domingo, 18 de setembro de 2011

Enfim, Tibet...


15 de setembro
Enfim, Tibet...
Saímos muito cedo do hotel com o intuito de conseguir um lugar na emergência ou na primeira fileira do avião. Quando chegamos ao aeroporto e depois de passarmos pelo primeiro controle logo na entrada, qual não foi nossa surpresa ao nos deparar com uma grande fila, todos com o mesmo destino: Lhasa, no Tibet. Não teve outro jeito se não entrar na fila. Qdo chegou nossa vez, estes lugares não estavam mais disponíveis, mas pelo menos conseguimos um lugar na janela e do lado esquerdo, para que pudéssemos ver o Mount Everest.
Depois tivemos mais uma vez uma verdadeira corrida de obstáculos em forma de controle: ora era para passar a bagagem de mão pelo RX, ora era para colocar um carimbo no nosso boarding pass, ora era para revistar a bagagem (que já tinha passado, a esta altura, por três RX), ora era para ‘apalpação corporal’. As filas eram sempre uma para os homens, outra para as mulheres. Finalmente conseguimos chegar à sala de embarque, abarrotada de gente. Depois de esperar por mais de uma hora, chegou nossa vez de embarcar. Homens de um lado, mulheres do outro. Chegamos no gate 2, e havia duas chancelas, homens de um lado, mulheres de outro. Mais uma vez controle de visto de saída. Saímos para fora, e tivemos que nos enfileirar em 4 filas, na frente do avião. Ronald ficou numa fila, eu na outra. Só faltou eles darem o comando de marchar, rsrsrsrs. Aí fizeram controle de explosivos. Nunca tinha visto isto. Só então pudemos entrar no avião.
Assim que todos embarcaram, percebi que havia mais um lugar na janela, dois assentos à frente. Mais do que depressa fui para lá, assim Ronald e eu tivemos oportunidade de ter vista para fora.
O avião decolou e, não muito tempo depois, avistamos a ponta do Mount Everest.
                                                                   Mount Everest
Que emoção! Tão linda, aquela ponta branca despontando entre todas as nuvens... Todos quiseram ver a montanha, e o avião inclinou perigosamente para o lado, rsrsrsrsrs. Duas asiáticas vieram sentar do meu lado, e aí a briga pela janela foi grande. Ora era uma, ora outra que queria fotografar, e passavam praticamente por cima de mim (que não posso afirmar que são pequena e magra, rsrsrs) para fotografar. Mas, enfim, tudo deu certo, e nos entendemos bem.
O vôo levou uma hora, e à medida que nos aproximávamos de Lhasa, as nuvens ficaram mais escassas e pudemos ver os topos de inúmeras montanhas da cordilheira do Himalaia. Realmente uma vista muito linda.


O avião posou no horário previsto, agora estamos a 11 horas fuso horário do Brasil.
O aeroporto, moderníssimo e limpíssimo. Mais uma vez, passamos por três controles, e Ronald e eu não  pudemos ficar juntos. Era um após o outro, rigorosamente.
Saímos de forma relativamente rápida, e uma sra. já nos aguardava dizendo ser nossa guia. Fomos até o carro, e entramos numa fila imensa para sair do aeroporto. Quando estávamos já quase na saída, a nossa guia aborda Ronald por sir Robert. Estranhamos, olhamos os papéis dela e descobrimos que estávamos com a guia errada. Tínhamos que voltar para o aeroporto, só que fazer uma manobra para voltar era impossível. Portanto tivemos que atravessar o pedágio e fazer o retorno. No saguão do aeroporto esperava um casal e um guia, justamente os que haviam sido trocados. Troca desfeita, voltamos ao estacionamento. A fila de carros havia diminuído, e rapidamente pegamos uma super hiper highway em direção à Lhasa. Que estrada! Moderna, segura, limpa, sem nenhum buraco sequer...



Quando chegamos em Lhasa, tivemos uma espécie de ‘choque cultural’. Nós, que havíamos esperado uma Tibet no estilo do Bhutan, nos deparamos com largas avenidas, prédios modernos, uma limpeza total, tudo muito muito diferente de Kathmandu. Como hoje é feriado, também não há muitos carros nas avenidas e nem muitas pessoas circulando. Aparentemente as lojas estão abertas.
Como estamos a 3700m de altitude, sentimos um pouco de falta de ar e resolvemos descansar antes de sairmos para conhecer um pouco do local. Aqui somente escurece às 20 horas.
Saímos e fomos até uma das avenidas principais. Como não havia semáforo, tentamos atravessar a avenida junto com outras pessoas. Foi um sufoco! Os carros vem correndo, não fazem menção de reduzir a velocidade, e a gente atravessa faixa por faixa, na medida em que encontra uma brecha.
Seguimos até a Barkhor Street, que fica no centro da cidade e possui uma forma surpreendente com lojas, supermercados e restaurantes todos dispostos de forma circular. As lojas desta rua trazem – adivinhem – produtos chineses, rsrsrs, ou seja, nem pensar em comprar alguma coisa, pq é praticamente tudo de qualidade ruim. Parece uma 25 de março ampliada...








Cores e aromas compõem o cenário. Tudo muito colorido sim, quase exuberante. Cheiros diversos. Mas há um cheiro que predomina, que é o de manteiga rançosa. Demoramos para descobrir que são as pessoas que exalam este cheiro, provavelmente porque lavam sua roupa só de vez em quando.
As pessoas são super simpáticas. Praticamente todas sorriem para vc, e as crianças sempre perguntam;’How are you?’. Em função da nossa altura, fizemos muito sucesso.... principalmente as mulheres não se continham e davam risada, principalmente quando viam o Ronald... e a gente ria também, e assim se estabelecia uma comunicação e um entendimento não verbal rapidamente. As roupas que homens e mulheres usam são mais em tons azul marinho e marrom. Não há aquela exuberância indiana, nepalesa ou bhutanesa. As mulheres tem traços bonitos, só que muito maltratadas pelo tempo. Muitas, muitas rugas, rostos esticados parecendo couro curtido, isto em função da secura total nesta região.
Hoje fez calor, nem à noite foi necessário colocar casaco. Não sei porque trouxe tanta roupa de inverno, caramba. Antes tivesse deixado espaço para poder adquirir uma ou outra coisa. Como somente podemos transportar 20 quilos, vim e volto com 20 quilos.
Nós nos pautamos na internet, que dava como temperatura entre 7 e 15 graus. Tudo balela. Acho que hoje fez 29, e agora talvez estejamos com uns 20 graus. O clima é muito seco. No máximo 30% de umidade. Isto aliado á dificuldade em respirar... não vai ser muito fácil fazer todas as visitas a templos e monastérios. Amanhã é um outro dia, veremos...
A luminosidade aqui é estonteante. Linda demais! Vê-se tudo com muita clareza. Certamente as fotos também ficarão bem bonitas.
Lhasa é a capital da província do Tibet, que faz parte da China. É uma das cidades mais altas do mundo e está localizada em um vale entre as montanhas do Himalaia. Uma paisagem inesquecível.
Lhasa é certamente diferente de tudo que já vimos: ela mistura um ar de centro turístico com cidade pacata.  Na realidade, atrás das fachadas dos edifícios e casas de uma das grandes avenidas descobre-se a Lhasa antiga, pacata, com vielas, becos e a vida chinesa palpitando.

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