sábado, 16 de fevereiro de 2013

No rastro do Velho Chico III

10 de fevereiro de 2013
Se nos dias anteriores tínhamos achado que havíamos rodado as piores estradas no Brasil, é porque não havíamos chegado neste dia, onde o trajeto era relativamente curto, mas precisamos quase o dia inteiro para percorrê-lo. Foram os aproximadamente 100 km mais tenebrosos da viagem.
O dia amanheceu lindo como em todos os dias anteriores. Primeiro fomos a Sobradinho, pois queríamos conhecer a represa. Realmente valeu a pena.
Depois pegamos a fatídica estrada de terra, à margem direita do Rio São Fransisco, na Bahia, em direção a Paulo Afonso. Um horror de estrada. Quase capotamos, patinamos com o carro de um lado para o outro, o que exigiu grande perícia do motorista. A viagem foi penosa. A secura é total!

Novamente de balsa e pegamos uma estrada de asfalto, por Floresta, até Paulo Afonso. Decisão mais do que acertada. O trajeto mais longo, mas pelo menos chegamos em Paulo Afonso.
Cruz ao lado do inicio da obra de transposição do Rio São Fransisco, neste trecho abandonada...
Canion de São Fransisco, em Paulo Afonso
Fomos a Canindé do Xingó, que era o destino final de nossa viagem. Para a nossa grande surpresa, não havia um mísero lugar nos hotéis do vilarejo, e constatamos que o lugar tornou-se um ponto turístico, muito badalado, com um carnaval digno de cidade grande. Retornamos a Paulo Afonso para dormir e iniciar o trajeto de retorno no dia seguinte.

No rastro do Velho Chico II

9 de fevereiro de 2013
Não decidimos o destino final do dia de hoje, pois não sabíamos qual seria o estado real das estradas. Queríamos conhecer Xique Xique, e seguimos por estrada de asfalto, passando por Barra, onde há o encontro das águas do Rio São Fransisco e o Rio Grande. Barra é uma pequena, bucólica e pacata cidade do interior da Bahia, às margens desses dois importantes rios.
Viajamos neste dia praticamente por estradas de asfalto. A paisagem mudava de sertão para caatinga, extremamente seca. Atravessamos duas serras, o que nos surpreendeu. Constatamos que de uma forma geral a Bahia é muito suja, jogam o lixo nas ruas, os hotéis nesta região não são lá aquelas coisas, as condições dos banheiros nos postos ... Ulalá... É preciso levar consigo um kit de limpeza, papel higiênico, etc, pois do contrário,o problema é grande. O nosso almoço foi barrinhas de cereal, pois não quisemos parar em botecos de beira de estrada. O que mais se vê são homens bebendo em botecos, e isto não nos pareceu circunscrito ao carnaval. As pessoas são muito simpáticas. Quando pedimos uma informação esta logo se transforma num 'dedim de prosa' e vira história...
Em Barra
Encontro das águas do Rio São Fransisco e Rio Grande


Em Xique Xique








Ponte que liga Juazeiro (Bahia) a Petrolina (Pernambuco).

No rastro do Velho Chico...I

7 de fevereiro de 2014. Saímos às 6 da manhã de São Paulo. Trânsito já estava intenso, mas deu pra atravessar a cidade tranqüilamente. Inicialmente, fomos pela Fernão Dias, até Belo Horizonte. Trajeto tranquilo, sem muito tráfego, estrada em boas condições. Em Belo Horizonte, pegamos a BR135 em direção a Montes Claros. Na saída, bastante tráfego de caminhões, mas a pista dupla em bom estado facilitou muito. Até Curvelo é pista dupla. Mas mesmo depois de Curvelo trafegamos muito bem, nas subidas sempre há uma segunda pista, avançamos tranqüilamente. Em Montes Claros pegamos a rodovia para São Fransisco. Estrada aprazível, e o asfalto vai até São Fransisco, e aí termina. A partir de agora, estradas de terra...Ficamos no Hotel Atalaia, o melhor da cidade. Diria que é um hotel regular, do tipo sem estrelas. Jantamos no restaurante Peixe Vivo, e comemos um surubim a dorê, excelente.


Local do acidente, hoje com buraco aterrado.
Ronald com o sr. Geraldo Colega



8 de fevereiro de 2013 - saímos depois do café da manhã, não sem antes termos dado mais volta por São Fransisco. Pegamos uma estrada de terra em direção a Januária. Por esta estrada Ronald tinha vindo há três semanas atrás, quando acidentou lamaçal muito profundo. No local do acidente hoje não dá prá ver nada, pois aterraram o lamaçal. Pergunta daqui, pergunta dali, encontramos o sr. Geraldo Colega, que havia encontrado Ronald e dado ajuda. Ele ficou feliz da vida por termos voltado para agradecer. Continuamos a viagem. A estrada foi piorando cada vez mais, principalmente depois de Januaria. Em Januaria compramos cachaça. A cachaça da região de Januaria é muito boa, como a Ferreira, a Maria da Cruz, a uÚnica e a Insinuante. Neste dia viajamos muito por estradas de terra, algumas péssimas, e tambem um trajeto de asfalto, de Bom Jesus da Lapa a Ibotirama, uma estrada muito ruim. Estava muito quente. Às 21:30 ainda fazia 31 graus. À noite jantávamos em restaurante, mas sempre era um suplicio, pois a espera é muito longa, prá mais de uma hora... O que para o tamanho da nossa fome não era nada agradável.