segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Um dia para astrônomos, matemáticos e historiadores...

22 de setembro de 2014: Samarkanda

Samarqand significa Forte de Pedra, e é a segunda maior cidade do Uzbequistão . Situa-se num vale fértil irrigado. 
A cidade é famosa pela sua localização estratégica no centro da Rota da Seda entre a China e a Europa, e por ser um centro de estudos islâmicos de grande importância. Fundada no primeiro milênio antes da era cristã, como paragem na Rota da Seda, foi conquistada por Alexandre, o Grande e pelos Assábidas. No século XIV foi capital do império de Tamerlão, que a dotou de magníficos edifícios dignos de uma capital imperial. Foi ainda a capital do Uzbequistão entre 1925 e 1930. Hoje é um centro comercial e turístico. Tem cerca de 550 mil habitantes. 






 
Ficamos impressionados com a imponência de Samarkand. Além disso, ê uma cidade com amplas avenidas, bem arborizada, com muitas fontes. Realmente muito bonita. É perceptível que investem muito em reconstrução dos prédios históricos. 

Mausoléu de Amir Amur













Complexo Registan

Os planos de preservação das cidades uzbeques de Samarqand, Vukhara, Khiva e Kokand desenvolvidos a partir da década de 1960 do século XX estiveram, desde o início da sua concepção, voltados para a promoção da atividade turística na região - coração da antiga Rota da Seda e foco da disputa colonialista entre russos e britânicos na segunda metade do  século XIX. 



Desse modo, e tendo em vista a prevalência de uma concepção de patrimônio associada antes aos monumentos que aos conjuntos, as intervenções executadas nos centros históricos tiveram como foco a criação de m percurso ligando as edificações mais significativas de cada núcleo urbano. 



Samarqand, detentora de monumentos mais grandiosos e de uma história supostamente mais nobre que aquela das demais, tornou-se o principal foco dos esforços soviéticos de restauração, iniciados, ainda que de forma pouco sistematizada, na década de 1920, quase 60 anos antes da conclusão do primeiro plano de preservação para a cidade, ocorrida em 1980.

A restauração partiu da Praça Registan, centro da cidade desde o século XV e um dos mais grandiosos complexos arquitetônicos do Islã. 



As intervenções nos edifícios foram aconpanhadas por uma ampla redefinição do espaço urbano ao redor dos mesmos. 

Inseridas na política de preservação da então república soviética, nas intervenções no Registan destaca-se a busca pela espetacularização do patrimônio que, associada a um projeto de desenho urbano pouco coerente, teve como efeito o comprometimento do caráter do espaço. 

A opção pelo isolamento em relação ao entorno imediato conferiu ao Registan um caráter prioritário de espaço de visitação e contemplação. O antigo coração de Samarqand, praça do mercado e do convívio definitivamente não dialoga com a cidade, fato assumido pela opção de criação de muros bizarros decorados que, posicionados ao fundo dos monumentos, escondem as áreas residenciais da. Idade antiga aos olhos dos visitantes. 

Os equívocos na intervenção seguem pelo excesso de materiais empregados no tratamento dos espaços - algo que, somado ao aspecto caleidoscópio da decoração das fachadas, gera uma confusão visual que prejudica a leitura dos edifícios. Tijolos, pedras roladas em três cores, mosaicos, mármore branco,polido, piso de concreto, tudo isso é utilizado no tratamento dos vários ambientes da praça. As intervenções no Registan foram concluídas na década de 1990.

A julgar pelo aspecto de Samarkand,  a busca pela monumentalização e o excesso poderiam ser tomados como referência para o desenho urbano contemporâneo no Uzbequistão, mas não foi isto que aconteceu. A cidade de Bukhara apresenta um quadro profundamente contrastante, que ressalta a diferença de abordagem de certa forma surpreendente, especialmente tendo-se em conta o governo marcado pela forte centralização. 
No Registan destacam-se três majestosas universidades medievais: Ulughbek Madrasah, Sherdor Madrasah e Tilla-Kori Madrasah.
O conjunto de três madrassas é um exemplo único de arte urbana e um exemplo notável de projeto arquitetônico da praça principal da cidade. As madrassas foram construídas em épocas diferentes.

Durante séculos, o Registan também foi o bazar central. 

Ulughbek Madrasah

É a mais antiga das madrassas no Registan. Foi construída na parte ocidental da praça. Apesar de sua monumentalidade, o edifício dá impressào de leveza e graça. Ulughbek Madrasah foi uma das melhores universidades do oriente muçulmano do século XV. Foi severamente danificada pelo tempo e terremotos, e em especial nos anos de guerra no início do século XVIII. 







Sherdor Madrasah

Surgiu em 1424.As paredes são cobertas com citações do Alcorão. 

 
Tilla Kori Madrasah

 




O início de sua construção deu-se em 1646 e durou 14 anos. O nome significa 'aparado em ouro' . 

A mesquita Bibi-Khanym é uma famosa mesquita cujo nome vem da esposa do governante Amir Timur.







Pedra da Honra Alcorão 

Timur decidiu empreender a construção de uma mesquita gigantesca. A mesquita foi construída com pedras preciosas capturadas durante a sua conquista da Índia.  90 elefantes foram empregados apenas para transportar as pedras preciosas. A construção foi concluída em 1404. A mesquita, entretanto, caiu em desuso e foi desmoronando lentamente ao llongo dos séculos. Desabou parcialmente durante um terremoto em 1897. Está sendo realizada a reconstrução, ainda não concluída .

As  Ruínas de Afrasyob são um dos poucos lugares antigos remanescentes  que é intocada. 

Afrasyob localiza-se no coração da Samarqand antiga. Foi destruída pelos mongóis no século XIII. As exposições no museu Afrasyob  ilustram a história do desenvolvimento de Samarqand na época de Alexandre, o Grande Conquistador. 





Necrópole 













O Observatório de Ulugh Bek remonta ao século XV e é o primeiro observatório do Oriente. 
É fantástico pensar que o observatório é de 1420. O Brasil ainda nem existia, e aqui se fazia astronomia, matemática e outras ciências em altíssimo nível. Pena que na época isto não foi reconhecido. Mirzo Ulugbek, o astrônomo, foi morto. Costumava-se também matar os arquitetos depois que concluíam suas obras, para que não construíssem outras em outros lugares. Aliás, a vida não valia muito, e os líderes matavam a torto e a direita, e o que mais praticavam era decapitar ou esquartejar.








No final de tarde, viajamos para Tashkent. 5 horas de viagem por terras irrigadas, colinas e estepe. 



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