no Serro das Cuevas (Paso Del Vermejo). Eu, então, abasteci a moto e segui em direção ao Paso San Fransisco. O dia estava belíssimo, sem nuvens. De Chañaral até o Paso são 320km. Chegando no Paso,  conheci um novo grupo do Brasil, coordenado pelo Zaqueu. Entrei na aduana e me informei acerca da situação. Me informaram que o paso estava fechado em função do Rally Dakar. Mas falaram que iriam ver se dava prá abrir o paso mais tarde. Tirei fotos do pessoal do Dakar, conversa com um, conversa com outro e, depois de algumas horas, resolvi retornar à aduana para passar para a Argentina. Conversei com o pessoal da Aduana, que então me informou que naquele dia ninguém passaria pelo Paso, pois existia um decreto governamental que proibia a passagem pelo Paso naquele dia em função do Rally Dakar. A passagem estava somente liberada para quem vinha da Argentina e o tráfego Chile-Argentina estaria liberado somente no dia seguinte. O que fazer? Estava a 320 km da cidade mais próxima (Chañaral), e não estava disposto a encarar novamente esta viagem. Tentei sensibilizar os carabiñeros para me deixar passar, conversei com um, conversei com outro – mas não teve jeito – foram irredutíveis. A conclusão é que pernoitaria lá em cima, junto à aduana, e tratei de me instalar num dos contêineres que havia, próximo da aduana, reservada a mineiros. Assim como eu, mais ou menos 20 pessoas tomaram a mesma decisão. No complexo da própria aduana mais ou menos 15 pessoas se instalaram, fora um motorhome que também esperava, com mais ou menos 6 pessoas. As instalações eram precárias, muito bagunçadas – havia panelas com restos de comida, a cozinha estava molhada por conta das chuvas fortes nos dias anteriores. O jantar foi um mixto de resto de comida apreendida pelos carabiñeros dos que vieram da Argentina e, antes que os carabiñeros se dessem conta e tirassem a comida da gente, dividimos o que havia e jantamos. Tinha de tudo: frutas, pão, queijo, presunto, tomate. Havia até carne de churrasco crua, que deixamos prá lá. O contêiner estava seco, mas não havia aquecimento. O dia terminou, e o frio baixou. Colocamos os colchões em cima de estrados de madeira para proteger um pouco do frio. NO avançar da noite, o frio avançava impiedosamente. Acho que nunca senti tanto frio na minha vida.  Foi uma noite realmente tenebrosa, e demorou prá passar. Levantei às 2 da madrugada e coloquei as botas, porque meus pés estavam muito frios e, consequentemente, sentia frio pelo corpo inteiro. Fiquei com as botas até o raiar da manhã. Não era confortável, mas pelo menos não sentia tanto frio.







14. Dia: 08/01 – de Paso de San Fransisco até Catamarca. Ao acordar, preparei um chá e comi uma maçã. Chá tinha à vontade, também havia sopas Maggy, mas que eu não tomei. Tratei da documentação de saída do Chile. O funcionário da imigração era extremamente lerdo – era como se tivesse duas mãos esquerdas. Mais ou menos às 8.30 finalmente estava pronto para ligar o motor e partir. Saí na frente,  o grupo do Zaqueu seguiram depois. Da aduana do Chile até a aduana Argentina são 140 km, rodando nos Andes, +- 4500 m de altitude. Estava um dia muito bonito, com temperatura por volta dos 8 graus. Paisagens deslumbrantes. Parei em um lago para tirar fotos, assim como os outros brasileiros que se juntaram a mim.  Na aduana argentina o processo foi bem mais rápido do que no Chile. O grupo se reencontrou na aduana argentina. Fui o primeiro a ser liberado, e segui viagem. Pretendia chegar cedo em Catamarca, porque meu pneu estava + do que gasto e precisava urgentemente comprar um pneu novo. Com um pouco de sorte, conseguiria um pneu mesmo sendo sábado. Em Tinogasta procurei pneu mas sem sucesso. Segui então Catamarca, que é a capital do estado. Fui numa loja de lubrificantes, conversei com o dono, e este conhecia o dono de uma loja de repuestos de uma moto, e foi onde consegui um pneu que foi um tremendo quebra galho. Como já era final de tarde, decidi ficar em Catamarca. De noite fui numa churrascaria e comi uma parrilada. Foi a primeira carne que comi desde o réveillon, acompanhada de uma cerveja Quilmes. O calor era sufocante, beirou os 40 graus.  







15. Dia: 09/01 – de Catamarca até Corrientes.  Apesar do pneu bastante comprometido, decidi trocar o pneu somente em Santiago Del Estero, para evitar sofrer um acidente por rompimento do pneu. Esta decisão foi mais do que acertada pois, quando desmontamos o pneu, constatamos que estava muito, mas muito mesmo comprometido. Não teria agüentado mais nada. A temperatura oscilava entre 40 e 41 graus. Segui viagem em direção a Corrientes. Neste percurso passei por Suncho Coral, onde peguei um trecho de estrada extremamente ruim.  A pista eram placas de concreto, da largura de apenas um veículo, e sempre quando vinha veículo no sentido contrário tinha que sair da pista para o acostamento. Toda vez que voltava à pista tinha que subir um degrau formado entre a placa de concreto e o acostamento. Provavelmente por isso a câmera sofreu impacto forte e acabou rompendo. Tive que parar para trocar a câmera. Isto por volta das 14 horas, com um sol simplesmente escaldante, a uma temperatura de 41 graus. Foi um sufoco e tanto. Levei +- 50 minutos entre a parada e o reinício da viagem. Estava literalmente exausto. Cheguei em Corrientes por volta das 20h30, fui para um hotel chamado Hotel Del Parque, tomei um banho e fui comer um Milanesa  com farta salada de tomate e cebola num ‘comedoro’ que havia na rotatória da cidade. Bebi Budweiser, porque não havia Quilmes. A opção era Brahma ou Budweiser. 




 
16. Dia: 10/01 – de Corrientes até  Candói (Paraná). De Corrientes fui a Posadas. Fiz um pit stop no supermercado Libertá para comprar alguns chouriços, assim como o Sal Los Anclas, que é muito apreciado pela minha família. Também comprei duas garrafas de vinho. Comprei ainda algumas frutas para o meu almoço.  Em seguida, peguei a estrada em direção a Eldorado, onde há a bifurcação que sai em direção ao passo Bernardo de Irigóia, que fica na divisa. Fiz os trâmites de imigração. Havia umas oito pessoas na minha frente. Passei a fronteira e tomei a estrada em direção a Pato Branco. Me informei num posto sobre uma cidade próxima com hotéis e me indicaram a cidade de CAndói, cerca de 45 km de Pato Branco como uma boa opção. Cheguei em Candói por volta das 22 horas, me instalei no hotel . Comi uma maçã  acompanhada de uma Skol e fui dormir. 
17. Dia: 11/01 – de Candói a São Paulo. Último dia de viagem. Saí às 8 da manhã em direção a Curitiba. O tempo estava encoberto, porém não chovia. Na região de Registro caíram algumas gotas. A chuva foi intensificando e, na altura de Juquitiba, parei e vesti a proteção de chuva porque a situação começou a engrossar, literalmente.  No trajeto até São Paulo o tempo variava entre uma chuva forte e garoa. Chegando na altura de Embu das Artes, instalou-se o caos na Estrada Regis Bittencourt em função de transbordamento de córregos que travaram todo trânsito de acesso a São Paulo. Como estava com o GPS, procurei uma alternativa por áreas para mim desconhecidas e acabei saindo na Estrada do Campo Limpo e daí até em casa foi tranqüilo, já que conhecia esta rota. Pretendia chegar em casa às 16.30, mas acabei chegando às 18h30. Totalmente encharcado!Exausto, mas aliviado de ter concluído bem esta intensa e longa viagem. O total percorrido nestes 16 dias (+ um de descanso – dia 01/01/12 em Lima) foi de 12430 km.  Isto dá uma média de 780 km por dia.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

1. fase da expedição motociclista para Peru, Chile e Argentina




25/12 - De São Paulo a Mineiros. Às 5.20 cruzei o portão da minha casa com a minha moto KTM990 adventure para dar início à Expedição Peru, Chile e Argentina. Fui pela Estrada dos Bandeirantes, e peguei a Anhangüera próximo a Piracicaba. O primeiro abastecimento foi em Uberaba, graças ao meu tanque de combustível novo, que me dá uma autonomia de mais de 600 quilômetros. Prossegui viagem até Lagoa Bauzinho, distrito de Rio Verde (Goiás) onde fiz o segundo abastecimento. No posto perguntei por uma cidade que tivesse um hotel razoável, e me recomendaram a cidade de Mineiros. Até Mineiros foram 1179km. Fiquei no hotel Pilões Palace Hotel  . Neste primeiro dia, o tempo estava bom e bastante quente. Não peguei chuva durante o trajeto. 

                                                                              26/12 - De Mineiros (Goiás) a Campo Novo dos Parecis (Mato Grosso). Levantei por volta das 6.30 para poder sair cedo e aproveitar o dia claro. De Mineiros sai em direção a Cuiabá, passando por Rondonópolis. Na serra antes de chegar em Cuiabá aconteceu um pequeno incidente: como o trânsito estava lento em função de uma máquina aparadora de grama ao longo da rodovia (na descida da serra) resolvi levantar a frente do capacete para ventilar um pouco o rosto porque estava muito,muito abafado. Eu estava em movimento, e justamente levantei a frente ao chegar próximo do trator. Segundos depois, vi uma pedra vindo em minha direção, ejetada pela faca de corte do trator. A pedra atingiu o meu rosto imediatamente abaixo do olho direito. Tive sorte no azar, pois a pedra não atingiu meu globo ocular. Após o impacto, tentei abrir o olho, e vi que estava enxergando com ângulos. A região estava bastante dolorida. Dirigi alguns quilômetros com sacrifício, a dor foi aumentando e a vista ficando cada vez mais congestionada. Decidi, então, para evitar um acidente, parar num bar de posto para fazer uma compressa de gelo. O tempo de repouso e recuperação foi de mais ou menos uma hora e meia. Me arrisquei, então, a voltar à estrada para dar continuidade à viagem. Resolvi comprar um capacete novo com viseira de melhor qualidade na próxima cidade, Cuiabá. Comprei o capacete numa revenda Honda e abasteci a moto. Sempre usei o óculos escuro, em toda a viagem, para evitar sensibilidade da vista, o que se mostrou uma decisão acertada. De Cuiabá fiz o mesmo trajeto que já havia feito de camionete, no ano passado, passando por Tangará da Serra.  Cheguei em Campo Novo do Parecis (Mato Grosso) no final de tarde. O tempo neste dia também estava bom mas estava muito quente e abafado. Fiquei no hotel Marion Palace.
                                                    
 27/12 - De Campo Novo do Parecis (Mato Grosso) até Porto Velho (Rondônia). Saí novamente cedo, porque neste dia o objetivo era chegar em Porto Velho, portanto um longo trajeto. Segui a estrada e passei por Vilhena, Cacoal, Ji-Paraná, Ariquenes até Porto Velho. Também não choveu neste dia, mas estava muito quente e abafado.  Cheguei ainda dia claro e procurei um hotel. Fiquei no Hotel Rondon, que fica 8 quilômetros fora do centro.  Há vários hotéis em Rondônia, todos eles muito caros, em função da construção das duas hidrelétricas. 



28/12 - de Porto Velho (Rondônia) a Assis Brasil (Acre). Na manhã do dia seguinte, resolvi primeiro dar umas voltas em Porto Velho. Queria ver o Rio Madeira e o respectivo porto, em função das chuvas. Fiquei surpreso com uma ponte nova que está sendo construída sobre o rio Madeira. Depois prossegui viagem, rumo a Rio Branco. Passei com a balsa entre Porto Velho e Rio Branco. Dois carros ainda subiram na balsa depois de mim. Segui viagem. Um calor sufocante. Desta vez, a paisagem muito diferente, pois não havia queimadas. Por volta das 13 horas, queria fazer um lanche. Vi uma bifurcação: à direita Rio Branco e à esquerda Assis Brasil. Tomei um refrigerante, comprei duas maçãs. Havia vários grupos sentados no bar. Puxando conversa aqui e ali, um sujeito me falou que não deveria entrar para Rio Branco pois, no caminho para Assis Brasil, há um posto Shell para abastecimento. Dito e feito. Segui o caminho para Assis Brasil e abasteci neste posto. Estava muito, muito quente.  Em Assis Brasil fiquei na melhor pousada (Pousada Renascer). 



29/12 -  de Assis Brasil a Cuzco. Tomei café tranqüilo, pois a alfândega somente abre às 8 horas.  Fiz os trâmites para entrar no Peru (imigração e alfândega). Este processo sempre é muito complicado e burocrático. Converti reais em soles peruanos. Segui viagem. Quando cheguei a Triunfo, vi que a ponte para Puerto Maldonado já era trafegada. Assim é muito mais rápido e fácil do que pegar balsa para atravessar o rio Madre de Dios. Continuei e comecei a subida dos Andes depois de Mazuco, onde abasteci. A paisagem é diferente da que eu encontrei no ano passado. Havia pouquíssimos picos com neve, havia uma gramínia rala nas encostas, nenhum riacho estava congelado. A subida é lenta, em função das muitas curvas. Toda a estrada está asfaltada. Fez muito frio lá em cima. A subida foi cansativa. Não choveu, mas o frio estava demais. Não estava preparado para tanto frio, e cheguei em Cuzco com uma leve hipotermia. Em Cuzco cheguei no início da noite, e fiquei num hotel logo na entrada da cidade, o hotel Marcelino. Cuzco estava um caos. Muito trânsito, muita poeira, a avenida principal em obras. Também estava muito frio. Primeiro descansei por um tempo, para me recuperar, e depois pedi referência de um restaurante. Peguei um táxi e fui jantar. Deixei a moto no hall do hotel. Quando retornei ao hotel, me dei conta que o quarto era muito barulhento, pois havia uma festa de casamento em frente ao meu quarto. Foi insuportável. Pedi para trocar de quarto, pois assim não iria dormir. O novo quarto era mais silencioso, e consegui dormir. Levantei 5.30 e retornei ao quarto antigo, porque lá estava minha roupa. 







30/12 -  de Cuzco a Nazca.  Mais um longo trajeto nos Andes me esperava, com muitas curvas, muito frio. Inicialmente o tempo estava bom, mas isto infelizmente não durou muito. Peguei chuva, muita chuva, e a viagem tornou-se desagradável. Avancei lentamente. De Cuzco fui Abancay. Um trecho de 190 km, para o qual levei 3 horas. Um trecho extremamente sinuoso e perigoso. O deslocamento de Abancay foi sobre um altiplano, variando de 4 mil a 2 mil metros. Antes de chegar a Nazca, passei por um passo a 4700 metros de altitude. Um frio estonteante. Choveu granizo. Neblina intensa. Anoiteceu. Uma combinação deveras complicada. A descida de Abancay a Nazca é uma das dez estradas mais perigosas da América do Sul. Uma curva emendava na outra, em meio a paredões. Não pude fazer registro fotográfico neste dia, pois tive que usar toda minha atenção para fazer o trajeto. É um trajeto de 50 km, mas levei duas horas. Fiquei exausto. Cheguei em Nazca extremamente cansado e exaurido. 
31/12 -  de Nazca a Lima. Neste dia, tudo foi festa. Praticamente um retão entre deserto, aqui e ali uma plantação, mas havia muito tráfego. Não havia mais chuva, estava quente. Cheguei em Lima às 14 horas. Beate não estava no hotel, tinha dado uma volta pq estava muito tensa e angustiada pelo fato de não ter aparecido ainda. Ela havia me aguardado desde 6. Feira (isto foi um mal entendido) e, como neste dia foi a única vez que enviei mensagem pelo telefone para Karin (que ela não recebeu), as duas ficaram 22 horas sem notícias minhas, o que as deixou à beira de um colapso nervoso. Até a polícia acionaram que fez uma varredura pela estrada dos Andes para verificar se tinha havido um acidente. Comunicaram à Beate que não havia acidente nenhum, o que a deixou um pouco mais calma mas ainda intranqüila. Eu fiz os dois dias de trajeto entre Cuzco e Lima sem imaginar o sufoco, a angústia e o desespero das duas. Fiquei espantado quando cheguei no hotel e todos que me encontravam falavam aliviados: 'que bom que o sr. chegou!' 'Está com cara boa!' 'Sua esposa estava muito preocupada!' 'Nem parece tão cansado assim !' etc.etc.etc.  O alívio da Beate de me ver no hotel foi igual à felicidade de me encontrar. Passamos o réveillon juntos, com uma ceia de réveillon, no próprio hotel.Claro que estava cansado. Mas também estava feliz por ter cumprido o primeiro trajeto sem grandes problemas e conforme cronograma pré-estabelecido. De vez em quando os trajetos foram muito difíceis, e eu os encarava como uma espécie de 'missão militar' para poder concluí-los. 
O relato em relação ao dia 1. de janeiro pode ser lido no registro que Beate fez de sua viagem. Somente postarei algumas fotos deste dia.
 









O relato a respeito da segunda fase da expedição motociclista farei daqui  a alguns dias.