sexta-feira, 16 de março de 2012

No lugar dos sacolejos no carnaval os sacolejos em cima de uma moto...


 Expedição para a Argentina e o Chile
17 a 25 de fevereiro de 2012
Participantes: Ronald Althuon, José Magalhães e Sávio Ramalho


 Preparativos de viagem:


                              As mulheres dando toda a força...


17/2: de São Paulo a Barracão
18/2: de Barracão até Presidencia Roque Saens Pena/Argentina
19 /2: de Presidencia Roque Saens Pena a San Salvador de Jujuy
20/2: De San Salvador de Jujuy/Argentina a San Pedro de Atacama/Chile.
21/2: De San Pedro ao Oceano Pacífico.
22/2: De Diego de Almagro/Chile a Catamarca/Argentina.
23/2: De Catamarca a Corrientes.
24/2: de Corrientes /Argentina a Pato Branco/Brasil.
25/2: De Pato Branco a São Paulo.





1.      Dia: de São Paulo a Barracão.


Conforme anteriormente combinado, encontramo-nos às 6 horas da manhã para iniciar a nossa 2. Expedição conjunta. Seguimos em direção à Regis Bittencourt via bairro do Morumbi. O que nos surpreendeu é que, apesar de termos saído tão cedo, o trânsito já estava intenso, em função dos feriados de carnaval. Para complicar o trânsito, várias obras de recuperação de pontes estavam em curso. Provavelmente não ficaram prontas em função das fortes chuvas nas últimas semanas. Paramos na entrada de Peruíbe para esticar as pernas. Depois, paramos no Tio Doca para um lanche. As estradas no Paraná estavam muito cheias. Conseguimos, entretanto, chegar em Barracão ainda dia claro e nos dirigimos ao hotel Província. Tomamos banho e fomos jantar. A ducha foi revigorante. Jantamos no próprio hotel. 






2.      Dia: de Barracão até Presidencia Roque Saens Pena/Argentina.


Após o café nos dirigimos à aduana argentina, onde cumprimos o procedimento que demorou apenas alguns minutos. Estávamos rapidamente liberados para seguir viagem. De Presidencia Sanes Pena até San Ignacio o visual foi agradável e a temperatura amena. Nas proximidades de Posadas a temperatura (por volta de 36 graus) e as retas intermináveis começaram a aumentar tornando a viagem bastante cansativa. Magalhães assumiu a liderança imprimindo um ritmo intenso, acima dos 160 km/hs. Abastecemos as motos quando chegamos em Corrientes, por volta das 15 horas. Após passarmos a ponte sobre o Rio Paraná e tendo passado a cidade de Resistencia, procuramos um local para descansar e evitar a forte insolação. Achamos umas árvores onde já estavam uma van e um caminhão com seus motoristas fazendo uma ‘siesta’ e juntamo-nos a eles para o mesmo fim. Refeitos, avançamos pelo trecho final do dia, até Presidencia Roque Saens Pena. Trafegando pela marginal da rodovia senti a roda meio estranha. Parei para olhar e constatei que o pneu traseiro estava vazio. Pegamos uma rua lateral para evitar o trânsito, estacionamos e iniciamos o procedimento para consertar o pneu. O problema do pneu vazio foi a câmara que, por alguma razão, se rompeu. Ficou claro que se tratava de defeito de fabricação. Procuramos, então, uma ‘gomeria’ para conserto da mesma. Achamos uma gomeria cujo dono é uma pessoa muito simpática e politizada. Conversa vai, conversa vem, regada à cerveja, indicou-nos um excelente hotel, bem melhor do que o hotel no qual ficamos na expedição passada. Depois de um revigorante banho, jantamos num restaurante a céu aberto, que fica numa praça. A temperatura estava muito agradável e o jantar muito bom. O milanesa estava excelente, acompanhado de uma salada argentina (tomate e cebola), regado a cerveja. No café da manhã vimos mais dois grupos de motociclistas do Brasil, que também se dirigiam a San Pedro de Atacama. 


3.      Dia: de Presidencia Roque Saens Pena a San Salvador de Jujuy.
Antes de sair de Roque Saens Pena abastecemos as motos. O trecho de Roque Saens Pena até Joaquin Gonzalez é monótono e quente. Neste trajeto tivemos mais um pneu furado. Desta vez também foi um problema de câmara, que não agüentou o tranco. Trocamos de câmara e prosseguimos viagem.  Em Monte Quemado abastecemos e me lembrei que há dez anos atrás pernoitei com a minha família num ‘muquifo’ da cidade. Posso garantir que não houve nenhum acréscimo em construção nestes dez anos... Paramos, tomamos um refri e recarregamos as baterias para dar continuidade ao trajeto do dia. A partir de Joaquin Gonzalez a paisagem começa a mudar, pegamos um pouco de chuva, o que contribuiu para refrescar. Iniciamos a subida em direção a Jujuy, que fica a uma altitude de 1400 m. Na entrada de Jujuy paramos em um centro de informações turísticas a procura de hotel. Antes de bater na porta do primeiro hotel resolvemos abastecer as motos o que se mostrou muito importante, pois existe carência muito grande de combustível na Argentina e, felizmente, no posto onde entramos na fila, já havia um caminhão estacionado à espera da descarga do combustível. Ficamos uma hora e meia na fila até sermos abastecidos. O primeiro hotel estava lotado, o segundo e o terceiro também. Somente na quarta tentativa achamos um hotel com disponibilidade de quartos. Antes de acharmos este quarto hotel ficamos bem apreensivos, pois o nosso temor era não achar acomodação em Jujuy, tamanha a ‘invasão’ de turistas na época de carnaval. Após jantar num restaurante típico da região, nos recolhemos para dormir. 












4.      Dia: De San Salvador de Jujuy/Argentina a San Pedro de Atacama/Chile.

Partimos do hotel e pegamos a rodovia em direção ao norte da Argentina. Pegamos a saída em direção ao Paso de Jama. Antes da rotatória que leva a Pumamarca, passamos por um posto policial onde havia uma placa grande informando que o Paso de Jama estava fechado indefinidamente. Procuramos maiores detalhes com os guardas. Os guardas não tinham informações precisas, e por isso decidimos prosseguir viagem em direção ao Paso de Jama. Fizemos uma parada em Pumamarca para registrar em fotos a diversidade de cores da serra.  Prosseguimos viagem. No trajeto da serra encontramos um grupo de motociclistas do Brasil vindo em sentido contrário. Conversei com um dos integrantes que, depois de tirar o capacete vi que era uma mulher, e esta informou que passaram no Paso de Jama no dia anterior e que haviam pernoitado em Susques. Mais uma razão para prosseguir e arriscarmos a ida através deste ‘paso’. Em Susques abastecemos as nossas motos no Posto do Chico (posto clandestino) e soubemos que um trecho de doze metros há cerca de 30 km antes do ‘paso’ havia sido levado pela correnteza por ocasião das fortes chuvas que caíram na região. Após longas conversas com o dono do posto e outros motociclistas, arriscamos fazer o trajeto de Susques até o local (+- 95km) e tentar passar pela terra ao largo do buraco. Quando chegamos à região afetada vimos vários veículos passando ao largo do dito trecho.
O piso era um misto de areia e pedra. Nosso grupo foi o primeiro a chegar no local e após uma rápida análise decidi encarar o desafio e consegui superar o trecho sem percalços. Os outros motociclistas, vendo que o obstáculo foi superado, arriscaram-se e também passaram pelo local sem maiores problemas 












Daí até San Pedro pegamos algumas irrisórias gotas de chuva e chegamos bem. San Pedro estava lotada de turistas. Enquanto Sávio e Magalhães abasteciam, consegui um chalé para quatro pessoas na Hosteria San Pedro, a mesma onde Beate e eu ficamos há dez anos atrás, vindo do Salar de Yuni.  Após nos instalarmos, saímos para jantar e nos preparamos para a etapa do dia seguinte.






  1. Dia: De San Pedro ao Oceano Pacífico.
O maravilhoso café da manhã deu o ‘tom do dia’. Estávamos acompanhados de um grupo de franceses em férias em San Pedro. Iniciamos nosso trajeto do dia tirando algumas fotos do alto de San Pedro e cercanias.  Passamos por Calama em direção a Antofagasta. De uma hora para outra nos defrontamos com o Pacífico, depois de descermos as montanhas.  Na minha memória Antofagasta era uma pequeno vilarejo que Beate e eu havíamos conhecido há 34 anos atrás. Fiquei surpreso com o tamanho da cidade hoje, com 285 mil habitantes.  É claro que paramos para ter contato com as águas do Pacífico. Descemos, então, em direção ao sul do Chile pelo litoral, curtindo o visual que é muito bonito. Já à tarde, antes de chegarmos a Chañaral, propus ao grupo pernoitar em Diego de Almargo, que fica a cerca de 60 km de Chañaral. Já estávamos, assim, no caminho do Paso de San Fransisco. O próximo dia seria o mais longo dos dias, não só pela distância em quilômetros mas também pelo fato de termos de passar por duas aduanas e um bom trecho de estrada de ‘rípio’. 















  1. Dia: De Diego de Almagro/Chile a Catamarca/Argentina.
Decidimos sair cedo em função do longo dia. O tempo estava muito bonito, temperatura por volta de 20 graus. Com o término do trecho de asfalto de aproximadamente 60km iniciamos o trajeto de estrada de terra de boa qualidade, o que possibilitou manter o ritmo na faixa de 100 km/hs. Nosso colega Sávio aproveitou para fazer incursões nos salares junto à estrada principal, experimentando a sensação dos pilotos do Dakar. Magalhães e eu evitamos entrar no salar em função do peso de nossas malas e bagagem (que Sávio não tinha), a fim de evitar maiores problemas. Paramos para tirar fotos em várias oportunidades. Pouco antes de chegarmos à aduana chilena, havia um grupo de três motos à nossa frente, do interior do Paraná. Os ultrapassamos e, como já conhecia o funcionamento do trâmite, conseguimos liberar as motos. Todo e qualquer minuto economizado se traduz em distância maior a ser percorrida. Entre as duas aduanas há um local muito interessante junto a um lago onde havia duas barracas imensas que abrigavam um grupo de montanhistas em fase de aclimatização. A altitude do local: 4350 metros. Portanto, muito frio!!!!!!! No local também havia um posto com guarda de meio ambiente. Havia também duas banheiras naturais de água termal, com uma temperatura de 28 a 30 graus. Não havia tempo para ficar e entrar nesta delícia de água, infelizmente. Magalhães prometeu voltar para acampar com a família junto ao lago. A distância entre as duas aduanas é de 140km. Prosseguimos até passarmos pela aduana argentina. Não tivemos maiores problemas. Descemos os Andes do lado argentino numa longa descida. Abastecemos nossas motos na primeira cidade. Surpreendentemente, não havia filas para o abastecimento. Chegamos a Catamarca já noite. Nos dirigimos ao mesmo hotel onde eu havia ficado em janeiro, quando fiz a travessia dos Andes no Peru. Fomos jantar em torno das 22 horas. 













  1. Dia: De Catamarca a Corrientes.
Depois de uma ‘media luna’ e uma chícara de café iniciamos a viagem. Novamente calor, depois dos dias agradáveis nas montanhas... Havia algumas serras no trajeto, o que tornou o trajeto mais agradável visualmente. Depois de Santiago Del Estero, capital do Chaco, a viagem tornou-se muito monótona com temperatura por volta dos 40 graus. Entramos na rodovia 12, que é a rodovia principal do Chaco, e então aconteceu a pane com o pneu traseiro da moto do Magalhães. O trabalho de substituição da câmara durou cerca de 35 minutos, e isto num calor escaldante. Seguimos, então, em direção a Corrientes, onde chegamos realmente cansados. A idéia era chegar cedo, mas em função da distância e do ritmo acabamos chegando somente por volta das 20h30min. O hotel Orly mostrou-se muito bom, jantamos num excelente  restaurante típico, ao ar livre, onde consumimos três garrafas de vinho.







  1. Dia: de Corrientes /Argentina a Pato Branco/Brasil.
Iniciamos a viagem por volta das 9 horas, em direção a Posadas, onde fizemos um pit stop num supermercado para nos abastecer de lingüiças e sal dos Anclas, muito apreciado pela minha família. Paramos novamente em Eldorado, onde complementamos as compras. Daí fomos direto à aduana argentina, em Bernardo de Irigoyen. O trâmite novamente foi rápido, e continuamos em direção a Candói. O tempo foi passando e nada de chegar a esta cidade. Às 21h20 min. estávamos ainda em Pato Branco, faltando cerca de 120 km até Candói. Desabou uma chuva torrencial, o que fez mudar os planos. Resolvemos pernoitar em Pato Branco, o que foi uma decisão acertada. 



  1. Dia: De Pato Branco a São Paulo.
Último dia de viagem! O tempo estava nublado e assim permaneceu praticamente até São Paulo. Isto significou temperatura amena (20 a 25 graus), o que contribuiu para um percurso mais agradável. Cheguei em casa às 19h30 min.
Trechos percorridos:
De São Paulo a Barracão : 1010 km. Pernoite no Hotel Província.
De Barracão a Presidencia Roque Saens Pena: 852 km . Pernoite no Hotel Aconcágua.
De Presidencia Roque Saens Pena a San Salvador de Jujuy: 705 km . Pernoite no Jujuy Palace Hotel.
De S S Jujuy a San Pedro de Atacama: 497 km. Pernoite no Hotel Hosteria San Pedro.
De San Pedro de Atacama a Diego de Almagro: 753 km. Pernoite no Hotel Panorama.
De Diego de Almagro até Catamarca: 846 km. Pernoite no Hotel Suma Suasi.
De Catamarca a Corrientes: 891 km. Pernoite no Hotel Orly.
De Corrientes a Pato Branco: 789 km. Pernoite no Hotel Província.
De Pato Branco a São Paulo: 889 km.
Total de quilômetros percorridos: 7.232
Total consumo combustível: 442,23
Consumo médio: 16,35 km/ltr.


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