quarta-feira, 16 de março de 2016

Shiraz, a cidade das flores e dos rouxinóis...

Ontem chegamos quase à meia noite em Shiraz. O avião atrasou uma hora, chegamos bem cansados. Entretanto, aliviados, pois este voo nos preocupou, estávamos ansiosos e apreensivos, uma vez que havíamos lido recentemente no Brasil que a viação aérea iraniana estava sucateada, em função do embargo econômico. Ronald até testou a qualidade de manutenção do assento, da mesinha, e eu chequei funcionamento do banheiro, estava tudo ok, e o avião parecia em boas condições. Quando o avião demorou para sair do hangar, a apreensão aumentou. Quando finalmente começou a movimentação, demorou para ligarem os motores... Alívio mesmo, só quando pousamos... Felizmente este foi o único voo interno para nós.

Uma curiosidade:
As leis no Irã são muito severas. Existe a execução, me parece relativamente frequente, em quatro casos:
assassinato
estupro
porte  de alguns tipos de armas
tráfico de drogas.  
Não tem perdão! É morte por execução na certa!

Ficamos bem impressionados com a qualidade do aeroporto, assim como a entrada para a cidade. Tudo decorado, muitos canteiros de flores, o que já nos chamou atenção em Teheran.
Dia 20/3 festejam o ano novo. Ouvem-se fogos de artifício aqui e ali. 

Começamos o dia com uma visita à mesquita, construída entre 1876 e 1887. É uma mesquita meio rosa, uma cor que era muito usada nesta época. A mesquita Nasir-ol-Molk tem uma ala de verão e uma de inverno. A de inverno tem vitrôs que espelham suas cores sobre os tapetes, a de verão tem dois poços. 









Acima, a mão representa o símbolo xiita. 






De lá seguimos para o Narenjestan Garden, pequeno e muito bem cuidado. Visitamos o museu Narenjestan Ghavam, que fica no interior da casa grande de família Qajar e onde moravam os governadores. O museu é muito bem feitinho. Retrata até 2500 anos de história através de personagens em cera de tamanho natural, muito bem feitos, parecem verdadeiros. Infelizmente é proibido fotografar. No interior da casa também encontram-se vários aposentos com a técnica mirror working, realmente impressionantes. 
















Passamos pelo imenso Vakil Bazaar, com a sua profusão de becos, lojinhas, cores e odores. Como sempre, milhares de pessoas circulando em exíguo espaço. O bazaar é do século 11 e é um verdadeiro mercado persa. 








Passamos do lado da fortificação da cidade, que durante o período do pai xá foi usada como prisão.





De lá seguimos para o túmulo de Hafez, o poeta favorito do Irã. Lemos algumas passagens dos seus poemas em alemão, mas é um texto difícil de entender. O túmulo fica dentro de um aprazível jardim. Hafez nasceu no século 14.



Terminamos as visitas com um passeio pelo Jardim Botânico. Este decepcionou um pouco, achamos meio mal cuidado, mas o pavilhão é bonito. O nome é Eram Garden, foi idealizado no século 19 . Faz parte dos projetos da humanidade da Unesco.







Foi um dia de muitas caminhadas, sobe rua, desce rua, sobe escada, desce escada, o corpo se ressente, e precisamos de um tempo para descansar. Apesar da temperatura agradável, entre 14 e 24 graus, a sensação é de muito calor, o clima é extremamente seco.

Quando nos preparamos para a viagem, lemos num blog que quem conhece as mesquitas e madrassas do Uzbequistan, se decepciona com as de Shiraz e Isfahan. No que diz a Shiraz, sentimos a mesma coisa. A mesquita é bonita, mas as do Uzbequistan são mais imponentes, com
Arte em mosaico deslumbrante. 

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