terça-feira, 6 de setembro de 2011

Finalmente em Doha - agora um relato pessoal...

5 de setembro
Finalmente em Doha – agora um relato pessoal

Depois de um realmente ótimo café da manhã (apesar de todos os queijos e pastas estarem muito salgados) resolvemos sair a pé, para conhecer a parte mais antiga da cidade, comprar uma pilha para o despertador e ir até o museu islâmico.

Para o nosso espanto total, não existe cidade antiga, histórica. O rei mandou derrubar tudo para dar lugar a novos prédios, e o que sobrou são alguns poucos prédios de dois andares antigos, além de um muro (que também estão derrubando). Eu fico pasma com isso. É contra a maré mundial de preservação histórica. Mas enfim, rei é rei...

Quando botamos o pé na rua levamos um choque. O calor insuportável, escaldante, que literalmente queima os miolos. Como apesar da seca há uma umidade em torno de 50%, o suor escorre por onde pode. Ficamos ensopados rapidamente. A cada passo que vc dá vc tem a impressão de que está sendo cozinhado vivo. Nunca senti tanto calor assim na minha vida. O único calor que chega próximo é o do Vale dos Reis, no Egito.
Enfim, fomos ao museu. É simplesmente belíssimo. Que construção! Que arquitetura! E, confesso, o melhor de tudo foi que há ar condicionado... A esta altura minha cabeça estava latejando, o peito arfando, pensei que ia ter um colapso. Precisei sentar por um tempo, para depois começar a apreciar as obras islâmicas, que realmente são muito bonitas.

Depois do museu, voltamos ao hotel, pq havíamos combinado com um taxista que nos levaria para passear por Doha, por uma hora e meia, por U$$ 45,00. Dito e feito! Bendito ar condicionado no carro. A primeira coisa que fizemos foi comprar água, pq aqui é preciso beber muita muita água. Doha é uma cidade relativamente nova, com prédios imponentes, construções bizarras, avenidas largas, algum verde, muitos ‘compounds’, de todos os níveis. Estão sendo construídos bairros inteiros em cima de terreno aterrado na baía. Construções vistosas, a área das embaixadas é lindíssima, muitos hotéis de primeira categoria, shoppings luxuosos, enfim, é um luxo só. Mas onde mora o povo? Onde acontece a vida? O dia a dia? Vimos poucas pessoas nas ruas, muitos carros luxuosos e gigantescos, mas gente do povo, a não ser no centro da cidade, necas... O taxista nos informou que as pessoas moram fora de Doha, o que confirmamos à tarde.

Chegamos ao hotel, e logo depois saímos com o nosso guia, rumo ao Safari no Deserto. Estradas amplas e muito bem construídas, asfalto fantástico (no Brasil só dá prá sonhar com isto), muitos compounds e agora, sim, construções de até dois andares, onde mora o povo. O nosso guia, de Sri Lanka, muito simpático, nos contou que no verão as pessoas mais simples moram em casas e apartamentos, e no inverno montam suas tendas no deserto, que fica mto próximo de Doha. Um espanto! Realmente posso dizer que hoje fiz um safari radical. Iswam, o nosso guia, é um fantástico motorista, e em momento nenhum senti medo. Mas gente, que dunas são essas? Foi um tal de subir e descer, andar pelas encostas, fazer cavalo de pau, descer por dunas inacreditáveis, o que eu achava inimaginável.








Paramos no Inland See, que é um braço do Golfo Pérsico e, de um lado fica a  Arábia Saudita e, do outro, o Qatar.
Pus os pés na água – super quente – mas não entramos no mar. Continuamos a aventura nas dunas até um ‘Camp’, onde Ronald então entrou na água e eu dei uma volta na praia. Infelizmente uma água viva acabou  fazendo uma queimadura no braço e na barriga do Ronald, o que foi tratado com vinagre. No começo doeu, mas felizmente depois passou.

Ao cair da noite, jantamos no próprio ‘Camp’. Eu, uma incorrigível sonhadora, achei que o jantar seria numa tenda, em cima de uma duna, com lampiões a iluminar, com um céu estrelado e um super jantar. Na realidade, jantamos ao pé de uma duna. Havia tendas sim, a nossa era de número 1 e até ar condicionado tinha. Mas o jantar foi do lado de fora, com muitas lâmpadas de neon e um gerador prá acabar com qq romantismo, rsrsrsrs. Os pratos eram de porcelana, mas os talheres de plástico e não havia guardanapos. A comida foi servida numa tenda caindo aos pedaços e não era lá essas coisas. Mas nada que desmerecesse um belo dia, muito intenso, com muita aventura pelo caminho.



Retornamos a Doha e ficamos no hotel. Afinal, amanhã sairemos super cedo em direção a Kathmandu e precisamos repor nossas energias e o nosso sono.

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