sábado, 26 de março de 2011

Tudo que é bom dura pouco... chegando ao final da travessia!

Décimo terceiro dia: 25.03.2011
De madrugada, cruzamos o estreito de Gibraltar. Até levantei para fotografar, mas definitivamente estava tudo muito escuro, o mar bastante turbulento, e além de algumas luzinhas esparsas ao largo, não se via absolutamente nada. Voltei para o dormir, o que era o melhor para fazer. Acordei às 9 horas. Estou ficando muuiiito mal acostumada! Tomei, como sempre, um laudo café e fui caminhar. Este foi um empreendimento deveras difícil, porque o vento estava de lascar. Vesti-me feito esquimó para dar conta do vento. Consegui andar uma hora, por vezes lutando bastante para avançar, porque andar contra o vento é muito difícil. Algumas poucas pessoas aventuraram-se comigo nesta andança. Nesta travessia do mar Mediterrâneo, cruzamos com vários navios. O tráfego, pode-se dizer, é intenso.
Amanhã será nosso último dia de travessia. Já posso dizer agora que vou ficar com saudades! Como eu gosto de ficar sentada, na varanda, contemplando o mar, deixando os pensamentos ir e vir, esvaziando a cabeça... É bom demais! Pena que tudo que é bom dura pouco. Mas não tenho nem o direito de me queixar. É um privilégio viver, é um privilégio ter saúde, é um privilégio ter uma família que amamos e que nos ama, é privilégio estar aqui, vivendo este momento tão especial.

Último dia: 26.03.2011
O dia amanheceu com o Mar Mediterrâneio feito espelho. O navio desliza sobre as águas como se fosse uma pluma. Quase não há movimento, nem barulho. Como se fosse uma calmaria. Mas há vento. Não é muito, mas suficiente para ter que usar proteção de ouvidos para caminhar. Subi ao deck 12 para a caminhada matinal e, para minha felicidade, não havia viva alma fazendo caminhada. Foi uma delícia andar a passos largos pelo deck, o vento a acariciar o rosto e impulsionar a caminhada.
Hoje é dia de fazer malas, entregar as gorjetas. É o dia dos finalmentes. Já começo a sentir uma pontinha de saudades em deixar o navio, o horizonte infinito se descortinando aos meus olhos todos os dias. Retornar a São Paulo, onde não se enxerga o horizonte é, neste momento, ainda uma ‘tarefa’  difícil. Mas sem dúvida, uma vez em terra firme, outros horizontes se abrem... isto depende sempre da perspectiva da qual a gente olha.
A travessia foi realmente fantástica. Não tivemos chuva, não tivemos mares revoltos.
Pessoalmente prefiro navios menores, e certamente não embarcarei mais num navio com tanta gente. Mas, sem dúvida, a viagem valeu, conheci pessoas interessantes, rolaram bons papos, e poder me refugiar para a cabine sempre quando não tinha vontade de barulho, de música alta, de dança, de jogos e outras coisas mais sempre foi reconfortante.
Amanhã desembarcaremos em Civita Vecchia e encontraremos Alex e Ligia, para então iniciarmos uma viagem pela Costa Amalfitana.

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