Expedição para a Argentina e o Chile
17 a 25 de fevereiro de 2012
Participantes: Ronald Althuon, José Magalhães e Sávio Ramalho
Preparativos de viagem:
As mulheres dando toda a força...
17/2: de São Paulo a Barracão
18/2: de Barracão até Presidencia Roque Saens Pena/Argentina
19 /2: de Presidencia Roque Saens Pena a San Salvador de
Jujuy
20/2: De San Salvador de
Jujuy/Argentina a San Pedro de Atacama/Chile.
21/2: De San Pedro ao Oceano
Pacífico.
22/2: De Diego de Almagro/Chile a
Catamarca/Argentina.
23/2: De Catamarca a Corrientes.
24/2: de Corrientes /Argentina a
Pato Branco/Brasil.
25/2: De Pato Branco a São Paulo.
1. Dia: de São Paulo a Barracão.
Conforme anteriormente combinado,
encontramo-nos às 6 horas da manhã para iniciar a nossa 2. Expedição conjunta.
Seguimos em direção à Regis Bittencourt via bairro do Morumbi. O que nos
surpreendeu é que, apesar de termos saído tão cedo, o trânsito já estava
intenso, em função dos feriados de carnaval. Para complicar o trânsito, várias
obras de recuperação de pontes estavam em curso. Provavelmente não ficaram
prontas em função das fortes chuvas nas últimas semanas. Paramos na entrada de
Peruíbe para esticar as pernas. Depois, paramos no Tio Doca para um lanche. As
estradas no Paraná estavam muito cheias. Conseguimos, entretanto, chegar em
Barracão ainda dia claro e nos dirigimos ao hotel Província. Tomamos banho e
fomos jantar. A ducha foi revigorante. Jantamos no próprio hotel.
2. Dia: de Barracão até Presidencia Roque
Saens Pena/Argentina.
Após o café nos dirigimos à
aduana argentina, onde cumprimos o procedimento que demorou apenas alguns
minutos. Estávamos rapidamente liberados para seguir viagem. De Presidencia
Sanes Pena até San Ignacio o visual foi agradável e a temperatura amena. Nas
proximidades de Posadas a temperatura (por volta de 36 graus) e as retas
intermináveis começaram a aumentar tornando a viagem bastante cansativa.
Magalhães assumiu a liderança imprimindo um ritmo intenso, acima dos 160 km/hs.
Abastecemos as motos quando chegamos em Corrientes, por volta das 15 horas.
Após passarmos a ponte sobre o Rio Paraná e tendo passado a cidade de
Resistencia, procuramos um local para descansar e evitar a forte insolação.
Achamos umas árvores onde já estavam uma van e um caminhão com seus motoristas
fazendo uma ‘siesta’ e juntamo-nos a eles para o mesmo fim. Refeitos, avançamos
pelo trecho final do dia, até Presidencia Roque Saens Pena. Trafegando pela
marginal da rodovia senti a roda meio estranha. Parei para olhar e constatei
que o pneu traseiro estava vazio. Pegamos uma rua lateral para evitar o
trânsito, estacionamos e iniciamos o procedimento para consertar o pneu. O
problema do pneu vazio foi a câmara que, por alguma razão, se rompeu. Ficou
claro que se tratava de defeito de fabricação. Procuramos, então, uma ‘gomeria’
para conserto da mesma. Achamos uma gomeria cujo dono é uma pessoa muito
simpática e politizada. Conversa vai, conversa vem, regada à cerveja,
indicou-nos um excelente hotel, bem melhor do que o hotel no qual ficamos na
expedição passada. Depois de um revigorante banho, jantamos num restaurante a
céu aberto, que fica numa praça. A temperatura estava muito agradável e o
jantar muito bom. O milanesa estava excelente, acompanhado de uma salada
argentina (tomate e cebola), regado a cerveja. No café da manhã vimos mais dois
grupos de motociclistas do Brasil, que também se dirigiam a San Pedro de
Atacama.
3. Dia: de Presidencia Roque Saens Pena a San
Salvador de Jujuy.
Antes de sair de Roque Saens Pena
abastecemos as motos. O trecho de Roque Saens Pena até Joaquin Gonzalez é
monótono e quente. Neste trajeto tivemos mais um pneu furado. Desta vez também
foi um problema de câmara, que não agüentou o tranco. Trocamos de câmara e
prosseguimos viagem. Em Monte Quemado
abastecemos e me lembrei que há dez anos atrás pernoitei com a minha família
num ‘muquifo’ da cidade. Posso garantir que não houve nenhum acréscimo em
construção nestes dez anos... Paramos, tomamos um refri e recarregamos as
baterias para dar continuidade ao trajeto do dia. A partir de Joaquin Gonzalez
a paisagem começa a mudar, pegamos um pouco de chuva, o que contribuiu para
refrescar. Iniciamos a subida em direção a Jujuy, que fica a uma altitude de
1400 m. Na entrada de Jujuy paramos em um centro de informações turísticas a
procura de hotel. Antes de bater na porta do primeiro hotel resolvemos
abastecer as motos o que se mostrou muito importante, pois existe carência
muito grande de combustível na Argentina e, felizmente, no posto onde entramos
na fila, já havia um caminhão estacionado à espera da descarga do combustível.
Ficamos uma hora e meia na fila até sermos abastecidos. O primeiro hotel estava
lotado, o segundo e o terceiro também. Somente na quarta tentativa achamos um
hotel com disponibilidade de quartos. Antes de acharmos este quarto hotel
ficamos bem apreensivos, pois o nosso temor era não achar acomodação em Jujuy,
tamanha a ‘invasão’ de turistas na época de carnaval. Após jantar num
restaurante típico da região, nos recolhemos para dormir.
4. Dia: De San Salvador de Jujuy/Argentina a
San Pedro de Atacama/Chile.
Partimos do hotel e pegamos a
rodovia em direção ao norte da Argentina. Pegamos a saída em direção ao Paso de
Jama. Antes da rotatória que leva a Pumamarca, passamos por um posto policial
onde havia uma placa grande informando que o Paso de Jama estava fechado
indefinidamente. Procuramos maiores detalhes com os guardas. Os guardas não
tinham informações precisas, e por isso decidimos prosseguir viagem em direção
ao Paso de Jama. Fizemos uma parada em Pumamarca para registrar em fotos a
diversidade de cores da serra.
Prosseguimos viagem. No trajeto da serra encontramos um grupo de
motociclistas do Brasil vindo em sentido contrário. Conversei com um dos
integrantes que, depois de tirar o capacete vi que era uma mulher, e esta
informou que passaram no Paso de Jama no dia anterior e que haviam pernoitado
em Susques. Mais uma razão para prosseguir e arriscarmos a ida através deste ‘paso’.
Em Susques abastecemos as nossas motos no Posto do Chico (posto clandestino) e
soubemos que um trecho de doze metros há cerca de 30 km antes do ‘paso’ havia
sido levado pela correnteza por ocasião das fortes chuvas que caíram na região.
Após longas conversas com o dono do posto e outros motociclistas, arriscamos
fazer o trajeto de Susques até o local (+- 95km) e tentar passar pela terra ao
largo do buraco. Quando chegamos à região afetada vimos vários veículos
passando ao largo do dito trecho.
O piso era um misto de areia e pedra. Nosso
grupo foi o primeiro a chegar no local e após uma rápida análise decidi encarar
o desafio e consegui superar o trecho sem percalços. Os outros motociclistas,
vendo que o obstáculo foi superado, arriscaram-se e também passaram pelo local
sem maiores problemas
Daí até San Pedro pegamos algumas irrisórias gotas de
chuva e chegamos bem. San Pedro estava lotada de turistas. Enquanto Sávio e
Magalhães abasteciam, consegui um chalé para quatro pessoas na Hosteria San
Pedro, a mesma onde Beate e eu ficamos há dez anos atrás, vindo do Salar de
Yuni. Após nos instalarmos, saímos para
jantar e nos preparamos para a etapa do dia seguinte.
- Dia: De San Pedro ao Oceano Pacífico.
O maravilhoso café da manhã deu o
‘tom do dia’. Estávamos acompanhados de um grupo de franceses em férias em San
Pedro. Iniciamos nosso trajeto do dia tirando algumas fotos do alto de San
Pedro e cercanias. Passamos por Calama
em direção a Antofagasta. De uma hora para outra nos defrontamos com o
Pacífico, depois de descermos as montanhas.
Na minha memória Antofagasta era uma pequeno vilarejo que Beate e eu
havíamos conhecido há 34 anos atrás. Fiquei surpreso com o tamanho da cidade
hoje, com 285 mil habitantes. É claro
que paramos para ter contato com as águas do Pacífico. Descemos, então, em
direção ao sul do Chile pelo litoral, curtindo o visual que é muito bonito. Já
à tarde, antes de chegarmos a Chañaral, propus ao grupo pernoitar em Diego de
Almargo, que fica a cerca de 60 km de Chañaral. Já estávamos, assim, no caminho
do Paso de San Fransisco. O próximo dia seria o mais longo dos dias, não só
pela distância em quilômetros mas também pelo fato de termos de passar por duas
aduanas e um bom trecho de estrada de ‘rípio’.
- Dia: De Diego de Almagro/Chile a Catamarca/Argentina.
Decidimos sair cedo em função do
longo dia. O tempo estava muito bonito, temperatura por volta de 20 graus. Com
o término do trecho de asfalto de aproximadamente 60km iniciamos o trajeto de
estrada de terra de boa qualidade, o que possibilitou manter o ritmo na faixa
de 100 km/hs. Nosso colega Sávio aproveitou para fazer incursões nos salares
junto à estrada principal, experimentando a sensação dos pilotos do Dakar.
Magalhães e eu evitamos entrar no salar em função do peso de nossas malas e
bagagem (que Sávio não tinha), a fim de evitar maiores problemas. Paramos para
tirar fotos em várias oportunidades. Pouco antes de chegarmos à aduana chilena,
havia um grupo de três motos à nossa frente, do interior do Paraná. Os
ultrapassamos e, como já conhecia o funcionamento do trâmite, conseguimos
liberar as motos. Todo e qualquer minuto economizado se traduz em distância
maior a ser percorrida. Entre as duas aduanas há um local muito interessante
junto a um lago onde havia duas barracas imensas que abrigavam um grupo de
montanhistas em fase de aclimatização. A altitude do local: 4350 metros.
Portanto, muito frio!!!!!!! No local também havia um posto com guarda de meio ambiente.
Havia também duas banheiras naturais de água termal, com uma temperatura de 28
a 30 graus. Não havia tempo para ficar e entrar nesta delícia de água,
infelizmente. Magalhães prometeu voltar para acampar com a família junto ao
lago. A distância entre as duas aduanas é de 140km. Prosseguimos até passarmos
pela aduana argentina. Não tivemos maiores problemas. Descemos os Andes do lado
argentino numa longa descida. Abastecemos nossas motos na primeira cidade.
Surpreendentemente, não havia filas para o abastecimento. Chegamos a Catamarca
já noite. Nos dirigimos ao mesmo hotel onde eu havia ficado em janeiro, quando
fiz a travessia dos Andes no Peru. Fomos jantar em torno das 22 horas.
- Dia: De Catamarca a Corrientes.
Depois de uma ‘media luna’ e uma
chícara de café iniciamos a viagem. Novamente calor, depois dos dias agradáveis
nas montanhas... Havia algumas serras no trajeto, o que tornou o trajeto mais
agradável visualmente. Depois de Santiago Del Estero, capital do Chaco, a viagem
tornou-se muito monótona com temperatura por volta dos 40 graus. Entramos na
rodovia 12, que é a rodovia principal do Chaco, e então aconteceu a pane com o
pneu traseiro da moto do Magalhães. O trabalho de substituição da câmara durou
cerca de 35 minutos, e isto num calor escaldante. Seguimos, então, em direção a
Corrientes, onde chegamos realmente cansados. A idéia era chegar cedo, mas em
função da distância e do ritmo acabamos chegando somente por volta das
20h30min. O hotel Orly mostrou-se muito bom, jantamos num excelente restaurante típico, ao ar livre, onde
consumimos três garrafas de vinho.
- Dia: de Corrientes /Argentina a Pato Branco/Brasil.
Iniciamos a viagem por volta das
9 horas, em direção a Posadas, onde fizemos um pit stop num supermercado para
nos abastecer de lingüiças e sal dos Anclas, muito apreciado pela minha
família. Paramos novamente em Eldorado, onde complementamos as compras. Daí fomos
direto à aduana argentina, em Bernardo de Irigoyen. O trâmite novamente foi
rápido, e continuamos em direção a Candói. O tempo foi passando e nada de
chegar a esta cidade. Às 21h20 min. estávamos ainda em Pato Branco, faltando
cerca de 120 km até Candói. Desabou uma chuva torrencial, o que fez mudar os
planos. Resolvemos pernoitar em Pato Branco, o que foi uma decisão acertada.
- Dia: De Pato Branco a São Paulo.
Último dia de viagem! O tempo
estava nublado e assim permaneceu praticamente até São Paulo. Isto significou
temperatura amena (20 a 25 graus), o que contribuiu para um percurso mais
agradável. Cheguei em casa às 19h30 min.
Trechos percorridos:
De São Paulo a Barracão : 1010 km.
Pernoite no Hotel Província.
De Barracão a Presidencia Roque
Saens Pena: 852 km . Pernoite no Hotel Aconcágua.
De Presidencia Roque Saens Pena a
San Salvador de Jujuy: 705 km . Pernoite no Jujuy Palace Hotel.
De S S Jujuy a San Pedro de
Atacama: 497 km. Pernoite no Hotel Hosteria San Pedro.
De San Pedro de Atacama a Diego
de Almagro: 753 km. Pernoite no Hotel Panorama.
De Diego de Almagro até
Catamarca: 846 km. Pernoite no Hotel Suma Suasi.
De Catamarca a Corrientes: 891 km.
Pernoite no Hotel Orly.
De Corrientes a Pato Branco: 789
km. Pernoite no Hotel Província.
De Pato Branco a São Paulo: 889
km.
Total de quilômetros percorridos:
7.232
Total consumo combustível: 442,23
Consumo médio: 16,35 km/ltr.
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