domingo, 2 de setembro de 2012

Um inferno chamado Ibéria..

2 de setembro de 2012
Ontem a noite jantamos no próprio Novohotel da Rua Martins Fontes. Os garçons eram meio antipáticos mas, a esta altura do campeonato, isto já não importava mais. Fomos dormir cedo, logo depois do jantar. As acomodações do hotel são boas. Demorei para pegar no sono e não foi certamente por causa da cama, que era boa. Deve ter sido em função do stress do dia acumulado, do tipo por fora calma, mas por dentro um vulcão enfurecido, tudo doía. Enfim, acabei dormindo. Um sono sem sonhos. Às 2.45 fomos acordados, nos arrumamos rapidamente, fomos para o lobby para fazer o Chec Out. O saguão estava vazio, mas qual não foi nossa surpresa quando saímos do hotel e vimos uma fila imensa, de rostos levemente familiares e cansados??? Parece que todos os passageiros resolveram levantar super cedo para garantir o seu lugar no primeiro ônibus. Nós conseguimos um lugar no terceiro...
A viagem para o aeroporto foi tranqüila. Também, era só o que faltava haver transito às 3.30 da manhã...quando chegamos ao aeroporto, novamente fila! Mas por quê isto agora? A explicação: tínhamos que confirmar nosso check-in. Inacreditável! Será que alguém, de são consciência, que ficara ontem por seis horas na fila, que recebera o cartão desembarque, iria desistir assim, sem mais nem menos? Pouco provável! O que fazer, o jeito era encarar fila novamente. Ronald e eu fomos para a fila dos idosos, esta pelo menos já sabíamos que seria curtinha. Uma das funcionarias duvidou do nosso status de idoso, conferiu documento. Bom, pelo menos isto foi um bálsamo para a alma estressada... Nossos amigos tiveram que ficar na fila normal. Quando todos haviam passado por mais esta tortura, fizemos o embarque. A minha bagagem de mão foi revistada, não sei por quê, mas tudo foi relativamente rápido, e os funcionários eram bastante atenciosos. Pareciam especialmente atenciosos, talvez porque sabiam da nossa trajetória para conseguir embarcar e as nossas caras não eram de bons amigos. Policia Federal e Freeshop, para depois nos dirigirmos ao portão 4, que fica no subsolo e era indicador de que, mais uma vez, iríamos pegar ônibus. Quando chegamos ao pé da escada rolante, não queríamos acreditar no que estávamos vendo: um saguão lotado, com passageiros de três vôos aguardando embarque. O nosso vôo nem estava anunciado. Não havia lugar para sentar, mal dava para respirar. Fomos nos esgueirando entre corpos e bagagens até chegar a um espaço no qual pelo menos conseguíamos mexer os pés, ficando ora sob o pé direito, ora sob o pé esquerdo, pois a coluna já se manifestava em função das muitas filas. Agora, não dava pra fazer fila, havia gente demais para tentar qualquer tipo de organização. Incontáveis vezes houve chamadas para um vôo a Buenos Aires. Nosso vôo, nem nas duas TVs informativas constava. Funcionários da Ibéria apareciam, sumiam, corriam de um lado para outro, aparentando estarem hiper, mega, super ocupados, mas que na realidade demonstra a falta de competência e o mínimo de organização. Ficamos muito tempo nesta situação. A hora do embarque já havia passado. De repente, alguns passageiros começaram a embarcar. Caramba, deveria ser do nosso vôo, pois eram rostos conhecidos e cansados...não dava para ouvir o que uma funcionaria da Ibéria falava ao microfone, o som não dava conta do monte de gente. Escutamos a palavra idosos, e lá fomos nós tentando chegar no embarque. Fomos xingados de mal educados, pois não haviam ouvido nosso alto e sonoro 'com licença', tamanho o barulho em volta. Conseguimos embarcar. Nossos amigos demoraram muito mais. Perguntamos a um funcionário se era o ônibus certo, ele dizia que era para passageiros que iriam para Buenos Aires. Mas como, se dentro do ônibus haviam rostos conhecidos e cansados? Perguntei a uma passageira e ela, laconicamente, quase sem força na voz confirmou: Madrid. No ar, uma tensão que poderia explodir. Sentíamos na pele o barril de pólvora no qual tinha se tornado esta situação. Qualquer coisa poderia se tornar motivo para explosão. Todos estavam exaustos, tensos e mal humorados. Tivemos que esperar algum tempo no ônibus, o avião ainda não estava pronto. Claro, não dava pra esperar outra coisa, esta situação cabia perfeitamente no contexto.
Finalmente sentamos nos nossos lugares. Suspiros de alivio. O corpo começou a relaxar, as dores a sumir, o mau humor deu espaço... Com 50 minutos de atraso, o avião decolou.
Agora, de fato, inicia-se nossa viagem...
Hoje não escreverei mais sobre o final do dia, ou melhor, do inicio da noite. É 1.20 da manhã, e temos que levantar às 5.30. Amanhã relato sobre a chegada à Europa.





Nenhum comentário:

Postar um comentário