segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Thimpu, Bhutan

12 de setembro
Thimpu

Hoje fizemos uma série de visitas bastante interessantes. Primeiro fomos a um lugar protegido, nas montanhas, onde ficam os animais silvestres típicos do Bhutan. É um lugar muito amplo, com muitas árvores pinus, e os animais tem muito espaço para circular. Infelizmente somente vimos um animal, o Tikan.

Todos os outros animais não queriam saber da gente, e eu acho que o guia nos quis poupar de subir dezenas de degraus íngremes para circundar o lugar. Também pode ser que o guia não estivesse se sentindo suficientemente bem porque agora, além do desarranjo intestinal, ainda está com um forte resfriado – coitado!
Seguimos para uma escola que ensina pintura, bordado, entalhe de madeira e esculturas de barro. Fiquei impressionada com o fato de cada curso durar entre 4 e seis anos. Entramos em todas as salas, e nos surpreendeu a concentração dos alunos. Eles praticamente não olham para vc. Achei estranho que também não retribuem o cumprimento. Aliás, isto é frequente. Eu até acho os bhutaneses um pouco carrancudos. Pensei que fossem super sorridentes, mas qual nada!




Depois, fomos visitar um museu típico, ou seja, uma casa de três andares, antiga, preparada como um museu de tradições e costumes. A casa toda está subdividida e decorada tal qual era feito a séculos atrás. Muito bem feito. Foi muito interessante ver o modus vivendi deles em épocas passadas.

Ainda fomos visitar a biblioteca nacional. O que mais vimos? Claro que livros, só que em dzongkang (acho que é assim que se escreve). Livros e mais livros. No segundo e no terceiro andar há antigos manuscritos, cada qual enrolado em pano e guardado em prateleiras atrás de vidros, ou seja, sem acesso. Para entrar na biblioteca, tivemos que tirar as sandálias e ficar pé descalço. Já viram como ficaram as nossas solas dos pés, rsrsrs.

Encerramos a manhã com uma visita ao turism office Etho Metho. Fomos muito bem recebidos (e a companhia que preparou nossa viagem ao Butão), e recebemos de presente um pequeno livro com belíssimas pinturas de paisagens do Bhutan. Realmente muito lindo.
À tarde fizemos novas e interessantes visitas. Primeiro fomos a uma fábrica de papel. O papel tem como base uma planta, mas não tem nada a ver com o papyrus. O processo de produção de papel é muito similar ao praticado no Egito, e tanto lá como cá, bastante primitivo. O papel, entretanto, é de boa qualidade.

Em seguida fomos a uma fábrica de tecidos. Várias tecelãs trabalham lá. É impressionante como o seu trabalho é árduo. Fazem tecidos lindos, com padrões de desenho maravilhosos.
A terceira visita da tarde foi a uma stuppa, em homenagem à grandmother. Fiquei muito impressionada. Onde ficam os cilindros de oração, havia muitos idosos, principalmente mulheres. Os homens aqui vivem até aproximadamente 60 e as mulheres até os 70 anos. Continuamente ficam rodando os cilindros e murmurando baixinho. Ao redor da stuppa, um, grande número de pessoas andava em torno da mesma, com pequenos cilindros de oração na mão, ou então com colares de contas. Murmuravam baixinho. Nós entramos no círculo, pq era o único jeito de circundar a stuppa. O que me impressionou foi que entramos no ritmo daquelas pessoas, e acabamos circundando a stuppa três vezes. Num dos lados da stuppa é queimado incenso em grande quantidade, que deixa um cheiro intenso no ar. Não sei se o incenso nos inebriou, fato é que andamos três vezes (que é o mínimo obrigatório) em volta da stuppa, e uma estranha tranquilidade tomou conta, pelo menos de mim. Foi uma experiência forte.

Nossa última visita foi ao imenso monumento de Buda que está sendo construído fora da cidade, numa colina. Embaixo da estátua está sendo construído um templo. Todas as dimensões são imensas. Provavelmente será um novo ponto de peregrinação, assim como atrairá mais turistas.
Por falar em espiritualidade: a absoluta maioria dos bhutans é budista. Tem uma fé inabalável e profunda. Toda a sua vida gira em torno da religião. Fazem suas oferendas e praticam sua fé, diariamente.  Acreditam em demônios, e cultuam serpentes, por se tratar de um animal anterior aos humanos. Quando constroem uma casa, primeiro constroem uma pequenininha, com a imagem ou escultura de uma serpente, para pedir proteção e bem aventurança na nova casa. São muito místicos. Acreditam nas forças da natureza como algo superior e quase divino.
Assim, termina nosso período no Bhutan. Amanhã retornaremos a Paro e lá embarcaremos rumo à Kathmandu, para a nossa quarta etapa de viagem, desta vez ao Tibet.

4 comentários:

  1. E quanto verde... nos próximos posts vimos mais contruções e diversas pessoas. Ai é beeem mais tranquilo... oh lá, vamos colocar uma cobra na entrada do ap! hahaha saca a dica. rs bjos!

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  2. Acompanhar a viagem de voces é como estar quase ai! Maravilhosas as fotos e os comentários sensacionais!
    Abç Silvina

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  3. rsrsrs Se depender da serpente nossa casa nao terá proteçao nunca...O Alex nao pode nem sonhar com isso!

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  4. Estou indo ao Butão em março agora. Vcs não foram ao Ninho do Tigre não?

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