quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A espera mais tenebrosa da minha vida...

Como a expectativa de chegada do Ronald era por volta das 16 horas, resolvi retornar ao hotel e fiquei aguardando no quarto, basicamente sentada numa amurada de uma das janelas, de onde tinha vista para o cruzamento de onde era possível ver a chegada.
Esperei, esperei, esperei...
Os minutos avançavam lentos...
Cinco horas...
Seis horas...
Sete horas...
Oito horas...
Resolvi pedir o serviço de jantar no quarto, para não me ausentar.
Nove horas...
A tensão e a angústia aumentavam minuto a minuto...
Resolvi enviar um email à Karin, para saber se o pai havia ligado. Nada! Nenhum sinal... Karin também começou a se preocupar.
Decidimos deixar os computadores ligados, e uma avisaria a outra caso tivesse notícias. Tive sorte de ter Karin para compartilhar comigo esta angústia e esta espera. Sozinha teria enlouquecido...
A noite passou devagar... Cada hora parecia uma eternidade. E a angústia aumentava. De madrugada, a angústia se transformou em desespero e, de manhã, em certeza de que algo sério havia acontecido.
Desci ao lobby às 7 da manhã, expliquei o ocorrido aos funcionários do balcão, e estes prontamente se dispuseram a entrar em contato com a polícia. Esta fez uma varredura no trajeto, e depois de algo mais do que uma hora, entrou em contato para avisar que não havia sido registrado nenhum acidente no percurso. Menos mal! A angústia diminuiu um pouco! Entrei no google para verificar o trajeto, e aí tive a certeza: era impossível do Ronald ter feito o trajeto Cuzco-Lima em um só dia. São mais de mil quilômetros, quase todo ele nos Andes, e me informaram que estava chovendo muito. Portanto, não restava outra alternativa senão esperar. Fu
i dar uma volta, para espairecer, porque ficar no quarto me enlouqueceria. Retornei ao hotel, e nada!
Decidi que esperaria até às 16 horas, e aí acionaria a busca em hospitais. Afinal, Ronald havia comentado no último telefonema que estava com o pé quebrado, uma pedra tinha batido um pouquinho embaixo do olho e havia tido um princípio de hipotermia. Situação esta que me preocupava...
10 horas...
11 horas...
12 horas...
Resolvi dar mais uma volta.
Quando retornei, subi diretamente ao quarto e, ao abrir a porta, meus olhos não quiseram acreditar: Ronald estava parado no meio do quarto, tirando sua roupa de piloto de moto. O alívio foi total. Nunca, na minha vida, me lembro de ter ficado tão aliviada e feliz quanto neste momento. Ele está bem, o pé desinchado, quase não se percebe a batida no olho, e fora o cansaço, estava tudo em ordem. A felicidade foi do tamanho do alívio.
Depois de descansar, demos uma volta pela praia, felizes da vida e prontos para celebrar o reveillon.




2 comentários:

  1. Beate...que susto! Muito bem escrito este texto, deu para sentir a angustia junto contigo. Ainda bem que o final foi feliz! Feliz ano novo pro casal :)

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  2. Nossa....que susto!!! A Karin é uma filha e tanto, né? Adoro! :)

    beijos e bom ano novo para vocês!

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