quarta-feira, 17 de setembro de 2014

De Taskent a Urgench

17 de setembro de 2014: de Tashkent a Urgench.

Ainda fizemos ialgumas visitas na cidade de Tashkent.

Museu de Artes Aplicadas. Este museu é tão popular pela configuração assim como pelas suas muitas exposições. Muitos estrangeiros  manifestaram seu apreço pela arquitetura uzbeque e queriam residências construídas por mestres de Bukhara, Samarcanda, Khiva, Dergana e Tashkent. A maioria das residências tem varandas, salas de recepção, com esculturas de ganch, cor e madeira. No museu há uma citação de Omar Khayyam nas duas portas: " O mundo é um grande caravanserai com duas portas: uma entrada e uma saída. Todos os dias visitantes novos vem à caranvanserai." Ahá cerca de 7000 peças expostas. Belissima tapeçaria, um trabalho realmente ímpar, peças de cerâmica. Cada província tem seu proprio jeito de fazer cerâmica, peças entalhadas de madeira e outros objetos como facas, joias, roupas, etc. 





Ontem no final de tarde visitamos a Praça da Independência. Está mais para um parque urbanizado do que para uma praça propriamente dita. É uma área muito grande, limpa, com paisagismo bem executado, cercada por prédios públicos, fontes e monumentos. Lugar agradável e bonito, somente prejudicado pela falta de árvores frondosas para um descanso . Uma das paradas foi no Memorial da Segunda Guerra, que homenageia os 400 mil uzbeques mortos durante o conflito, lembrados por listas de nomes gravados em folhas de metal dourado e por uma chama eterna em frente a uma estátua de uma mulher triste. Embora não seja um local religioso, é possível constatar que os uzbeques o visitam com profundo respeito e introspecção. Alguns até jogam moedas no pedestal da chama eterna depois de uns minutos de silêncio, como um pequeno tributo aos mortos. 







Fontes da cidade

Praça da Opera e Ballet. O teatro está localizado no centro da cidade. Em frente ao teatro há uma bela fonte na forma de uma flor de algodão. O Alisher Navoi Opera and Ballet Theater foi inaugurado em 1947 para comemorar os 500 anos de Alisher Navoi. É um teatro contemporâneo. Há muitas variedades de tijolos decorativos, muitos degraus em mármore, portas de carvalho esculpido, todos cheios de tradição e talento dos artesãos locais. Há seis salas de entrada dedicadas às seis regiões do Uzbequistão. O Alisher Navoi Theater tem um rico e variado repertório e já fizeram várias excursões pela Europa e Ásia. É o único grande teatro em todo Sudeste da Ásia Central. Sua conquista é um grande trunfo do povo do Uzbequistão, o orgulho da nação .






Praça Amir Temur. Ouvimos histórias sobre o líder uzbeque e sobre o próprio monumento de Tamerlão. O monumento foi projetado em 1870. Ao redor também há alguns pontos de interesse como o palácio do Congresso, o hotel Uzbequistão com sua curiosa fachada e a Galeria de Arte Moderna. 







Ainda fomos ao Museu Historico, que nos deu um interessante panorama sobre aspectos historicos ao longo do tempo, desde a idade da pedra, deste tão interessante país.




O almoço foi numa tenda tipica. A comida muito boa. Estou adorando as saladas, que sao de um sabor ímpar. Zumrad explicou que se utilizam pouco ou nenhum agrotóxico, o que se reflete no sabor, maravilhoso. Os tomates são doces, deve ser pela incidência do sol. As uvas tambem são muito doces, e tambem de tamanho maior do que no Brasil. 



Ainda há dois assuntos que considero relevantes comentar: 
Um é sobre o tráfego. As avenidas sao largas, mas quase nao há semaforos. Isto obriga os pedestres a se aventurar por entre os carros em alta velocidade até chegar ao outro lado. Nao é raro ver pessoas paradas no meio da pista, esperando uma brecha para avançar. Nos cruzamentos, a loucura é total. É carro pra tudo que é lado, cada um tenta avançar do jeito que dá. Consequentemente, o barulho estridente das buzinas é estonteante.

Outro comentário é sobre as mulheres. Há uma politica especifica em relação às mulheres. Todas as mulheres sao obrigadas a fazer exames clinicos a partir da idade fertil até morrerem. O atendimento é totalmente gratuito. Existe uma lei que proibe casamentos antes dos 19 anos, e atualmente uma politica de incentivo à redução de números  de filhos. Se antes a média era quatro, agora o objetivo é no máximo dois filhos. Os motivos são carência de água e alimentação tornando-se escassa. 

Ontem observei que havia constantemente mulheres tentando fazer contato visual comigo. Olhavam-me intensivamente e, quando eu olhava para elas, escancaravam um sorriso, com uma boca cheia de dentes de ouro. Fiquei intrigada com este fato e perguntei Zumrad o que significava. Ela explicou que Uzbequistan tem muito ouro. As mulheres mandam cobrir seus dentes da frente com ouro, pois isto é um senso estético valorizado. Elas tornam-se, assim, mulheres bonitas e valiosas. 

Aqui observamos de novo o fenômeno de sermos seguidos discretamente por homens e mulheres enquanto passeamos. Acredito que seja porque nosso biotipo seja diferente. Somos muito altos e brancos para o padrão daqui. Despertamos muita curiosidade por onde passamos e não raro nos perguntam de onde somos. Quando respondemos exclamam maravilhados: brasile, brasile!

A comunicação é difícil. Praticamente não se fala inglês. A língua oficial é uzbeque e a segunda língua russo. 

 Como turistas, o entendimento é somente através de guias. Zumrad nos acompanhará todos os dias, em todos os trajetos. Não existe a possibilidade de aluguel de carros. 

O dinheiro aqui é o Su. Muito desvalorizado. Um dolar corresponde a 2500 Su no câmbio negro.


No final de tarde, fomos ao aeroporto e embarcamos com destino a Urgench. Em Urgench nos hospedamos no hotel Khorezm Palace. 

Kunya Urgench era a antiga capital de Khorezm, no atual Turquemenistão. Vários monumentos foram preservados e são um testemunho da escola de arquitetura e construção urgench. 

Chegamos em Urgench a noite e graças à rapidez de Zumrad fizemos o check in rapidamente. Em seguida fomos jantar. Não havia menu em ingles, e nós não falamos nem russo nem uzbeque. Felizmente o garçom, muito simpático e prestativo, falava um pouco de ingles e assim conseguimos fazer nosso pedido. Eu comi uma salada de beterraba e uma sopa Bortsch, tambem de beterraba 
( sem saber) e Ronald comeu uma salada de repolho e dois bolinhos de carne com purê de batatas. Bebemos uma cerveja local que por sinal estava muito boa. 



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