domingo, 18 de setembro de 2011

Visita a dois magníficos monastérios. Último dia em Lhasa.


17 de setembro
É inacreditável, mas estamos até sentindo calor no Tibet, e hoje até usamos o ar condicionado. Nunca na vida imaginei que fôssemos andar de sandália o dia inteiro, inclusive à noite, porque não é tanto assim que cai a temperatura.
O que também chama muita atenção em Lhasa é a quantidade de exército nas ruas. Em praticamente cada esquina ou cada rua há uma dupla, ou então estão marchando em grupos de 7 pelas ruas. Também há muito controle eletrônico, através de câmeras instaladas.
O que também descobrimos é que, atrás dos prédios de três andares todos restaurados, ao longo das largas avenidas que atravessam a cidade, há um cortiço ao lado do outro, ou seja, os prédios foram restaurados em suas fachadas, mas atrás ficou tudo igual.
Felizmente trocaram o nosso guia, e hoje tivemos aproveitamento máximo nas três visitas realizadas.
Inicialmente, fomos ao Monastério de Drepung. Este monastério fica um pouco fora da cidade, e é imenso e bem conservado. Construído em 1416, Drepung foi a moradia de três Dalai Lamas – até que o quinto mandou construir o Potala. Esse importante centro de poder espiritual e político tornou-se uma pequena cidade amuralhada. Em 1950, antes da invasão chinesa, mais de dez mil monges viviam aqui. Hoje, os 600 residentes (o número é limitado pelo governo) ainda vivem em habitações construídas há mais de três ou quatro séculos. Desde o topo de seus prédios, a vista de Drepung é ampla. As edificações – residências, templos ou colégios – foram erguidas de forma contígua, uma ao lado da outra, com apenas uma ruela separando.



Havia muitos peregrinos e também turistas neste monastério. Passamos por muitas salas, muitos templos e, para variar, subimos incontáveis escadas. No final já não estava aguentando mais. Meu joelho e perna direita reclamando direto.





Há estátuas dos diferentes Budas e também de alguns reis imensos. Há muitas e muitas estátuas pequenas guardadas atrás de vidros em armários, assim como também muitíssimos livros sagrados antigos. Em praticamente todas as salas queima-se insenso, o que provoca um certo torpor nas pessoas. Há muitos odores - doces, azedos, de mofo, de poeira, de coisas antigas...


Sempre me impressionada de novo a fé destas pessoas. Elas batem a cabeça inúmeras vezes em paredes, em algumas até colocaram plástico, pois a pintura acaba prejudicada. Muitos idosos procuram o monastério, tem dificuldades imensas de subir as escadas, que são estreitas e muito altas, mas mesmo assim não esmorecem. Fazem todo o percurso.
Para o horário de almoço (o nosso é a base de yogurte – só tomamos café e jantamos) retornamos ao hotel, e à tarde fomos ao Monastério Sera. Esta visita foi mais rápida, pois grande parte dele está em reconstrução. É o maior monastério do Tibet, e durante a Dinastia Ming viveram lá 10 mil monges.

                                                      Mandala feita toda ela de areia

Vimos meninos cantando em cima de um telhado, e vimos monges sentados num jardim fazendo seus exercícios de perguntas e respostas.
Como última atividade do dia fomos  a um bairro que é basicamente frequentado por locais e onde se vende de tudo, em pequenas vendinhas ou na rua mesmo.


                                          típico restaurante para os habitantes de Lhasa
Andamos por muitas ruelas e vielas, atravessamos o bairro inteiro, e seguimos a pé até o hotel, o que foi um longo e cansativo trecho. No percurso passamos pelo bairro muçulmano com sua mesquita – há muitos tibetanos muçulmanos, surpreendentemente.
No hotel, arrumamos, pela última vez nesta viagem, nossas malas, jantamos e fomos dormir pois, a partir do próximo dia, teremos uma longa maratona de retorno pela frente.

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