sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Quem viaja sempre tem uma aventura para contar...

Hoje levantamos um pouco mais tarde, o café damanhã seria servido às 8 e teríamos 420 km até Chaitén pela frente. As duas travessias de balsa a partir de Caleta Gonzalez estavam compradas para sábado, portanto teríamos um dia tranquilo pela frente. Estava chovendo, mas havia de vez em quando uma abertura de sol , o que nos deixava esperançosos de ter tempo bom pela frente. 
Iniciamos a viagem em direçæo ao Porto Aysen. Estrada boa, de asfalto, o sol apareceu, paisagens belíssimas. 







Fomos rodando com tranquilidade, parando de vez em quando para tomadas de fotos. Quando entramos na Carretera Austral, o tempo mudou. Começou a chover forte, estava 2 graus, e vimos que no topo das montanhas havia nevado. Descobrimos que o medidor de quantidade de combustível tinha parado de funcionar, mas isto não nos preocupou, havia combustível suficiente até Chaitén, e lá abasteceríamos e ainda encheríamos um galão de reserva, para termos combustível caso isto se fizesse necessáriomais para frente. Depois de aalgumas dezenas de quilômetros, a estrada de asfalto terminou, e começamos a subir as montanhas numa estrada de ripio em obras. Um frio de rachar, chuva incessante, pista escorregadia- um cenário não muito favoråvel. 




Atravessamos as montanhas e, de repente, fomos parados por pessoas que estavam na estrada. Informação: teríamos que voltar, a estrada estava totalmente interrompida por uma descida violenta de praticamente uma das montanhas. Previsão de conserto somente para daqui a alguns dias. O que fazer? Esta é a única estrada que leva ao norte. O jeito era voltar. Não há outras estradas. Consultamos o mapa. A pessoa que nos parou sugeriu que fossemos ao Puerto Cisnes. A saída era pelo mar. Em Puerto Cisnes poderíamos tentar comprar uma passagem de barco que nos levasse à Ilha de Chiloé. O barco sai à noite. Se não for pra hoje, será pra amanhã ou domingo. Não eram lá perspectivas muito animadoras. A outra possibilidade é retornar pela Argentina. Muito, muito longe. Decidimos pela primeira opção e fomos até Puerto Cisnes. 




As perspectivas são negras. Hoje vem uma barcaça às 17 horas. Não se sabe se vai ou não carregar carros. Se carregar, ótimo, embarcamos. Se não embarcarmos, temos que esperar atē amanhã às 10 horas, para pegar outra barcaça, e aí serão 20 horas (20 horas!) de viagem. Se tem hospedaria? Ainda vamos descobrir. Importante agora é fazer plantão no cais até às 17 horas. O frio é grande, o vento intenso, o mar agitado. Aqui agora só espero que não tenha tsunami, pois é uma região de risco. E esperar conseguir pegar a barcaça. 

Almoçamos e seguimos para o cais. Eu fiquei dorminhocando no carro, Ronald resolveu retornar à agência de navegação. No meio da tarde veio a informação de que o local obstrído, próximo de La Junta, seria liberado amanhà âs 10 horas. A barcaça das 17 horas estava para chegar, mas com o mar revolto daquele jeito não estávamos muito entusiasmados em encarar 20 horas em uma barcaça desconfietável, sem possibilidades de descanso, com banheiro coletivo e problemas de alimentação. Decidimos arriacar e agora, pela terceira vez, decidimos atravessar as montanhas rumo a Puyuapi, um vilarejo pequeno antes do desmoronamento. Fomos brindados com um belo sol, que tornou a natureza mais exuberante. Passamos por vários desmoronamentos já parcialmente desobstruídos e tivemos que esperar para passar por um deles. Como aqui somente escurece às 22:30, isto não é problema. A questão que se coloca agora é conseguir hospedagem.















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