domingo, 18 de setembro de 2011

Lhasa, onde luminosidade e fervor se confundem...

16 de setembro
Lhasa
O dia amanheceu lindo. Nenhuma nuvem no céu, temperatura por volta dos 20 graus, uma luminosidade estonteante, o dia prometia...
Fomos recebidos por um outro guia, e logo constatamos que ele não sabia falar muito bem inglês e não sabia absolutamente nada a respeito dos lugares que iríamos visitar no dia. Ainda bem que fiz pesquisa antes, senão o dia teria sido perdido...
A primeira visita do dia foi Norbulingka. Este é considerado o palácio de verão e tem o formato de um retângulo vermelho e juntamente com Potala faz parte do Patrimônio da Humanidade da UNESCO.



Norbulingka, 'Treasure Park' significado em tibetano, está situado no subúrbio de Lhasa City, na margem do rio Kyichu. O jardim é lindo, e boa parte dele bem cuidado. Há incontáveis flores.É o maior jardim na Região Autônoma do Tibet.

 A construção começou na década de 1740.  Mais tarde, foi usado como o Palácio de Verão de Lamas sucessivos, onde se resolviam os problemas políticos e realizavam celebrações festivas.  Após uma série de expansões e renovações, a aparência foi melhorada com potrangs, pavilhões, jardins e bosques.  Agora foi transformado em um parque aberto ao público.
Norbulingka consiste em palácios diversos.



Kelsang Potrang, nomeado após o sétimo Dalai Lama, é um palácio de três andares com salas para adorar Buda, quartos, salas de leitura e santuários.  É uma pena que é proibido fotografar por dentro. Assim se teria uma idéia melhor de como são constituídos os palácios. Todos eles tem pinturas muito coloridas por praticamente todas as paredes, sempre tem imagens de Buda e outras imagens espalhadas. Há afrescos. Há muitos panos, que já estão bastante desgastados por conta do tempo em que estão pendurados.
Tsokyil Potrang, quando o oitavo Dalai Lama estava no poder, é considerado o mais atraente em Norbulingka.
Khamsum Zilnon é outro palácio construído neste período, e havia possibilidade de apreciar óperas, numa época na qual os  Dalai Lamas tibetanos gostavam de ópera.




Norbulingka tanto reflete a étnica quanto as características religiosas do povo tibetano e incorpora o estilo de arquitetura interior da China.  É de grande valor cultural e foi classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial Cultural em 2001, como uma extensão do Palácio de Potala.

Ainda no período da manhã, fomos visitar o magnífico Palácio Potala. Foi necessário marcar hora, pois há milhares de peregrinos, assim como muitos turistas que visitam o palácio. Nós entramos no palácio às 11h14 min. Para ter acesso a ele, é preciso primeiro vencer incontáveis lances de escada. A subida é íngreme, e é preciso ter fôlego. Não sei nem como conseguir vencer estes degraus todos, a uma altitude de 3700m. Haja fôlego e condicionamento físico...

Palácio Potala
Potala é uma fortaleza que fica em uma pequena elevação bem no centro da cidade; é o maior conjunto arquitetônico acima da altura do mar no mundo todo. O palácio foi todo construído em granito e tem cerca de mil salas e pavilhões ricos em detalhes e decoração.
O realmente impressionante Palácio Potala situa-se na Montanha Hongshan, na cidade de Lhasa. Lhasa é a capital do Tibet, que é considerado o país mais religioso do mundo. Realmente impressiona a quantidade de peregrinos, assim como habitantes de Lhasa mesmo que passam horas e horas rezando, tendo em suas mãos ou o cilindro de oração, ou um longo colar de contas.




Localizado no topo da Montanha Vermelha, ocupa uma área de 410.000 metros quadrados e tem uma superfície edificada de 130.000 metros quadrados, com 13 andares construídos com cobre fundido, para protegê-lo dos terremotos, tem aproximadamente 117 metros de altura e suas paredes foram erigidas com placas de granito, sua parte mais fina tem a espessura de cinco metros. Trata-se da quinta essência da antiga arquitetura tibetana.



Com seus telhados cintilantes, é considerado o pináculo do trabalho e da sabedoria tibetana. É um prodígio na história da arquitetura oriental e o orgulho das terras nevadas. É o símbolo da antiga cidade de Lhasa e também uma visão incomparável do Tibet.
O Potala possui dois palácios: o Palácio Vermelho (parte central) e o Palácio Branco. O Palácio Vermelho hospeda as câmaras e nichos de Buda, para o repouso dos restos das diversas gerações do Dalai Lama. São milhares de imagens.
O Palácio Branco, construído inteiramente de placas de granito, é onde as várias gerações dos Dalai Lamas vivem e manejam o governo e os assuntos budistas. Sua ala oeste contém dormitórios para os monges. A parte oriental, servia como sala de estudo e dormitório do Dalai Lama.

As galerias de cada andar do Palácio Vermelho contêm muitos afrescos.
O Palácio Potala conserva muitas peças de ferro, cobre, ouro e prata, entre elas armas e couraças do Reino de Tubo. Mas também há utensílios litúrgicos, peles e couro, têxteis e papel, assim como livros de ouro, selos, peças de porcelana, esmeraldas e recipientes de jade esculpidos que os imperadores do governo nacional deram de presente ao Dalai Lama.
Em Potala, os livros sagrados budistas eram impressos manualmente, e ainda estão guardadas as escrituras budistas como o Tanjur, com 227 volumes, e o Kanjur, com 108 volumes. Os textos apócrifos relatam a possibilidade de Jesus ter estudado no Tibet; é comum ouvir sobre essa história na velha cidade. O Tibet pode estar longe do mundo, mas é o único lugar do planeta onde os homens procuram desvendar os enigmas da alma humana.
Em 1961, o Palácio Potala se incluiu entre as relíquias sob proteção. O palácio foi restaurado em 1989 com recursos atribuídos pelo Governo Central. Foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1994.
"Quando os seres humanos se desentendem, mostram que esqueceram suas semelhanças fundamentais para supervalorizar razões secundárias. Por razões secundárias um homem destrói outro homem e destrói o planeta que o abriga. As crises, a violência, as queixas sobre o declínio da moralidade que nos assolam, mostram que o enorme desenvolvimento externo — sem dúvida útil e necessário — não corresponde a um mesmo nível de desenvolvimento interno da humanidade. Esse cultivar-se internamente é que garantirá nosso direito à felicidade e até à sobrevivência. Porque, por mais mortíferas que sejam as armas produzidas pelo medo e pelo ódio, é necessária a mão de um homem para detonar o gatilho."
TENZIN GYATSO - XIV Dalai Lama
A esta altura do campeonato já estava muito quente. É impressionante como o sol de altitude queima. Descemos novamente os incontáveis degraus e retornamos ao hotel, para descansar um pouco.



À tarde, estava no programa a visita ao Barkhor, que na realidade já tínhamos visitado no dia anterior, por conta própria, assim como o templo Jokhang, que fica dentro deste bairro.
O Barkhor é provavelmente a melhor parte de Lhasa e um dos lugares mais interessantes para ver no Tibet. O Barkhor é uma kora- peregrinação ao redor do templo mais sagrado do Tibete, o Jokhang.  O circuito principal do Barkhor é de cerca de um quilômetro de comprimento, mas existem muitas pequenas ruelas que saem da rota principal.  Todos os dias vêem-se milhares de peregrinos tibetanos andando pela Barkhor no sentido horário.  Com facas, cilindros de oração, estátuas budistas, jóias de jade e as últimas músicas da Índia, há algo para todos. Juntamente com inúmeras lojas, também há muitos restaurantes.Nós não tivemos coragem de comer em um dos restaurantes, porque a aparência não é muito aprazível, e não queríamos correr o risco de uma infecção. Dizem, entretanto, que estes restaurantes  servem comida tibetana autêntica.

O Barkhor está situado no coração do distrito tibetano de Lhasa. Estar em torno de todos os peregrinos na Barkhor é uma experiência única.  Vendo o giro dos cilindros de oração e ouvir o cantar dos constantes orações tibetano dá ao Barkhor as características que fizeram dele um dos lugares mais famosos no Tibet.


Entramos no templo Jokhang, subimos todos os andares até o telhado, de onde se tem uma ótima vista.
Depois desta visita, voltamos ao hotel. Estamos literalmente exaustos. Andamos muito, vimos muito, colhemos muitas impressões, e haja olfato, olhar, audição e tato para tudo isto.


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