domingo, 13 de março de 2016

E começou a odisséia Irã...já no primeiro dia com polícia...


Viajar de madrugada tem suas vantagens...sem trânsito, check in rápido, sem filas...tudo de bom! Adrenalina a mil, o cansaço inicialmente não se instala. Mas, com o passar do tempo, e duas horas são um loooongo tempo, o corpo vai relaxando, o sono apertando. Mas não tem jeito. Antes de se acomodar no avião, nada de dormir. A primeira noite em claro. Certamente o organismo irá se ressentir...faz parte! 

O primeiro impacto foi no check in. Havia dois lugares na emergência e, como sempre, pedimos pela troca de lugars. Ficamos chocados ao saber que, por sermos sessentões, não podemos mais sentar na emergência. Risco de lerdeza, pensamento confuso, falta de condições físicas... Nossa, ficamos arrasados. Nós, lerdos? Confusos? Sem condições físicas? Achávamos que era só olhar pra gente que se constataria o quanto estamos bem para nossa idade. Pela primeira vez, a idade pesou, principalmente porqueera outro que decidia o que podíamos e não podíamos, nos tachava em função de anos vividos. Como a nossa agência havia reservado assentos na primeira fila, ficamos bem! Obrigada, Enjoy Brazil! 

Com exceção de algumas turbulências, o voo foi tranquilo. Dormimos pouco, mas relativamente bem. Chegamos em Istanbul ãs 9 horas, e fui trocar de roupa, porque a orientação era se adaptar às exigências muçulmanas. Botei meu vestidão e o véu. Sempre de novo levo um tempo para me adaptar, porque me sinto uma falsa: não sou muçulmana, mas tenho que andar como se fosse uma...
O início do segundo voo foi uma piada. Entramos no avião até que rapidamente, mais uma vez sentados numa primeira fila - ufa! Porque os assentos de forma geral eram muito estreitos, com pouquíssimo espaço, com exceção dos nossos. Guardamos nossa pouca bagagem de mão e ficamos observando as pessoas entrarem.mais bagagem domque gente. Gente com três malas de mão, sacolas e mais sacolas. Isto não iria dar certo. E foi entrando gente! E foram carregando malas. Chegou ma hora, o a ião entalou. Não havia mais lugar para guardar tanta bagagem. Era m tal de gente empurrando malas, maletas, sacolas e sacolinhas pra frente e prá trá, procurando um lugar para guardar...Ronald levantou e ficou de olho na nossa bagagem, porque o risco de empurrarem, botarem em outro lugar, em cima de outras, de ponta cabeça era real. A atividade era frenética. E o tempo passando, passando. 23:40, e nada de sair do chão. Cada espacinho era disputado 'a tapa'. Não teve jeito! Um monte de bagagem teve que ir ao porão. Tira as bagagens, leva scada abaixo, abre o bagageiro, coloca as bagagens lá, sobe de novo, fecha bagageiro, senta. Esta brincadeira durou 40 minutos. 

Finalmente partimos. Jantamos no avião. No início, intensas turbulências. Dormi os pouco. 
Ao amanhecer, chegamos em Teheran. O check out foi relativamente rápido. Poucos estrangeiros, muitos iranianos, nossa fila era pequena. A bagagem foi checada no raio X, e nos dirigimos à saída. Vimos nosso guia, agora faltava pouco para chegar ao hotel. A polícia checa de novo nossos passaportes, e pede para acompanhá-los? O que? Pra que? Já passamos pela polícia, passamos pelo raio X, o que era agora? Fiquei indignada, mas me controlei para não transparecer. Fomos escoltados. Duas polícias na frente, uma atrás. Me senti 'quase' uma terrorista. Atravessamos todo o saguão, as pessoas olhando pra gente, e fomos até o escritório. A polícia, de poucas palavras, demonstrando todo seu poder, e nós, pobres moertais, sem entender o que estava acontecendo. Tiraram cópia dos passaportes, e preencheram uma papelama que tivemos que assinar, sem entender bulufas. Sabe lá Deus o que assinamos. Ficamos nos perguntando o que estava acontecendo, sem encontrar uma resposta plausível. Será que nos confundiram com um grupo de caçadores, cujas espingardas estavam na esteira, acondicionadas em embalagens chamativas? 
Seguimos por corredores estreitos e nada convidativos, atę chegarmos a uma sala sem janelas, na qual havia um raio X. Checaram nossa bagagem novamente, e Ronald teve que abrir a sua mala. Depois nos liberaram, pediram desculpas, explicaram que este era o procedimento com sulamericanos....pois é, a fama dos latinos nos persegue até os confins da Ásia Central...
Finalmente estávamos no carro, eu já sonhava acordada com uma cama. O guia informa que levaremos 1 hora até chegar ao hotel? Uma hora???? E a minha cama??? Seguimos por uma estrada ampla, ladeada por edifícios e casas, de 4-5 andares, todas cinzas, com parca vgetação. Atravessamos o centro, os prédios não são muito maiores, sempre por largas avenidas, e chegamos ao hotel Espina. Um bom hotel. O check in foi rápido, e finalmente encontramos a almejada cama. Literalmente desmaiamos, e dormimos o sono dos justos, por três horas. 

Inicialmente fizemos um passeio relativamente longo ao Parque Lale, que fica perto do hotel. Homens jogando xadrez, peteca, ping pong, crianças brincando nos parquinhos eram a tônica. Depois atravessamos a cidade até um outro parque, com uma passarela bem moderna e um planetário. 

Parque Lale





























Seguimos para o norte da cidade, em direção às montanhas, que tem até 4000 metros. Tomamos um chá, e fizemos uma caminhada não muito longa, montanha acima. Deu pra cansar. Retornamos ao hotel, para descansar. 48 horas praticamente acordados não é bolinho....
















O que dizer de Teheran? Uma cidade enorme, quase toda horizontal, de 700 km quadrados e 7 milhões de habitantes. A arquitetura é meio indefinida. Influência cajar, árabe, algumas construções que parecem meio chinesas, mas não são. A cor predominante é beije, cinze, um pouquinho de ocre pálido. Largas e muito bem conservadas avenidas cruzam a cidade em todas as direções. Trânsito infernal. Para atravessar as avenidas a pé é preciso coragem...


















À primeira vista (e talvez à segunda, também), Teerã não parece ser uma cidade muito agradável. Uma névoa róseo-acinzentada cobre a capital do Irã, contendo todo tipo de poluição aérea imaginável. Muitos dos edifícios também não agradam os olhos, tal como o trânsito pesado e incessante. Mas toda pessoa que visita o Irã quase que obrigatoriamente tem que passar por esta metrópole de quase 8 milhões de habitantes. O principal aeroporto do país está aqui e é através dele que você chegará a outros destinos, como Isfahan.  Incrivelmente,  a gente se surpreende com sua atmosfera (figurativamente falando) de certa forma inebriante. Os iranianos são muito simpáticos, gentis, cumprimentam, puxam conversa. Sobre a roupa das mulheres, nos atualizamos. Não é tão rígido quanto pensávamos. As mulheres jovens, com exceção das muito religiosas, usam jeans com strech de todas as cores, apertadas, com camisões ou túnicas por cima. Ousam nas transparências e rendas das túnicas, deixando a mostra os contornos do corpo. Todas usam longos lenços, multicoloridos, nas cabeça, e isto é obrigatório. Eu com meus vestidões longos faço parte da ala mais conservadora, mas também uso lenços coloridos e camisetas de manga comprida de cores claras. 

Teerã é a capital e principal cidade da República Islâmica do Irã, assim como da Província de Teerã. Sua população urbana é de 7 160 094, sua região metropolitana reúne aproximadamente 14 milhões em uma área de 1 500 km². 
Teerã concentra mais da metade da indústria nacional, incluindo fábricas de automóveis, eletrônicos, equipamentos elétricos, armamentos, têxteis, açúcar, cimento e químicos. É também famosa pela venda de tapetes orientais, móveis e outros artesanatos. Há uma refinaria de petróleo nas cercanias. 
Os sistemas de transporte coletivo iranianos não são compatíveis com a dimensão e as necessidades de Teerã e das principais cidades do país. O Metrô não chega à lotação absurda como a do de São Paulo, por exemplo, mas está longe de ser suficiente para a extensão da cidade.

Educação:
No Teerã as crianças começam a estudar desde os 2 anos de idade com treinamentos e livros sobre radiação e engenharia. Após saber física elas podem saber que no futuro  quanto ele vai demorar para cair no chão antes de explodir num ataque terrorista. Por incrível que pareça em Teerã grande parte das crianças pretendem ser homem-bomba quando crescerem.

Lá eles fazem muitas coisas envolvendo arte, e uma das mais brilhantes atividades artísticas se refere à produção de miniaturas, preciosas obras de arte pintadas e esculpidas sobre os mais diversos suportes. E aos seus incomparáveis tapetes, que conquistaram o mundo com sua qualidade e beleza. Os persas (iranianos) revelaram seu gosto decorando os trabalhos com linhas bem definidas e cores vivas.

Costumes:
Até 1979, o Irã era um país de costumes ocidentais em pleno Oriente Médio. A partir da chegada do aiatolá Khomeini ao poder, tudo mudou. A maioridade legal é aos 18 anos, mas grande parte das restrições depende da idade: em público, as saias e calças das garotas devem cobrir os joelhos e os homens não vestem bermudas.
O governo do Irã proíbe as mulheres de cantar no país.   

Política:
O Presidente tem poder limitado em um Estado formado com elementos ocidentais, leis islâmicas e tradições xiitas. O Legislativo, Judiciário e Executivo são independentes entre si, mas todos estão subordinados ao líder supremo (os aiatolás), e entrelaçados em uma complexa rede de contrabalanço entre cargos eletivos e preenchimento por indicação.



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