segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Eram os deuses astronautas???? - 01

26.12.2011
De tempos em tempos, resolvemos viajar entre o Natal e o Ano Novo, por ser um período mais  calmo em termos de trabalho, e por viabilizar que Ronald opte por viagens que possa fazer de moto. Desta vez, decidimos viajar a Lima, que é uma cidade que ainda não conhecemos. Ronald saiu ontem de manhã, por volta das 5.20 , rumo a Lima, com a intenção de fazer um trajeto já realizado no ano passado, de São Paulo a Rio Branco e, de lá, a Puerto Maldonado, para atravessar os Andes rumo a Lima. Eu decidi pela viagem aérea, São Paulo –Lima, partindo de SP no dia 26.12., para aproveitar os dias até nosso encontro no réveillon para conhecer Nazca e Paracas.






Levantei cedo, pois a minha pretensão foi a de chegar cedo ao aeroporto , uma vez que a maior preocupação neste momento era a de garantir um lugar para o meu carro no estacionamento. Saí de casa às 4.21, sob uma garoa fina.
Gosto do amanhecer em São Paulo, e a chuva fina que caia dá à cidade uma aura especial, meio dark, com cores difusas... Sempre me surpreende o fato de haver trânsito a esta hora na cidade. São Paulo definitivamente não para, mesmo entre o Natal e o  Ano Novo. Muitos carros na rua. Só espero que o destino destes não seja o estacionamento do aeroporto de Guarulhos. Os carros como que deslizam silenciosamente sobre as ruas de asfalto molhadas. Andam devagar, respeitando os limites de velocidade. É um processo quase silencioso, entrecortado somente pela música que sai da rádio. Ninguém ultrapassa ninguém, todos se respeitam, o que no mínimo é estranho, neste mundo tão conturbado e com tantas pessoas que ainda são regidas pela ‘lei de Gerson’. Eu também avanço, respeitando os limites de velocidade. Atravesso a cidade, escutando somente o tuc tuc compassado do limpador de parabrisa: tuc..tuc...tuc...tuc...tuc...tuc. Entro na Marginal do Tietê, e me deparo com caminhões que atravessam a cidade. Os carros avançam, cada qual para o seu destino, e mesmo aqui cada um anda no seu ritmo, tranqüilo, quase plácido. Chego na Airton Senna, piso no acelerador, afinal agora posso andar a 120km. Os outros motoristas demoram para perceber que o limite de velocidade aumentou, e ultrapasso vários deles. Mas esta situação demora somente alguns segundos, todos começam a andar mais rápido e, à medida que avançamos, parece que nos damos conta que existe a possibilidade de sermos ‘concorrentes’. Minha ansiedade aumenta. Será que irei conseguir estacionar o carro? Será que todos que estão na mesma direção pretendem ir ao aeroporto. Chego na saída para o aeroporto. 4/5 dos carros seguem o mesmo destino. Definitivamente, tornaram-se meus ‘concorrentes’, e fica difícil não ultrapassar o limite de velocidade. Todos andamos no limite, mas um e outro ultrapassa. Quando avisto o estacionamento, sinto um tremendo alívio: há muitas vagas, não preciso me preocupar. Reduzo a velocidade, agora não tenho mais pressa. São 5.08 quando estaciono o carro. A garoa cessou. Pego minhas bagagens e me dirigo ao Terminal 1. Quando entro, uma fila quilométrica que perpassa todo saguão. Pergunto o último da fila se aquela é da Tam, o que ele confirma. Cruzes! Deve ter umas 500 pessoas na minha frente. Lentamente a fila avança. No painel, as informações de partida – internacionais! Quando chego na boca de entrada para o check –in, me dou conta que aquela fila é a de partidas domésticas. Pôxa, custa botar uma placa avisando isto? Como estou sozinha, e com aquela montoeira de gente no saguão, fica difícil ‘pilotar’ o carrinho de bagagem em busca de informações. Felizmente, o guichê de partidas internacionais fica do lado oposto das nacionais... 10 passos, e estou na entrada para o guichê. Poucas pessoas, só há duas famílias na minha frente. Confirmo, com um atendente, o acerto na escolha da fila e entro. O atendimento é rápido, afinal havia feito o check-in online. Despacho a mala, e sigo para o local de embarque. Não há pessoas na minha frente. Passo, tranqüila, pela polícia federal, peço por um carimbo no passaporte, o que não é usual, e sigo para o freeshop. Faço umas primeiras comprinhas. Um relógio de pulso, porque o meu quebrou e é descartável, um despertador de viagem, pilhas, chips para a câmera fotográfica. Uma pequena fila para pagar as compras, e estou liberada para ir ao portão de embarque 2. São 6.30. Tenho uma hora para o embarque. Tempo suficiente para escrever sobre as primeiras impressões de viagem. Tempo para relaxar, observar as pessoas, eventualmente ler. Tempo para iniciar, de fato, a viagem.


Tentei postar este texto no blog ainda no aeroporto. Me cadastrei para ter acesso à internet tão propagada na mídia mas, para minha surpresa, só consigo acesso a sites do governo. É realmente um espanto!
O vôo foi tranqüilo. Os passageiros, na sua grande maioria, jovens universitários e jovens casais. Gente da minha idade não vi. O trajeto levou 5 horas, e chegamos com 20 minutos de antecedência, o que não adiantou de nada, pois ficamos esperando na pista por 30 minutos para abrir uma vaga em um dos ‘gates’. A saída foi rápida, mas novamente tive que esperar, pois demorou muito até que todos os passageiros que iriam ser trasladados aparecessem. Na realidade, saímos  do saguão duas horas após a chegada, e encaramos mais 45 minutos até que todos os passageiros fossem devidamente entregues em seus respectivos hotéis.  Deixei minha bagagem no hotel e logo saí em direção ao beira mar. São mais ou menos 20 minutos de caminhada, depois andei mais um tanto pela orla, antes de retornar. A beira mar é muito bonita, limpa, bem cuidada. Há dois esportes que são ‘in’: surf e skate. Há muitos jovens. Não há areia na orla, somente pedras. Mesmo assim, as pessoas deitam nelas. Deve ser uma boa massagem... Constantemente sopra um vento vindo do Oceano Pacífico, e este é meio friozinho. A temperatura está agradável, no sol é até quente, mas na sombra dá para sentir o vento meio frio. Há bastante trânsito, e os táxis businam bastante.  Há muitas lojas no trajeto, e um shopping a beira mar, a céu aberto, que pelo visto é um dos orgulhos dos peruanos. Não sei ainda como é a periferia. Qdo sobrevoamos Lima, me pareceu bastante pobre, com casas do tipo ‘pau a pique. À noite, esfria.












Lima é a capital do Peru, com 9 milhões de habitantes. Está situada no vale mais extenso e central da costa do Peru ao nível do mar. Apesar de ser uma cidade cosmopolita e aberta à modernidade expressa em seus bairros residenciais como Miraflores e San Isidro, ela guarda uma tradição e cultura que datam da época colonial. Lima também é reconhecida como a capital gastronômica das Américas por sua cozinha singular.
Hoje não pretendo sair mais. Pretendo me recolher cedo, pois amanhã (muito) cedo é que verdadeiramente inicia o objetivo da minha viagem: Nazca. Em 1967 li o livro ‘Eram os deuses astronautas’ e, desde então, tive curiosidade em conhecer as pinturas gigantes, que somente podem ser vistas do alto. Irei sobrevoar as misteriosas e famosas Linhas de Nazca. Sem dúvida, será uma emoção especial, uma vez que esperei tanto tempo para realizar este sonho...

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