segunda-feira, 1 de junho de 2015

Deserto de Gobi, uma experiência de dois dias para não esquecer

Levantamos  muito cedo para pegar o avião. Não tomamos nem café, e fomos rumo ao aeroporto. Pela primeira vez na Mongólia tivemos trânsito livre. Os procedimentos no aeroporto foram rápidos, e acredito que embarcaram no total umas trinta pessoas, na sua maioria americanos, alguns franceses e nós. O voo levou uma hora e vinte minutos, e foi tranquilo. 



Sobrevoamos praticamente o tempo todo regiões desérticas montanhosas. 






Quando desembarcamos a temperatura era de 14 graus, com muito, muito vento. 






Antes de ir a um acampamento para tomar café, vimos uma corrida de cavalos. Diz nosso guia Tuchin que termos visto uma corrida ao chegar dá sorte. Na verdade mal e mal vi os cavalos porque uma porção de carros 4x4 estava acompanhando a corrida, e estávamos muito distantes para ver alguma coisa. 


Fomos, então,  a um gercamp próximo do aeroporto para tomar café. Seguimos, então, para o Three Camel Lodge, que fica a 70 km do aeroporto e que é o nosso acampamento de gers (tendas mongóis), que faz parte dos 50 melhores acampamentos  ecológicos no mundo, e é o melhor da Mongólia. Durante o percurso o vento aumentou, e quando chegamos ao acampamento este havia se transformado em tempestade de areia. Impossível ver alguma coisa. 



















Dei graças a Deus quando estava dentro do ger principal, que é um restaurante, muito bem organizado e aconchegante. Os funcionários são todos uma simpatia. Tomamos um café e seguimos para o nosso ger. Uma graça! A onchegante, espaçoso, tem até banheiro próprio, que com esta ventania é uma benção. Muito confortável, tem até energia elétrica, e as amenidades são da Occitane! 
O vento uiva intensamente em torno do ger, e dá a impressão que a qualquer momento levantaremos voo. Ainda bem que estas construções são bem sólidas, suportam vento e frio, estamos bem protegidos. 












O Deserto de Gobi é um extenso deserto situado na região norte da República Popular da China e região sul da Mongólia. A palavra Gobi significa deserto, em mongol. Gobi tem as seguintes dimensões: 1600 km de leste a oeste e 800 km de sul a norte, ocupando uma de área de 1.295.000 em km², mais ou menos o tamanho do estado brasileiro do Pará. A média da temperatura anual é de −2,5 °C a +2,8 °C e os valores extremos chegaram a 38,0 °C e −43 °C em uma região, e 33,9 °C e −47 °C em outra. É o deserto arenoso mais setentrional de todos, e lar de alguns animais raros tais como o camelo-bactriano (de duas corcovas) e o raríssimo cavalo-de-przewalski. Suas areias foram pela primeira vez percorridas e descritas por um ocidental no ano de 1275, na famosa viagem de Marco Polo junto ao pai e um tio, a Pequim.





 O deserto de Gobi é conhecido no mundo da Paleontologia pela riqueza e qualidade das suas jazidas fósseis, onde foram descritas pela primeira vez muitas espécies de dinossauros.O famoso espécime Velociraptor é encontrado nessa região. É considerado um dos maiores sítios paleontológicos do mundo, com fósseis petrificados a céu aberto. Em 1993, foram retirados fósseis de 67 dinossauros (incluindo um embrião fossilizado), lagartos e mamíferos. Em 2006, uma equipe do paleontologista Jack Horner encontrou 67 esqueletos de psitacossauro, além dos 30 coletados no ano anterior. As tempestades de areia oriundas dos desertos são não apenas um fenômeno meteorológico, que afeta o clima tanto pela absorção quanto pela refração da radiação solar pelas partículas em suspensão - também afetam a vida, muitas vezes associadas às doenças que afetam desde seres marinhos quanto a animais terrestres e pessoas. As tempestades de Gobi são especialmente afetadas por agregar elementos poluentes das áreas industrializadas e populosas que atravessam. A tempestade vinda de Gobi em abril de 1988 percorreu milhares de quilômetros, carregando finos sedimentos de areia da área industrial chinesa, atravessando o Oceano Pacífico até atingir 25% da América do Norte (Canadá e EUA). O fenômeno foi registrado novamente em 2001, desta feita com o acompanhamento por satélites pela NASA. Esta tempestade, em abril de 2001, teve sua origem identificada na Sibéria, os ventos carregaram partículas dos desertos de Gobi, na Mongólia, e de Taklamakan, na China, formando uma nuvem com mais de 2000 km de extensão. Esta nuvem tomou a cidade de Baicheng, e depois cobriu o Japão e Coreia do Norte, chegando enfim à América, indo do Alasca até a Flórida, trazendo areia e contaminantes.

Após o almoço no primeiro dia e depois de uma bela siesta fomos ao Parque Nacional Gobi Gurvansaikhan , que é um parque nacional no sul da Mongólia . Este parque foi criado em 1993 e atingiu o seu tamanho atual em 2000. O parque, cerca de 27.000 km² é o maior da Mongólia. Deve o seu nome à montanha Gurvansaiján . O parque está situado no extremo norte do deserto de Gobi e suas maiores elevações são áreas de estepe . Há muitas espécies de plantas e animais nativos, como o leopardo da neve ou camelo Gobi . Há também áreas de dunas de areia, como o famoso de Khongoryn Els (as areias do canto), Para onde não fomos por ficar muito longe, cerca de 400 km. Fomos para  o vale de Yolyn Am , que tem uma grande área de gelo quase todo o ano. Inicialmente fomos ao museu natural, onde vimos os animais que existem aqui- empalhados. 




Depois seguimos pelo vale até onde o carro podia ir, e seguimos a pé por um vale que estreitava cada  vez mais. No total andamos 5 km. Vimos muitos animais pequenos e pássaros. Também havia Yaks pastando. 



Inacreditável! 
Chegamos numa geleira, em pleno deserto. 




Andamos um bocado sobre a geleira, e no final de tarde retornamos até o carro. Voltamos ao acampamento. O cair da noite foi lindo! O sol caindo pintou as estepes de amarelo, e devagar surgiu a lua, quase cheia, por detrás das montanhas. Quando fomos dormir, estava espiando pelo vidro do teto. Sem dúvida, um dia muito lindo e especial. 




1. de junho de 2015: fomos ao Flaming Cliffs, também conhecido como Bayanzag ou às vezes Bain-Dzak, que fica a uma hora de carro. É uma região do deserto de Gobi na Província Ömnögovi da Mongólia , em que importantes fósseis foram achados. A área é a mais famosa pois foi nela que se descobriram os primeiros ovos de dinossauro . Outras descobertas na área incluem espécimes de Velociraptor  e Eutherian . É ilegal remover fósseis sem licenças apropriadas. A cor dos rochedos é vermelha ou laranja. 





De lá fomos ao bosque do deserto. Bosque é modo de falar, pois na realidade são arbustos. Os camelos gostam muito de comer sua folhagem que parecem agulhas de ciprestes.



Seguimos então para conhecer uma família de nômades pastores de ovelhas. Chegamos na hora da tosa, a família inteira estava ocupada. Com o chefe da família, fomos até o ger. Como boas vindas, nos ofereceu um vidro com mentol para que aspirássemos sua essência. Depois tomamos chá de leite de camela e comemos pão feito no fogão estufa que fica no centro do ger. a família é moderna. 
Tem energia solar e prato de satélite, além de caminhão. 




Mantém uns 20 camelos. Montamos e passeamos um pouco. Os camelos são bachitrianos, ou seja, somente tem um culote, e somente existem na Mongólia, no norte da Russia e no Kazaquistão. São confortáveis para montar. O segundo culote protege a coluna e fica-se bem assentado entre os dois culotes. O gingado é tranquilo, são dóceis. Gostamos da experiência!


 



















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